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O Papa Pio XII e o Regime Nazista!

Engraçado como a História se repete de forma quase subliminar. O mundo inteiro acompanhou a eleição do Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco (particularmente uma excelente escolha). Logo que iniciou o seu papado, o Bispo de Roma passou a receber criticas sobre sua conivência em relação ao regime militar que governou a Argentina de 1966 até 1983. Como líder da congregação jesuíta, o então padre Bergoglio não fez oposição à repressão militar que se acentuava naquele período.

Essa não é a primeira vez na história que um Papa é criticado por sua atuação perante um regime totalitário. Claro, em aspectos e circunstâncias diferentes, mas que no final das contas, objetivam analisar a posição de um dos símbolos de referência moral do cristianismo, o Papa.

Pio XII foi nomeado para seu pontificado em abril de 1939. O então secretário do Vaticano, o Cardeal Pacelli, nome do futuro Papa Pio XII, era um diplomata e negociador. Durante o período da guerra e após o conflito foi duramente criticado por sua postura em relação ao Nacional Socialismo, quando passou a ser taxado de o “Papa de Hitler”. Pacelli não é acusado apenas de omissão, mas de se envolver diretamente com os objetivos alemães na Europa, já que ele declarava que o comunismo ateísta era inimigo da igreja, portanto o nazismo Alemão, que inicialmente era inimigo declarado das terras de Stálin, surgiu possível aliada da Santa Sé. Uma dessas acusações feitas contra o Papa fora a deportação de judeus para campos de concentração na Eslováquia, que era governado por um Padre Católico. Em 1943 judeus italianos foram também deportados na “janela do papa”, sem que este proferisse qualquer defesa, mesmo com o incentivo do embaixador alemão.  Essas são apenas algumas de tantas outras acusações que foram feitas ao Papa Pio XII, por alguns pesquisadores, entre eles o católico John Cornwell.

Mas é necessário critério na composição de uma visão distorcida do Papa Pio XII. Nenhum registro consolidar a existência de qualquer apoio do Bispo de Roma com Hitler, pelo contrário, sempre houve oposição velada ao regime. Por que velada? As declarações do Papa tinham um grande peso e, por isso, podiam surgir represarias contra católicos nos territórios ocupados. Chegou um momento da guerra que o próprio Pio XII se tornou refém de Hitler. Trava-se de um Chefe de Estado sem um Exército, como a máxima do ateu Stálin: “O Papa? Quantas Divisões ele comanda?”.

O mundo passava por uma crise de valores e tudo era relativo, inclusive a fé!  Neste período o que realmente importava era o poder bélico. Portanto, por mais atributos morais que revestem a figura de um Papa, nada é válido perante o poder e ganância das conquistas das nações.

Assim como o Papa Francisco, Pio XXI deve ser julgado com parcimônia e através de uma justa análise histórica, sem qualquer predisposição em uma possível condenação.

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