Arquivo

Archive for 22/02/2011

Recife na Segunda Guerra Mundial – Quarta Frota Naval

Com a declaração de guerra contra Itália e Alemanha, e os reforços crescentes da Quarta Frota, Recife ganhou status militar especial, uma vez que a cidade pacata de anos anteriores à guerra se transformou em uma fortaleza, com intenso tráfego do pessoal do Exército Brasileiro, Esquadrão de Aviões de Fleet Air Wing 16, centenas de aviões americanos de desembarque, em um fluxo constante no campo do Ibura (atualmente Aeroporto Internacional dos Guararapes), muitos dos aviões Aliados, inclusive os B17 e  B-29, inicialmente como escala de algumas horas antes de fazer a longa viagem para a costa Africana. Sem falar os navios de guerra americanos e brasileiros, além de homens do Exército Brasileiro da 7ª Região Militar e da 2ª Zona Aérea.

Este grande investimento na área do porto de Recife incluía quartéis, depósitos de armamento, instrução e centros de treinamento para as várias guarnições, que serviu sob a Quarta Frota. Em contrapartida, medidas foram tomadas pelo governo brasileiro para colocar o enorme complexo do Estado-Maior do Quartel-General da Quarta Frota e seus anexos, em instalações adequadas e confortáveis, para que o pessoal efetivo pudesse fazer o seu trabalho em condições satisfatórias. Um grande edifício no centro da cidade, uma milha de distância apenas, a partir do porto, foi então escolhido para essa função.

Onze andares do edifício, recentemente construído ficaram a disposição, onde os navios podiam ser vistos atracados no cais. E foi formalmente ocupado em dezembro de 1942 com algumas alas ainda inacabadas. Para a acomodação das equipes numerosas, várias modificações estruturais foram realizadas com o intuito de transformar o mesmo em um prédio mais funcional.

Os andares foram inicialmente construídos para fins comerciais, e depois modificados, tendo as paredes sido removidas para um espaço mais amplo. Alertas estavam em mesas e escrivaninhas assim como telefones, arquivos e registros e uma placa grande, com o Mapa do Atlântico Sul, onde os navios de carga em progressão e comboios eram continuamente acompanhados, bem como todo o comércio marítimo de forma independente.

Durante os dois anos, em que a sala de mapas foi usada durante a guerra, rotas de navios inimigos e aliados foram construídas e acompanhadas. Rotas chamadas de “porco” ou “banha de porco” e progressões de outras rotas foram designados para cobrir toda a costa brasileira, todos identificados com todos os tipos de seqüências de cores. Grupos de Trabalho da Força-Tarefa 23 e da Força-Tarefa 27 eram responsáveis pelo monitoramento dos comboios da região, com o objetivo de evitar ataques de U-Boats ou respondê-los, caso acontecesse. Eles também contavam com apoio aéreo e patrulhas de varredura. Estas funções especializadas foram realizadas por quase uma centena de pessoas qualificadas ao longo dos anos da guerra.

Assim, a permanência da sede da Quarta Frota, em Recife, acrescido da frota da Marinha Brasileira, além dos contingentes de Esquadrões da Marinha dos EUA, e de Unidades da Força Aérea Brasileira e Destacamentos do Exército, todos esses fatores transformaram o Recife em um reduto militar de primeira grandeza, cujo porto abarrotado com todo tipo de navios, ainda teria para sua defesa, o velho couraçado brasileiro São Paulo que, pela idade, não poderia navegar no mar aberto e entrar em combate com submarinos de guerra devido grande quantidade de carvão que saia de sua caldeira, alvo facilmente identificado pelos submarinos. Mas, o oxidado e ofuscado de 19.300 toneladas, remanescente ainda dos tempos da Grande Guerra, ainda era respeitável, e serviu como uma fortaleza flutuante no cais do Recife, protegendo o litoral pernambucano por todo o período da Segunda Guerra Mundial já que seu arsenal era uma forte dissuasão contra qualquer tentativa de intrusos no porto, como os que aconteceram em Aruba, onde depósitos de petróleo foram atacados. Sua irmã, Minas Gerais, também realizava a guarda em Salvador. Além dessas medidas para proteger o porto, 04 caça-minas, YMS 44, 45, 60 e 76 continuamente varria o acesso externo do canal de onde um torpedo anti líquido foi implantado.

Enfim, Recife passou por uma transformação inimaginável nos tempos da Guerra, transformação essa que ainda podem ser percebidas até hoje.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Todas essas foram retiradas do  site www.sixtant.net incluindo as fotos – As informações foram traduzidas e postadas. O site possui um acervo completo sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.

%d blogueiros gostam disto: