Especial Monte Castelo – 67 anos: 4º ataque ao Monte Castelo
No dia 9 de Dezembro de 1944, foi enviada ao comando da FEB, uma Ordem Geral de Operações que ordenava o ataque ao Monte Castelo, marcando para o dia 11 do mesmo mês, o início das operações.
Ataque da Divisão da Infantaria Divisionária
- A Divisão vai atacar na manhã do dia 11 a região de Monte Castelo
- O ataque será executado com os seguintes meios:
a) O comandante da tropa será o General Zenóbio
b) A tropa será assim constituída:
1º Escalão de ataque
1º R.I. (menos o I Batalhão e a Companhia de Obuses)
Reserva
III Batalhão do 11º R.I.
Cobertura do flanco leste
I Batalhão do 11º R.I.(além da guarda da base de partida)
Apoio
Companhia de obuses do 1º e 1º R.I.
Companhias P.P./11º R.I.(elementos fixos na base de partida)
1ª Companhia de tanques( 1 Pel. L.,2 Pels. M. E 1 Pel. T.D.)
Artilharia
Cada Batalhão do 1º Escalão de ataque terá um grupo de apoio direto.
No dia 10 de Dezembro, o comando recebeu a seguinte informação: “ Em virtude de ordem superior, todas as datas e prazos contidos na Ordem Geral de Operações, sofrerão um adiamento de 24 horas”.
A 2ª Seção repassou as seguintes informações sobre o inimigo no dia 11 de Dezembro:
- O inimigo dispõe de um Batalhão defendendo a área que interessa à conquista do Monte Castelo, com a possibilidade de se reforçar suas posições, ou efetuar contra ataques com 2 batalhões, que poderão intervir apoiados por tropas de assalto.
- A região da cota 977 está fortemente organizada, o que indica ser o ponto forte e ao mesmo tempo, sensível das defesas inimigas em Monte Castelo. Possíveis contra ataques contra o setor oeste de Monte castelo deverão ser encarados sobre a crista Oeste – Leste que vincula o Monte castelo ao Monte Della Toraccia.
O 4º ataque ao Monte Castelo foi executado sob o comando do General Zenóbio, e a força atacante foi constituída pelo 1º e 11º R.I., ambos desfalcados de uma Batalhão, e apoio foi dado por toda a artilharia da FEB, reforçada com mais um grupo americano. O esforço principal seria feito na direção de Casa Guanella – cota 887 e caberia ao 1º R.I. , enquanto o 11º R.I. Faria a cobertura na área de Falfare.
Nesta ocasião o frio já era intenso, chuvas torrenciais tornavam o solo um gigantesco lamaçal, que impediam o reconhecimento, além de manter em terra os aviões de reconhecimento, levando o comando americano concordou com a sugestão brasileira para adiar o ataque para o dia 12 de Dezembro, com intuito de esperar melhores condições climáticas. Infelizmente, isso não aconteceu, e a operação que seria desencadeada de surpresa, foi dispensada a preparação da artilharia, que fez uma manobra pelo flanco direito.
Ao amanhecer o dia, caia uma chuva fina, prejudicando a visibilidade, tornando-a quase nula, e um nevoeiro intenso cobria todo o front. O ataque estava previsto para começar às 6 da manhã, mas por falta de coordenação, a artilharia americana abriu fogo, quebrando o sigilo e, quando os 2º e 3º batalhões do 1º R.I.,partiram às 6:30 horas, os alemães fizeram cair uma chuva de morteiros e metralhadoras, fazendo com que nossos bravos pouco progredissem. Por volta das 7 da manhã o III / 11 R.I., conquistou Le Roncole e Casa Guanella, enquanto o II / 11º R.I., ao atrasar sua partida, foi detido por fogos vindos da Região de Abetaia, e o I / 11º R.I., ocupou Falfare, e finalmente alguns homens do III / 11° R.I., atingiram o cume do Monte Castelo, mas foram abatidos e seus corpos ficaram insepultos durante todo o inverno.
A noite caiu e mais uma vez o Monte Castelo não foi conquistado pela Força Expedicionária Brasileira.
Concluímos como prováveis causas do fracasso deste ataque:
- o ataque isolado ao Monte Castelo deixando de lado o Monte Belvedere, Gorgolesco e Toraccia
- frente demasiada extensa para a Divisão de Infantaria Expedicionária
- vistas e fogos dominantes do inimigo em todos os setores
- não obtenção do fator surpresa devido à artilharia americana
- condições climáticas inapropriadas(chuva, nevoeiro e lama)
- falta de apoio dos blindados e da aviação de caça
- inexistência da observação aérea.
Depois do fracasso deste 4º ataque, nada mais restava ao comando brasileiro a não ser manter a defensiva, e ordens foram dadas para uma pequena retração em busca de um terreno mais favorável. A Ordem Geral de operações do dia 13 de Dezembro prescrevia como missão manter as atuais posições.
A partir desta data, até o reinício da luta ofensiva em Fevereiro de 1945, limitou-se a verificação de contato por operações de reconhecimento ou patrulhas, além da intensificação da vigilância.