A História do Recife Contada através dos Bondes
Pernambuco é o um dos mais antigos Estados do Brasil e foi um fornecedor mundial de açúcar e algodão nos séculos 17 e 18. Foi invadido pelos holandeses em 1630, mas foi retomado por Portugal em 1654, sendo o berço de rebeliões e insurreições no país. Pernambuco declara uma república independente após a revolução de 1817 e posteriormente participou da Confederação do Equador em 1824. Sua capital, Recife, é conhecida como “a Veneza brasileira”, porque a sua área central é construída sobre uma série de ilhas e penínsulas. A população em 1910 era de aproximadamente 200.000, mas atualmente tem cerca de 1.5 milhões de habitantes.
Recife iniciou a construção de linha férrea em 1858, sendo a segunda do Brasil. A linha era de 31 km da estação Cinco Pontas para o Cabo de Santo Agostinho. Recife também foi a segunda cidade no Brasil, depois Rio de Janeiro, a operar locomotivas a vapor em suas ruas e teria sido a primeira cidade no mundo a usar locomotivas projetada especificamente para esse fim. As linhas de bonde a vapor no Rio de Janeiro e Recife eram chamadas de “maxambombas”.
As primeiras ruas do Recife que receberam locomotivas foram construídas em 1866 pela Manning Wardle & Co. de propriedade britânica atuando no Brasil, conhecida em Recife como Estradas de Ferro Caxangá. Cinco unidades semelhantes chegaram a ser lançadas em quatro anos, como carros de passageiros construídos pela George Starbuck. A primeira linha maxambomba a operar na cidade, entre o porto e Apipucos, foi aberto em 05 de janeiro de 1867. A linha foi estendida para Dois Irmãos naquele ano e até a Caxangá em 1870. Uma parte do Arraial (Casa Amarela) abriu em 1871. Inaugurada uma linha para a vila histórica de Olinda, em 20 de Junho de 1870, uma rota para Beberibe em julho.
Da cidade, ampla vias, levemente curvadas de hoje, foram desenvolvidas para as linhas de bondes a vapor: Av. Conde da Boa Vista, Av. Caxangá, Av. Rui Barbosa, Av. Conselheiro Rosa e Silva, Av. João de Barros, Av. Beberibe e Estrada de Belém, foram os caminhos da Caxangá e ferrovias Olinda. Av. Norte foi a rota de ferrovia Great Western do Brasil para Limoeiro. A maioria destas avenidas foram usadas mais tarde pelos bondes elétricos e, finalmente, por Ônibus elétricos.
Nem todos os bondes da cidade foram desenhados para locomotivas a vapor. Em 22 de setembro de 1871 a Ferrovia Pernambuco, mais tarde chamado de Ferro Carril de Pernambuco, abriu uma linha de bondes para Madalena cujos veículos eram puxados por mulas. Os primeiros carros eram fechados como os charretes locais e a do público chamadas de Ônibus;. Quando a empresa instalou luz elétrica os passageiros passaram a chama-los eletroburros bondes elétricos operavam na mão esquerda, e mulas extras foram estacionadas na beira do rio para ajudar a puxar carros sobre nas elevações das pontes. Em 1882, o FCP tinha 50 bondes e 400 mulas.
Considerando o seu espírito pioneiro, parece estranho que o Recife tenha sido a última grande capital no Brasil a instalar uma linha de bonde elétrico. A Great Western do Brasil, que operava os trens a vapor da cidade, propôs uma linha eléctrica em 1899 que seria executado a partir da estação Brum em direção ao norte ao longo do istmo de Olinda. Mas a empresa Telegraph Co. protestou que a eletricidade poderia interferir com os cabos submarinos, e o plano nunca foi concretizado.
Vinte e uma cidades, capitais, incluindo uma meia-dúzia de menores no Nordeste, já tinham bondes elétricos em 1912, quando a locomoção em Pernambuco ainda era fornecida por 27 locomotivas e 900 mulas. A Companhia Tramways & Power Pernambuco, em 24 de janeiro de 1913 assinou contrato para a construção de um bonde elétrico. Testes começaram em novembro de 1913 e a primeira linha de bonde elétrico no Recife, a partir Bairro do Recife passando Santo Antônio e ilha de Boa Vista, foi oficialmente inaugurado em 13 de maio de 1914.
O bonde a vapor para Olinda foi eletrificado em 12 de Outubro de 1914 e tração elétrica chegou Várzea em 1915. Trens a vapor para Dois Irmãos e Arraial foram substituídos por linhas eléctricas em 1917 e a última em Recife viagem maxambomba ocorreu para Beberibe, em 1922, e uma nova linha para praia de Boa Viagem, que foi inaugurado em 25 de outubro de 1924. Uma extensão também foi planejada para Jaboatão, 8 km a oeste de Tejipió, mas não foi construído. No final dos anos 1920 Tramways Pernambuco estava operando 130 automóveis e 110 trailers de 141 km de percurso, o sistema de bondes era a terceira maior do Brasil.
Um passeio que começa pelo Recife Antigo passando pela Ponte Maurício de Nassau até a praça do Diário. Um Verdadeiro Túnel do Tempo.
A minha cidade, Porto Alegre, RS, também teve os seus bondes.
Foram retirados de circulação na década de setenta, mas foram de extrema utilidade no transporte coletivo.
Atualmente eles trazem uma recordação que beira à nostalgia, e um romantismo que se desvaneceu com o tempo.
Havia dois tipos de bondes: um grande, pesado, e um menor, mais leve, que vivia descarrilando, que chamávamos de bonde gaiola. Viajar nele era muito divertido pelo balanço que ocasionava, de um lado para outro, até sair dos trilhos!
Mas esses carros elétricos marcaram uma época e várias gerações, como a minha, por exemplo.
Em princípio porque eu aprendi a subir e descer do bonde em velocidade, uma artimanha para poucos, e que exigia um bom preparo físico; depois, conseguir se segurar por fora diante da quantidade de passageiros, que lotava assentos e corredores.
Andar de bonde era uma aventura para a gurizada, pois havia linhas distantes do centro da capital, e uma volta completa do terminal principal até o fim da linha levava cerca de três horas.
Certa feita um primo meu levou um choque muito forte no bonde.
Quase morreu.
Ficou em coma por vários dias, e queimou os dedos (teve dois amputados) e os pés.
Não morreu porque usava calçados com sola de borracha, os antigos Vulcabrás colegial, pois os colégios adotavam uniforme, invariavelmente calça azul marinho e camisa branca, sapatos e meias pretas.
Quem viveu este período na vida brasileira, certamente sente saudades deste meio de transporte que, as nossas autoridades de “grande visão” futurística, se encarregaram de exterminar!
Em seguida, em 1973, tivemos a grande crise do petróleo.
Mas os bondes não mais existiam, com exceção do Santa Teresa, no Rio, que funciona – mal – até hoje, tendo ocasionado mortes recentemente quando faltou freios por falta de manutenção!
Países da Europa ainda possuem este coletivo, até mesmo a célebre cidade de São Francisco, na califórnia, EUA, o bonde é característica daquela belíssima metrópole.
Uma pena que não mais tivemos qualquer planejamento no sentido de colocá-los em atividade novamente.
Parece que o Brasil tem alguma síndrome contra os trilhos, pois é inadmissível que um país gigantesco como o nosso e o nosso transporte se faz por rodovias, igualmente um litoral que é um dos mais extensos do planeta e não temos o transporte marítimo, tipo Porto Alegre para Recife ou Rio para Salvador, Santos para Fortaleza, e assim por diante.
Bom, sequer temos trens modernos que circulam pela Europa há décadas, quanto mais bondes ou transportes fluviais e marítimos!
Por isso que arrisco dizer: a classe empresarial neste país é meramente exploradora de mercados, haja vista estarmos muito distantes do empreendedorismo, aquela que traz o progresso e desenvolvimento às nações.
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Sou capixaba,moro no Rio de Janeiro desde 1964.Tive o prazer de conhecer Recife.Sem comentário!muito lindo,povo hospitaleiro,gostei muito.Em breve voltarei,se Deus quiser.