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A Morte de Hitler: Uma Análise Histórica – Parte II


 Um Relato inicial:

Uma das principais testemunhas dos acontecimentos ocorridos no bunker em 30 de abril de 1945 é de Otto Günsche membro da SS-Sturmbannführer e juntamente com Heinz Linge forma um importante importante testemunho oral:

                Em 21 de abril, Hitler foi levantado cerca de 09h30m e informado de que Berlim estava na linha de fogo da artilharia russa. Burgdorf bem como outros ajudantes esperaram por ele na antecâmara. Como de costume fez sua própria barba. Nem mesmo seu barbeiro pessoal, August Wollenhaupt, tinha permissão de barbeá-lo; ele dizia que não suportava ter alguém com uma navalha encostada à sua garganta.

                Na antecâmara, esperavam por Hitler Burgdorf, Schaub, Below e Günsche.

                – Que está acontecendo? De onde vem o tiroteio? – perguntou. Burgdorf informou que o centro de Berlim estava sob pesado fogo de artilharias russas, aparentemente postadas a noroeste de Zossen. Hitler empalideceu. – os russo estão assim tão perto?

                Às primeiras horas da manhã de 22 de abril o fogo da artilharia russa aumentou…

                As bombas russas frenquentemente explodiam em Tiergarten e por vezes mesmo nos jardins que circundavam os ministério da Wilhelmstrasse (Chancelaria). O seu estrondo arrancou Hitler do sono às nove da manhã.

                Tão logo se vestiu chamou Linge e perguntou nervosamente: “Qual o calibre?” Para acalmar Hitler, Linge respondeu que o fogo vinha de baterias antiaéreas no Tiergarten e de canhões russo isolados, de longo alcance. Após o café em seu gabinete, Hitler voltou ao quarto, onde Morell lhe aplicou como de costume uma injeção estimulante.

                A conferência militar foi convocada para o meio-dia. Por volta de meio-dia reuniram-se no bunker de Hitler as seguintes pessoas: Doenitz, Keitel, Jodl, Krebs, Burgdorf, Winter, Christian, Voss Fegelein, Bormann, Hewel, Lorenz, Below, Günsche, Johannmeyer, John von Freyend e Von Freytag-Loringhover.

                Foi a conferência militar mais rápida de toda a guerra. Muitos rostos estavam transfigurados. Em vozes abafadas a mesma pergunta era repetida várias vezes: “Por que não pode o Führer se decidir a abandonar Berlim?”

                Hitler chegou dos seus aposentos particulares e parecia mais curvado do que nunca. Laconicamente saudou os membros da conferência e deixou-se cair na cadeira. Krebs começou a relatar os fatos. Comunicou um considerável agravamento da situação das tropas alemães que defendiam Berlim. Os tanques russo tinham conseguido avançar para o sul, via Zossen, e alcançado os arredores de Berlim. Nos subúrbios leste e norte havia violenta luta. As tropas alemães postadas no Óder ao sul de Stettin estavam inapelavelmente cercadas. Os tanques russos tinham-se infiltrado através de uma brecha e penetrado profundamente nas posições defensivas alemãs.

                Hitler se levantou e curvou-se sobre a mesa. Pôs-se a apontar algo no mapa, suas mãos tremendo. Subitamente empertigou-se e jogou seu lápis de cor sobre a mesa. Inspirou profundamente, sua face ficou rubra, seus olhos esbugalhados. Recuou um passo da mesa e numa voz brusca gritou: “É o fim! Em tais circunstâncias não posso comandar! A guerra está perdida! Mas vocês estão enganados, cavalheiros, se pensam que vou deixar Berlim! Daria antes um tiro na cabeça! ”

                Todos fixaram os olhares horrorizados sobre ele. Mal levantou a mão. “Obrigado senhores”. Então, abandonou a sala.

 Texto Extraído do Livro: A Morte de Adolf Hitler – Lev Bezymenski – 1968

Categorias:Guerras, História Tags:
  1. Francisco Bendl
    10/10/2011 às 7:08 AM

    Não há comprovação sobre o suicídio de Hitler. Existem mistérios a ser desvendados.
    Há uma teoria de que ele estava em Berghoff e de lá se evadiu até um lago próximo, onde a bordo de um submarino veio morar na Argentina.
    Se fantasiosa essa tese ou não, a verdade é que nos faltam base para afirmar que o líder alemão na Guerra tenha dado cabo da própria vida.
    Eu vi este documentário sobre a fuga de Hitler no Canal da História.
    Apesar de não me ter convencido, deixou-me a dúvida e a possibilidade de realmente isto ter acontecido.

  2. Moriarty
    28/10/2011 às 4:16 AM

    Hitler morreu em 1945 ou não?

    Desde muito cedo quando iniciei minhas leituras sobre a II Guerra mundial, as pessoas notando meu interesse no assunto sempre me interrogavam sobre os fatos mais marcantes e conhecidos da guerra como Stalingrado, os tanques Alemães, os Submarinos U-Boots e a Blitzkrieg, elas ouviam atentamente minhas opiniões a respeito e geralmente não tinham nada a acrescentar, contudo quando o assunto era a morte de Hitler o comportamento mudava, quando eu tentava sintetizar os acontecimentos ocorridos no bunker em maio de 1945 elas diziam, isto está errado, Hitler escapou com vida da Alemanha no fim da guerra, a ideia analisada sob a luz dos fatos conhecidos e dos depoimentos dos envolvidos é sem dúvida absurda, Hitler por iniciativa própria escolheu permanecer em Berlim, defender a capital do Reich ate o fim e cair com ela quando sua defesa se torna-se impossível.

    – Houve um numero enorme de pessoas envolvidas nesse acontecimento, as que foram enumeradas e muitas outras que participaram direta ou indiretamente, portanto testemunhas autorizadas não faltam (e não acredito que todas elas ou sequer apenas uma parte das mesmas aceitassem fazer parte de uma teoria da conspiração apenas com o intuito de manter o paradeiro de Hitler no anonimato). Na ocasião muitas dessas pessoas solicitaram a Hitler que saísse de Berlim enquanto ainda era possível, mas entre outras razões ele alegava sua posição de Líder da Alemanha e a falta de outro local digno na Alemanha destruída, capaz de recebê-lo e com instalações adequadas afim de que continuasse a defesa da Alemanha, a maioria dessas pessoas que ele julgava dispensável as operações militares ele autorizou a abandonarem Berlim enquanto ainda era possível, algumas que ficaram não aceitaram compartilhar do fim com Hitler e tentaram a fuga (Foi o caso de Fegelein, cunhado de Eva Braun e oficial de ligação das SS que tentou fugir e foi fuzilado), prova mais contundente o destino de Hitler seria compartilhado pelo seu maior colaborador Goebbles, se Hitler fugisse Goebbles certamente fugiria com ele, e Goebbles deixou por escrito que ele e sua família compartilhariam da decisão de Hitler de suicidar-se, e da morte de Goebbles não resta dúvida alguma.

    – E se Hitler resolve-se escapar do Bunker e evitar o suicido, seria possível Hitler escapar em segurança do Bunker quando Berlim já estava totalmente cercada, pelo relato das pessoas que tentaram seria quase impossível, Berlim era constantemente bombardeada pelo ar e por terra por armas de todos os calibres, vejamos partes dos relato daqueles que tentaram, aqueles que ainda assim desejavam tentar a sorte se organizaram em grupos a ex-secretária de Hitler Truld Jung estava entre eles ela relata as dificuldades, primeiro eles poderiam ser confundidos por desertores e mortos pelos SS que resistiam e tinham ordens nesse sentido, ela disse também que Berlim estava irreconhecível pela destruição da guerra eles não sabiam que rumo tomar para sair da cidade, já que a cidade estava cercada a rota que levava para fora do perímetro Alemão esbarrava no ocupado pelos Russos e seria impossível um nazista conhecido não ser abordado e preso pelos Russos, a ideia desses grupos não era fugir mas tentar entregar-se aos Anglos-americanos ao invés dos Russo mais intolerantes com os nazistas, essas condições criaram outra lenda que persiste até hoje “Bormam consegui escapar” a resposta é não Bormam contava com o anonimato para fugir era o nazista mais graduado e menos conhecido da Cúpula nazista (Secretario de Hitler) ele foi visto pela ultima vez partindo com um grupo e nunca mais foi apareceu, mas depois da guerra o depoimento de alguém que estava no grupo confirma que ele havia esbarrado no corpo de Bormam não chão sem vida envergando uma jaqueta e uma metralhadora, Bormam pagou o preço do risco. Portanto se considerarmos todos os riscos para esses imagine-se Hitler conhecido como era e doente como estava tentando uma fuga ou seria morto ou pior capturado ele sabia dessa possibilidade e decidiu não arriscar.

    – Hitler também se preocupava com duas coisas a primeira veio depois de contemplar uma foto de Mussolini que depois de capturado numa tentativa de fuga foi fuzilado e depois teve seu cadáver linchado e pendurado por ganchos de açougue em praça publica, ele passou a temer que o mesmo lhe acontecesse, e também que os aliados pudessem após captura-lo e executa-lo exibir seu corpo num museu, estas informações foram dadas pelos colaboradores mais íntimos que sobreviveram ao final (Não nos esqueçamos que próximo ao fim sua saúde mental estava em declínio).
    – A Hitler também não escapava a possibilidade de que o destino de todos os nazistas que escaparam da morte ou da prisão no fim da guerra seria uma perseguição sem tréguas aonde quer que se escondessem. E isso de fato se concretizou nos destinos de Menguele, Klaus Barbie, Eichmam entre outros, demostrando como seria difícil manter-se incógnito e livre da perseguição, sobretudo com a proliferação de Organizações de caça aos nazistas sobreviventes e considerados criminosos de guerra.

    – Por tudo isso que foi esclarecido e por muito mais que poderíamos esclarecer, só podemos conclamar a todos a que tenham senso de responsabilidade histórica e abandonem o gosto pelas polemicas irresponsáveis e aceitem o fim de Hitler como se deu, na linguagem dos Russos “A fera fascista foi abatida no seu próprio covil”.

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