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Archive for the ‘Unidades Militares’ Category

Guerra no Deserto: Relatos da Afrika Corps

Hans Klein nasceu em 1921, era marceneiro antes de entrar para a Divisão Hermann Göring da Luftwaffe em 1942. Enviado para a África, serviu no Afrika Korps entre 1942-43, onde alcançou o posto de cabo.

No inicio de 1942 eu fui recrutado para servir na Força Aérea (Luftwaffe), na Divisão Paraquedista Hermann Göring.
Diferente do que costuma ser publicado, a Divisão não era integrada por voluntários, na verdade éramos diretamente recrutados ou transferidos de outras unidades, e eu nunca conheci algum voluntário na nossa companhia. A Divisão Hermann Göring era uma unidade fantástica, e foi uma honra servir em suas fileiras.

Nossa Divisão teve um bom programa de treinamento, e era uma unidade sólida e orgulhosa. Eu fui enviado a Utrecht, na Holanda, para treinamento, mais especificamente, para ser estafeta. Além da instrução militar, aprendi a dirigir diversos tipos de motocicletas e veículos, além de aprender auto-mecânica e elétrica.

Lamento dizer isto mas muitos dos homens na minha Divisão achavam que o Marechal da Força-Aérea Hermann Göring era um fanfarrão. No início da guerra ele fez a estúpida afirmação de que se algum avião inimigo alcançasse Berlim ele mudaria o seu nome para “Meier”, e desde então nós o chamávamos de Hermann Meier em nossas conversas.

A primeira campanha em que eu estive envolvido foi a ocupação do território de Vichy, na França, em novembro de 1942. Não houve qualquer resistência e prosseguimos em direção ao sul até a cidade de Cognac, que é uma das mais belas cidades na França.

No final de 1942 a situação no norte da África era crítica, e foi decidida a criação do Grupo de Combate (Kampfgruppe) Schmidt, formada com elementos da Divisão Hermann Göring. Fomos transportados via aérea para a área de Nápoles, na Itália, e depois para a África, em aviões de transporte Junkers-52. Estes aviões eram lentos mas bastante robustos. Voamos rente ao nível do mar, entre 7 e 15 metros de altura, por sobre as ondas, esperando que não acontecesse algum problema mecânico. Tivemos a escolta de alguns caças e fomos afortunados por não acontecer nenhum incidente durante a viagem. Chegamos a Túnis e eu assumi o meu posto de estafeta. Lutamos e participamos de várias batalhas durante meio ano, até que a luta cessou na África.

Em um dia típico na África havia a constante troca de tiros da artilharia na maior parte do dia, mas não mais que 50 ou 60 tiros em ambas as direções. Apenas o suficiente para deixar o outro lado perturbado. Nós continuamente nos protegíamos pois estávamos muito próximos da linha de frente. Estávamos freqüentemente juntos aos observadores avançados, que não estavam a mais que 700 metros das linhas inglesas. Na metade do tempo fazíamos patrulhas na terra de ninguém, mas nossas atividades mudavam constantemente. Quando não estávamos patrulhando nós ficávamos nos nossos buracos, protegidos dos ataques aéreos. Usualmente recebíamos uma calorosa visita todos os dias.

Muita de nossa atividade era feita durante a noite. Nós colocávamos minas ou saiamos em patrulha. Se nos encontrávamos na linha de frente, o que acontecia na maior parte das vezes, recebíamos tiros de barragem do inimigo a cada 15 minutos. Na primeira oportunidade que tínhamos, procurávamos dormir, geralmente no final da madrugada.

Nossos suprimentos de comida, água e munição não eram adequados. Usualmente tínhamos falta de tudo. Deveríamos receber quatro litros de água por dia, mas na prática eram apenas dois litros para cada um de nós. Raramente tomávamos banho, a menos que estivéssemos próximo à costa do Mediterrâneo.

Em uma noite a minha moto foi pelos ares, atingida em cheio pela barragem. Não havia muito o que fazer. Supostamente a Divisão Hermann Göring era motorizada, e nós esperávamos que chegassem os veículos, mas os cargueiros em que estavam sendo transportados foram afundados no caminho e nós nunca recebemos os equipamentos.

As moscas eram um problema constante, e não tínhamos controle sobre elas, nuvens delas vinham sobre nossas faces e usávamos uma rede sobre a cabeça o tempo todo. Para comer o pão, algumas vezes, poucas vezes, tínhamos geléia ou carne enlatada, e devíamos antes retirar as moscas e rapidamente colocar o pão sob a proteção da rede, esperando que nenhuma tivesse entrado junto com a comida.

O calor durante o dia era tremendo, com média de mais de 40oC a sombra, era muito desgastante. A noite fazia tanto frio quanto quente era o dia, e tínhamos que vestir agasalhos para as missões noturnas.

O nosso comandante, o Marechal de Campo Erwin Rommel, foi o homem mais importante que já conheci. Ele era uma lenda para os soldados que lutaram na África, nós tínhamos um respeito e admiração natural por ele.

Eu o vi pessoalmente em várias ocasiões durante a minha tarefa de estafeta. Ele nunca me dirigiu a palavra, mas estar próximo a sua pessoa causava uma forte impressão. Nós sabíamos que em todas as decisões que ele tomava, sempre levava em conta a vida e a segurança de seus homens. Ele surpreendia o inimigo e encontrava uma maneira de manobrar em torno deles de forma a proteger os seus soldados. Esta foi a sua marca de galanteria na campanha da África.

Por problemas de saúde o Marechal passou o comando para o General Hans Von Arnim que era muito inteligente e ágil, mas não tinha o mesmo carisma que seu antecessor, e assim sentíamos como que afastados do seu comando. Havia uma grande camaradagem entre nós, os soldados do Afrika Korps, e a nossa moral era bastante elevada.

Por outro lado, os nossos aliados italianos passavam por uma série de dificuldades. Aos oficiais italianos sequer lhes passava pela cabeça dormir ou comer ao lado de seus soldados, em contraste, os oficiais alemães estavam sempre compartilhando das mesmas rotinas de seus subordinados, nós éramos muito unidos e isto nos dava um sentimento de orgulho. Isto continuou mesmo quando nos tornamos prisioneiros de guerra. Recebemos posteriormente a admiração dos jornais americanos pela forma “democrática” de integração do nosso corpo militar.

Tínhamos uma grande camaradagem com os italianos, mas dava pena de sua situação, se nossos suprimentos eram escassos, a deles era totalmente inadequada. A sua liderança além de inepta não providenciava a sua apropriada alimentação bem como o suprimento de munição e armamento adequados. Os italianos não tinham a mesma disposição de luta porque não tinham nada decente com que se defender. Os seus tanques não eram de segunda categoria mas sim de terceira. Os aliados tinham novos tipos de tanques entregues aos milhares e os italianos tinham que lutar com um modelo construído em 1928, eles não tinham a menor possibilidade de vencer. Se a pressão na batalha fosse muito grande eles simplesmente viravam as costas e desistiam. Preferiam mais ser capturados a lutar por um sistema que nunca lhes ofereceu nada.

Um dia ficamos face a face com quatro tanques americanos que entraram em nosso campo minado. Um deles estava atirando contra nós, e eu, num impulso, corri até ele e coloquei uma granada entre as suas lagartas. O som da explosão fez com que a equipagem saísse do tanque e se rendesse a nós. Pelo feito ganhei a medalha da Cruz de Ferro de 2ª classe.

Após a batalha de El Alamein nossa retirada foi constante, mas também organizada. Tínhamos sempre que estar com um olho nos italianos pois sua retirada podia se transformar em debandada, além disso os seus oficiais sempre queriam levar todas as suas coisas nos caminhões, incluindo ai as suas confortáveis camas, equipamento de cozinha, banheiros e apetrechos de luxo de toda natureza, enquanto isso nós levávamos apenas o estritamente necessário.

Em um determinado ponto estávamos cercados ao sul da Tunísia, próximo a cidade de Pond du Fahs. Durante três dias sofremos pesado bombardeio e não tínhamos força suficiente para quebrar o cerco, nossas chances de escapar eram muito pequenas, então fomos instruídos a destruir os documentos e nosso equipamento para evitar a captura pelo inimigo. Recebemos permissão para comer nossas rações de emergência, que eram reservadas somente para o último e desesperado momento. Ela contém comida desidratada e energética, e até barra de chocolate. Resignadamente esperávamos pela morte ou captura nos próximos minutos.

Felizmente fomos socorridos no último momento pela 10ª Divisão Panzer que furou o cerco e libertou nossas tropas. Continuamos então a retirada através da Tunísia. Em caminhões atingimos a cidade de Zaghouan, onde cerca de 25.000 soldados alemães, de diferentes unidades concentraram-se. Estas unidades estavam muito misturadas. Os combates diminuíram e apenas mantínhamos escaramuças para cobrir a retirada.

Em 11 de maio de 1943 eu estava junto com cerca de 5.000 soldados alemães em Zaghouan, que ficava localizado em uma montanha acerca de 600m de altitude, cobrindo a retirada dos demais. Os americanos estavam fazendo um bombardeio pesado sobre a cidade. Eles também lançavam folhetos de aviões dizendo que se não nos rendêssemos pela manhã a cidade seria bombardeada e destruída, mas claro, nós não nos rendemos.

Além das armas pessoais e morteiros, nós tínhamos cerca de 20 canhões de 88mm, o melhor canhão da campanha na África. Os americanos atacaram com cerca de 30 tanques, vindos de uma única direção, e cerca de 25 outros vindo de outra. Eu me lembro que tínhamos apenas 15 tiros por peça, então esperamos até o último momento para atirar. Os tanques estavam a apenas 300 metros quando abrimos fogo fazendo uma barragem incrível. Imediatamente entre 12 e 15 tanques foram pelos ares. Durante dois dias as carcaças arderam.

Recebemos ordem de recuar alguns dos nossos tanques que estavam desgastados e precisando de reparos Não tínhamos peças sobressalentes e mecânicos suficientes para recuperar todos. A situação no geral deteriorava-se a cada momento.

Pouco tempo depois perdemos o contato com o Quartel-General em Túnis e com o General Von Arnim. Estávamos concentrados ao sul da frente, mas na verdade não havia uma frente definida, éramos mais uma tropa presa em um bolsão. O bombardeio americano da manhã seguinte foi intenso e terrível, era o nosso fim. Recebemos ordem de destruir nossas armas. O comandante passou a ordem para nos concentrarmos em uma determinada região da cidade para a rendição final.

Não tínhamos nada para comer, nossas munições acabaram e apenas a água era ainda distribuída regularmente. Por volta das 08:30hs da manhã de 12 de maio de 1943 foi formalizada a nossa rendição, e não nos pareceu um fim muito dramático. Marchamos para fora da cidade de Zaghouan, os tanques americanos pararam perto de nós.

Os americanos nos colocaram em campo aberto, onde entramos em formação. Não tínhamos comida ou água, e ficamos assim por dois dias. Eles não tomaram a mínima atitude ou cuidado para conosco e o tempo estava muito quente. Pouco depois fomos entregues aos franceses, mais especificamente, aos homens da Legião Estrangeira. Ficamos muito apreensivos pois eles eram bem hostis em relação a nós. Fomos revistados e despojados de tudo que tínhamos. O tratamento que recebemos como prisioneiros de guerra foi terrível.

Por dois dias nos fizeram marchar até um ponto ao norte de Pond du Fahs. Um bom número de nós foi ferido pelos guardas da Legião durante a marcha até o campo de prisioneiros. Nós marchávamos em quatro ou cinco fileiras e, de tempos em tempos, os legionários vinham atrás em um caminhão puxando um cabo atado a um rolo de arame farpado e dirigiam em velocidade passando entre nós. Praticamente todos nós fomos feridos neste processo. Apenas aqueles que conseguiam ouvir a tempo os gritos e o barulho do veículo tinham uma chance de desviar, eu fui um dos poucos que conseguiu.

O campo de prisioneiros em Pond du Fahs media entre 300 e 400 acres, cercado por arame farpado. Éramos entre 12.000 e 14.000 prisioneiros no campo. Ficamos ao ar livre, os franceses não nos deram tendas ou pás para cavarmos buracos onde pudéssemos nos proteger do sol e do vento. Nunca recebemos qualquer tipo de material para fazermos abrigos.

Não recebíamos água com regularidade, tínhamos que dosar e economizar o precioso líquido. Imaginamos uma maneira de escapar mas não tínhamos ilusão pois não havia água ou comida na região, além disso estávamos bastante debilitados fisicamente, e não conheço nenhum prisioneiro alemão na Africa que tenha conseguido escapar.

Não demorou para surgirem centenas de casos de morte por inanição, falta de água e insolação. Cavei várias covas para enterrar os mortos. Éramos mais de 12.000 homens esquecidos no deserto, nem mesmo a Cruz Vermelha tomou conhecimento. Normalmente os prisioneiros são contados e colocados sob a proteção das leis internacionais, mas não para a Legião Estrangeira.

Após um tempo, entre seis e oito semanas, vários de nós fomos forçados a trabalhar na limpeza de campos minados. Aqueles que se recusavam eram fuzilados no local. Todos os dias cerca de 100 prisioneiros marchavam para os campos minados. Eu ouvia sempre nessas ocasiões três ou quatro explosões. Os franceses não forneciam qualquer tipo de equipamento ou ferramentas, muito menos algum tipo de orientação sobre o campo e as minas.

Esta rotina diária de retirada de minas durou três semanas. Sabíamos que os franceses tinham o mapa dos campos minados e a localização das minas, porém não forneciam qualquer informação.

Por volta de julho de 1943 fomos forçados a marchar por três ou quatro dias até um campo menor próximo de Túnis. A marcha até o campo foi feita em uma cadência muito lenta devido ao estado de fraqueza em que nos encontrávamos, muitos ficaram pelo caminho para nunca mais voltar.

Durante a marcha só recebemos água uma única vez. Os franceses trouxeram uma grande cisterna de água e simplesmente abriram todas as torneiras. Corríamos desesperados para poder pegar um pouco, não tínhamos nada além das mãos. A água tinha gosto de gasolina e corria para a areia onde formava poças que eram disputadas pelos homens.

O tratamento era intencional, com o objetivo de eliminar os mais fracos. O campo localizado próximo de Tunis ficava a cerca de 80 km de Pond du Fahs no deserto do Saara. Nada além de areia existia na região. Eu calculo que mais de 4.000 prisioneiros ocupavam o campo e a cada dia dezenas morriam de fome, privação ou doenças.

Nos períodos melhores recebíamos 1/4 de litro de água por dia e um naco de pão duro cheio de areia que batia nos dentes como se estivéssemos comendo pedra. Passávamos o dia pensando em comida e água. Improvisamos a construção de abrigos cavando um buraco do tamanho de um homem no qual colocávamos arbustos e argila utilizando a água que não era possível beber. Conseguimos algumas lonas e pudemos finalmente colocar uma proteção contra o sol abrasador.

Não tínhamos provisão de medicamentos e havia apenas um médico alemão no campo, mas ele não podia fazer muito sem instrumentos e remédios. Eu e meu amigo fomos escalados várias vezes para cavar covas rasas e enterrar os mortos. Não sei quantos corpos enterrei mas foi uma quantidade muito grande.

Aqueles que caiam de lado não recebiam qualquer atenção dos franceses e eram deixados para morrer. Após um tempo estabelecidos, os franceses ordenaram que todos se reunissem pois iriamos mudar de campo. Então ordenaram que empilhássemos as lonas e o material de abrigo em uma grande pilha, onde depois foi ateado fogo.

Quando estávamos prontos para marchar eles cancelaram a ordem e mandaram dispersar, vivemos então apenas dentro dos buracos, sem proteção contra o sol e o vento. Claro que foi proposital, com a intenção de retirar o pouco do abrigo que a custo conseguimos construir.

Em um determinado ponto eu entrei em uma espécie de estado de coma que durou mais de uma semana. Não tinha forças sequer para fazer as necessidades mais básicas. Sem hospital, apenas podíamos ficar deitados no chão ou nos buracos. Eu fui capturado em 12 de maio de 1943 e em setembro já tinha emagrecido mais de 40 kg.

Minha vida foi salva porque um major americano achou nosso campo por acidente. Este major tinha ligação com a Cruz Vermelha e com o controle dos prisioneiros de guerra, e resolveu averiguar o campo, descobrindo as péssimas condições em que nos encontrávamos. Uma centena de prisioneiros estavam inconscientes dos cerca de menos de 2.000 que ainda estavam vivos.

O Major voltou no dia seguinte com duas dezenas de ambulâncias e forçou sua entrada no campo francês, apoiado por uma centena de soldados americanos. O major selecionou entre 100 e 120 dos casos mais urgentes para hospitalização. Afortunadamente eu estava entre estes. Fui colocado em uma ambulância onde deram-me algo para comer. Fomos levados então para Tunis onde nos internaram em um hospital da Cruz Vermelha Alemã.

Pouco depois fomos levados para Casablanca para embarcarmos em um comboio que partindo de Oran se dirigia para os Estados Unidos. Havia seis ou sete navios carregados com prisioneiros alemães. Viajamos em um barco mercante e fomos dos primeiros prisioneiros alemães a embarcar para os EUA.

Desembarcamos em Nova York e depois fomos transportados em um trem confortável de passageiros, algo inédito pois na Alemanha os soldados eram transportados em vagões de carga.

Viajamos por quatro dias e três noites até o nosso destino em Tonkawa, Oklahoma, para um campo de prisioneiros cercado de arame farpado. Ficamos alojados em barracas com capacidade para 50 homens cada.

Durante o período em que estávamos prisioneiros fomos levados a ajudar vários fazendeiros da região na colheita e serviços diversos, no campo e nas cidades.

Quando a guerra terminou eu fui um dos afortunados que retornou para casa quatro semanas após a Páscoa de 1946. Após 1946 nem todos os prisioneiros retornaram diretamente para a Alemanha. Muitos passaram ainda um ano ou mais trabalhando na Inglaterra ou na França.

Fonte: World War II magazine – Setembro 2005. Compilado por Wolfgang Garlipp.

Apresentando a 92ª Divisão Buffalo – Afroamericanos

A tropa brasileira lutou com outras divisões aliadas, contudo, de forma mais destacada, estavam a 10º Divisão de Montanha e a 92º Divisão de Infantaria, conhecida como Divisão Buffalo.

A 92ª Divisão de Infantaria Americana era uma unidade do Exército dos Estados Unidos que combateu na Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial. Organizada em Outubro de 1917, em Camp Funston, Kansas, a unidade era formada por negros americanos e afro-descententes praticamente de todos os estados americanos.

Antes de partir para França em 1918, a divisão foi presenteada com a insígnia dos “Buffalo Soldiers”. O apelido “soldado búfalo” data do final de 1860, quando os soldados negros se apresentaram como voluntários para o oeste americano. Os índios americanos, que encaravam a nova ameaça como “homens brancos pretos”, inventaram o termo “soldado búfalo” como mostra de respeito para um valoroso inimigo. De acordo com uma história, os índios pensavam que os soldados negros, com sua pele escura e cabelos encarapinhados, pareciam búfalos. Outra história diz que o nome vem do couro de búfalo que muitos soldados negros usavam durante os duros invernos no oeste, como um suplemento à seus inadequados uniformes do governo2

Com esta segregação, foi a única divisão de infantaria americana composta por negros, colocada em combate na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, fazia parte do V Exército e serviu na Campanha da Itália de 1944 até o fim da guerra.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as unidades de combate eram racialmente segregadas e muitos deles tinham que provar seu valor para serem aceitos em determinadas companhias. Dos 990.000 negros americanos selecionados para o serviço militar durante a 2ª Guerra Mundial, somente uma divisão negra combateu como infantaria na Europa, a 92ª Divisão de Infantaria. A grande maiorias dos afro-americanos usando uniforme eram designadas para para atividades de construção ou intendência, neste último servindo basicamente na marinha e dentro destes serviços estavam o nada agradável, registro e inventário de sepulturas. O governo alegava que os negros não eram suficientemente motivados ou agressivos para lutar.

Apesar de reconhecida como uma unidade composta de negros, mesmo dentro dela havia segregação começando com os oficiais de primeira linha, onde todos os oficiais superiores eram brancos, ficando os negros com os comandos de segunda linha (oficiais inferiores)

Sob o comando do General de divisão Edward Almond, a 92ª iniciou seu treinamento de combate em outubro de 1942, seguindo para ação na Itália no verão de 1944, subordinada inicialmente à 1 ª Divisão Blindada .

Durante a campanha teriam contato com as tropas francesas e britânicas, nas quais a segregação etnoracial (de negros africanos, marroquinos, argelinos, indianos, gurkhas, árabes e judeus palestinos) também era regra. Também travariam contato com europeus exilados provenientes dos países ocupados pela Alemanha: poloneses, gregos e tchecos; italianos antifascistas; assim como com as tropas da Força Expedicionária Brasileira, que, em vez de segregacionismo, possuíam diversidade étnica.

Depois do desembarque no área continental da Itália em Salerno, em 9 de setembro de 1943, os aliados tinham tentado sem sucesso destruir Kesselring antes de janeiro de 1944. Agora eles mais uma vez esperavam fazer significativos avanços antes das nevascas de inverno que estavam para cair.

Em 1º de setembro, os três batalhões do 370º Regimento, junto com elementos da 1ª Divisão Blindada, cruzaram o Rio Arno e avançaram para o norte por três ou quatro quilômetros. O 370º de Engenharia e o 1º de Engenharia Blindada já haviam limpado os campos minados e preparado o terreno para cruzar o Arno.

Os alemães contra-atacaram com fogo de armas portáteis, metralhadoras e artilharia, enquanto seus elementos avançados começaram a retirar-se em direção à linha Gótica. Os soldados da divisão búfalo avançaram para o norte, além do monte Pisano e atacaram a cidade de Lucca. Eliminaram o restante da resistência inimiga ao longo da estrada conectando Pisa a Luca.

O ataque principal começou em 10 de setembro, e três dias depois os soldados búfalo e os tanquistas da 1ª Blindada estavam na base nos Apeninos setentrionais. No dia 18 de setembro, o II Corpo tinha rompido a Linha Gótica no passo Il Giogo e muitos dos tanques da 1ª Blindada foram enviados para aquela área. O IV Corpo consolidou suas unidades, enquanto mantinha sua seção da linha até tarde no mês, quando patrulhas dos soldados búfalo entraram no Vale do Serchio.

Fonte: Wikipedia

A Política de Repressão da Alemanha nos Territórios Ocupados

Quando se analisa os motivos da Alemanha perder a guerra sempre observamos várias teorias e motivações. Argumentos que explicam a partir da perspectiva estratégica militar, das decisões políticas do regime e até mesmo dos erros pessoais de Hitler. Pouco ou quase nenhum valor é dado para a política de ocupação implementada pela Alemanha nazista. Cada território ocupado havia uma máquina repressão que se instalava, e isso era extremamente custoso para os dominadores. Não por acaso, vários Polizeibattaillon foram criados para ordenar a nação ocupada.

Países como Bélgica, Holanda e França, foram obrigados a manter um governo militar alemão instalado, e mesmo que a França tivesse no sul um Estado sob a administração francesa, na prática era subordinada ao governo militar central e pouca autonomia era dado a administração local. Em muitas regiões da União Soviética os alemães foram recebidos como libertadores, mas a apatia não durou muito. Assim que a repressão iniciou e os movimentos de libertação iniciaram (partisans), os alemães responderam com mais violência. E isso não há como negar, historicamente não há margem para discussões, pois a política externa sob as nações ocupadas era tipicamente de julgo.

Nações como a Polônia estavam sob uma ocupação policial constante. Grande contingentes policiais identificavam, monitoravam e prendiam qualquer um, em qualquer lugar do dia e da noite. Não apenas judeus e outras minorias, mas qualquer um que demonstrasse qualquer ação suspeita.

Mas tudo tem o seu preço. A Alemanha mobilizou milhões de soldados para manter sua máquina repressiva em atividade nos territórios ocupados. Não permitiam que nada não passasse pelo crivo do governo alemão.

No final da contas, Hitler utilizou a guerra para dominar nações, e não soube mantê-las a não ser pelo uso dos mesmos métodos. E isso deve ser observando também para avaliar os motivos da sua queda.

Segue abaixo, uma sequência de fotos que mostrar exatamente o registro de uma ação policial repressiva da SS. Tudo muito bem documentado…

Tropas de Montanha da Alemanha – Tropa de Elite

Quando se fala em tropa de elite a primeira coisa que vem a cabeça são as tropas paraquedistas. No Exército Alemão, as tropas aerotransportadas foram utilizadas em operações na Polônia, Paises Baixos, França e, principalmente, na invasão de Creta. Mas outra tropa de Elite no Exército Alemão que foi muito mais utilizada, era  a 1ª Divisão de Montanha. Criada em 9 de abril de 1938, chamada de 1ª Gebirgsjäger-Division. Participou efetivamente de todos as linhas ofensivas  da Alemanha até ser derrotada na região do Cáucaso.

 Uma divisão extremamente combativa e altamente capacitada em relevos acidentados. Trouxe técnicas de alpinismo profissional voltadas para o combate.

Infelizmente essa tropa participou de uma série de represálias contra civis durante a guerra, principalmente na União Soviética, onde houve perseguição a partisans em cidades locais.

Tomada de Monte Castelo: Uma Solenidade de Reconhecimento Histórico

Muito se fala nesse país em memória curta, em povo sem memória. Contudo, podemos afirmar e testificar que nesse país sempre haverá homens  comprometidas e preocupadas com a preservação histórica. Para tanto, podemos pontuar a solenidade alusiva a Tomada de Monte Castelo realizada no último dia 22 na 7ª Região Militar  – Região Matias de Albuquerque.

 Estavam presentes vários Veteranos da Força Expedicionária Brasileira juntamente com personalidades que prestigiaram a solenidade. Nesta formatura, tão significativa para a história do Exército Brasileiro, os pontos mais marcantes, além das presença dos protagonistas da Batalha, a entrega da Medalha Aspirante Mega. Essa medalha, de grande valor moral e de liderança, já que carrega o nome de um exemplo de liderança militar em combate, foi entregue a homens que se destacaram na vida militar ou em atividades relevantes para preservação da memória da Força Expedicionária Brasileira.

 Além do  próprio Grupamento Aspirante Francisco Mega que tem voluntários em seus quadros que reconhecem a necessidade de chamar a atenção da atual geração para os sacrifícios que outras gerações tiveram que fazer para  a manutenção da liberdade no mundo.

Nada mais justo do que reverenciar e agradecer aos líderes e chefes militares que preconizaram e idealizaram esse belíssimo exemplo de preservação histórica; preservação dos valores que honram a memória daqueles que perderam suas vidas nesta horrível, mas necessário batalha.

7ª Companhia de Comunicações: Uma das Companhias Mais Tradicionais do Nosso Exército

No último dia 25 de janeiro o Major Marcelo Santos Gonçalves passou o comando da 7ª Companhia de Comunicações para o Capitão Glauber Juarez. Gostaria de fazer duas referências ao antigo comandante da 7ª CiaCom e a própria Companhia. Primeiro o Major Marcelo teve uma estreita relação com a Associação de Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco, enquanto esteve no comando da Companhia, e essa aproximação se deu justamente por se tratar de um Oficial de extremo zelo com a importância histórica de sua Unidade, trabalhando arduamente na manutenção dessa história. Inaugurando um Espaço que conta um pouco a história dessa Organização Militar, portanto entramos na segunda referência, o peso histórico da 7ª Companhia de Comunicações. Fundada há 71 anos, a CiaCom cedeu nada menos do 12 valentes militares dos seu contingente para Força Expedicionária Brasileira, pode parecer pouco, mas estamos falando de uma Companhia, portanto foi uma número expressivo de integrantes que ingressaram na FEB. O motivo? A Arma de Comunicações sofreu um novo emprego, deixando de ser uma simples especialização da Arma de Engenharia para fazer parte do Serviço de Comunicações com a 1ª Cia de Transmissões, portanto militares experientes foram deslocados para esse novo e importante Serviço, por isso, a aclamação como Arma do Comando.

Ao amigo Major Marcelo, um profissional dedicado e altamente capacitado, nossos votos de felicidades e sucesso nas suas próximas missões. Ao Capitão Glauber, nossas boas vindas, pois temos a certeza que a ANVFEB-PE e a 7ª Cia Com continuarão a ser guardiães da História da Força Expedicionária Brasileira.

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