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7º GAC – Reverencia a Memória das Vítimas do Baependi e Itagiba


Na última quarta-feira (31/08) tivemos a honra de estar presente a cerimônia alusiva ao afundamento dos navios Baependi e Itagiba. Essa solenidade que é realizado pelo 7º Grupo de Artilharia de Campanha (7º GAC) – Regimento Olinda, com objetivo da preservação da memória histórica do trágico incidente que tirou a vida de 153 militares em deslocamento que iriam compor o 7º Grupo de Artilharia de Dorso (7º GADo), e viria a ser denominado posteriormente 7º GAC.

 O Coronel Lima Gil atual comandante da unidade, conduziu os detalhes cerimoniais com o primor tal, que deu a todos os participantes a ideia exata do verdadeiro espírito histórico que marcou de forma tão trágica essa importante unidade. As tropas do Exército e da Marinha que estavam em forma reverenciaram a memória do Major Landerico de Albuquerque Lima vítima do ataque do U-507 e que iria ser o primeiro comandante do 7º GADo.

 O ápice da formatura foi o momento em que o Gen Div Marcelo Flávio Oliveira Aguiar comandante da 7ª Região Militar e o Gen Bda Manoel Lopes de Lima Neto comandante da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, juntamente com o Coronel Lima Gil comandante do Regimento Olinda e o Major Adler Moura comandante da 14ª Bateria de Artilharia Antiaérea, além do Major Archias Alves Presidente da Associação Nacional de Veteranos da FEB, depositaram uma coroa de flores no Busto do Major Landerico.


Com a presença das autoridades civis e militares, a cerimônia teve o desfile da tropa e um coquetel servido posteriormente.

 A Ligação com a FEB

 Durante o coquetel foi presenteando a ANVFEB-PE um quadro belíssimo de autoria da Sra. Adriana Sueli Munck Gil, esposa do comandante Lima Gil. A obra de arte exibe a fachada do Regimento e possui a inscrição com os nomes dos navios torpedeados, simbolizando o elo entre a Força Expedicionária Brasileira e o Regimento Olinda. O Major Archias Alves, atual presidente da ANVFEB-PE, recebeu o quadro em nome da associação.

 

Podemos nos orgulhar de ter no seio de nossa sociedade, autoridades civis e militares que se preocupam com a consciência histórica, deixando esse legado de exaltação para as próximas gerações os exemplos de sacrifício de pessoas como o Major Landerico que simbolizam a mudança de postura brasileira frente à imposição firme da beligerância e que culminou com nossos pracinhas a defenderem os ideais de liberdade, fazendo jus aos nossos antepassados.

 

A todos os militares que fazem parte do 7º Grupo de Artilharia de Campanha e da 14ª Bateria de Artilharia Antiarea os nossos sinceros agradecimentos.

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ALUSIVO DA CERIMÔNIA DE AFUNDAMENTO DOS NAVIOS BAEPENDI E ITAGIBA

De 1939 a 1945, o mundo viveu uma das mais sangrentas páginas de sua história: a 2ª Guerra Mundial. Este conflito bélico que inicialmente atingiu as nações européias aos poucos foi se alastrando para outras partes do planeta atingindo nosso país no ano de 1942.

O Ministério da Guerra acompanhando os acontecimentos que se desenrolavam em continente europeu, decidiu instalar na década de 40 a 7ª região Militar e dentre as Unidades mandadas construir para compor aquele Grande Comando estava o 7º Grupo de Artilharia de Dorso (7º GADo), precursor do 7º Grupo de Artilharia de Campanha – Regimento Olinda. A construção da Unidade foi iniciada em 7 de junho de 1941 neste aquartelamento onde se encontra atualmente localizada, e sua ocupação iniciou-se em 1º de junho do ano seguinte.

O Brasil havia inicialmente declarado sua neutralidade em relação ao conflito, no entanto após o ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbor é realizada no Rio de Janeiro a 3a  Reunião de Chanceleres das Repúblicas Americanas, presidida pelo Ministro de Relações Exteriores do Brasil Osvaldo Aranha, quando foi aprovada a resolução nº 15 onde constava a intenção de apoiar qualquer país do continente que fosse atacado e se envolvesse no conflito e que levou o Brasil a romper relações diplomáticas com os países do Eixo em 28 de janeiro de 1942. Desta forma, nosso país intensificou as relações comerciais com Estados Unidos enviando matérias primas para a nação estadunidense através de sua frota de navios mercantes.

O Brasil se envolve definitivamente no conflito quando esta frota de navios que realizava o comércio de mercadorias para os Estados Unidos começa a ser atacada por submarinos alemães na região do Mar do Caribe. Sentindo a necessidade de diminuir ainda mais a capacidade logística dos Aliados, a Alemanha de Hitler amplia estes ataques para a costa brasileira no mês de maio de 1942.

Iniciada a ocupação do 7º GADo em junho de 1942, a maior parte de sua guarnição é transferida do Rio de janeiro para Olinda em agosto do mesmo ano embarcada nos navios mercantes Baependi e Itagiba. Nas noites de 15 e 17 de agosto os dois navios são afundados pelo submarino alemão U-507, acarretando a morte de 326 (trezentas e vinte e seis) pessoas, dentre elas 153 (cento e cinqüenta e três) militares que comporiam o efetivo do 7º Grupo de Artilharia de Dorso, inclusive o seu Comandante o Maj Art LANDERICO DE ALBUQUERQUE LIMA.

O afundamento destes navios ocasionou uma comoção nacional que desencadeou uma série de protestos de norte a sul do país contra o ataque covarde que sofrera a frota mercante brasileira em litoral nordestino. Atendendo ao clamor popular e à necessidade de responder à altura a agressão sofrida pelo país, o Governo Brasileiro declara guerra ao Eixo em 31 de agosto de 1942.

Em janeiro de 1943, o presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Roosevelt e o primeiro ministro inglês, Winston Churchill se reúnem em Casablanca para discutir, entre outros assuntos, a estratégia para combater os ataques dos submarinos alemães. Ao final desta Conferencia, o presidente americano desloca-se para Natal-RN onde se encontra com o presidente brasileiro Getúlio Vargas e acertam o envio de tropas brasileiras para o front europeu.

Fruto da estratégia traçada em Casablanca são afundados diversos submarinos alemães, dentre eles o U-507, do Capitão de Corveta Harro Schacht, responsável pelo torpedeamento do Baependi e do Itagiba. Em 13 de janeiro de 1943, partindo da Base Aérea de Parnamirim, um avião Catalina da Marinha dos Estados Unidos bombardeou o U-507 que afundou levando para o fundo do litoral cearense seus 54 (cinqüenta e quatro) tripulantes.

A entrada do Brasil na II Guerra Mundial proporcionou ao país o envio de 25.334 (vinte e cinco mil trezentos e trinta e quatro) homens e mulheres da Força Expedicionária Brasileira que lutaram ao lado das Forças Aliadas para libertação do mundo do jugo nazifascista e que muito contribuíram para o desenvolvimento da democracia no nosso Brasil.

No dia em que se completam 69 (sessenta e nove) anos da entrada do Brasil na II Guerra Mundial, homenageamos os mártires do Baependi e do Itagiba, 153 (cento e cinqüenta e três) militares que se deslocavam do Rio de Janeiro para Olinda para cumprir seu dever de defender a Pátria e que terminaram vítimas de uma estratégia equivocada da qual não lhes foi dada sequer a oportunidade de se defender, uma vez que se deslocavam em navios mercantes, sem qualquer meio de defesa e na escuridão da noite daquele mês de agosto.

Homenageamos também os nossos pracinhas, que se deslocaram do Brasil para a Itália, para defender a honra, a soberania e os valores de liberdade e democracia de nossa Pátria. Esses homens e mulheres que deixaram suas famílias para que tivéssemos um Brasil melhor, livre da opressão nazifascista e que contribuíram decisivamente para a manutenção da paz em nosso território, criando as melhores condições para que, nos dias de hoje, o Brasil esteja entre as maiores potências do mundo.

Aos militares falecidos nos afundamentos do Baependi e do Itagiba fica para sempre o nosso reconhecimento e gratidão na certeza de que o sacrifício daqueles soldados e de todos os integrantes da Força Expedicionária Brasileira servirá para sempre como exemplo da capacidade de todos nós brasileiros de lutarmos pela defesa de nossos valores, de nossa soberania, de nossa liberdade e de nossa Pátria Brasil.

Olinda, 31 de agosto de 2011

 ERNESTO DE LIMA GIL – Cel

Comandante do 7º GAC

Quadro de autoria da Sra. Adriana Gil presenteado a ANVFEB-PE

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Fonte: http://www.7gac.eb.mil.br/

  1. washington jadum de campos
    03/09/2011 às 7:26 PM

    Só nós é que não valorizamos nossos heróis.

  2. 05/06/2014 às 8:04 PM

    Meu pai serviu como voluntário alistado em 15/02/1943 licenciado aos 10/02/1947, e nos contava muitas histórias do período da guerra, seria possível sabermos mais alguma coisa através de arquivos do 7º R O para fazermos um memorial de família?

  3. 15/03/2015 às 2:51 PM

    SOLICITAMOS CONTATO URGENTE – CARLOS FONTTES – DELEGADO DA ACADEMIA HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL – SEÇÃO/RS

  4. 05/04/2015 às 12:53 PM

    Meu pai fez parte da guarnição do CTE baependi na segunda guerra ( João Baptista de Barros

    • Bruno
      30/07/2017 às 6:35 PM

      Meu bisavô era o Antônio Diogo de Queiroz, imediato do baependi. Heróis brasileiros.

  5. Bruno
    24/01/2019 às 10:05 PM

    Quem seria o bisneto do imediato Antônio Diogo de Queiroz?

  6. oswaldo coelho
    09/03/2019 às 10:23 AM

    Meu tio ADERBAL FRANCISCO COELHO foi um dos militares mortos no bombardeamento do baependi. Seu corpo jamais foi encontrado.

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