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Quando a Estupidez Humana Alcança as Crianças
Quando o fim da guerra chegou na Alemanha, as forças soviéticas que atacam implacavelmente Berlim desde 21 de abril de 1945 tinham uma missão: achar Hitler, vivo ou morto! Todos queriam os louros de encontrá-lo. Finalmente encontraram o bunker onde ele se protegeu desde o início da ofensiva contra a capital alemã, mas não foi possível, pelo menos no primeiro momento, encontrar o corpo do ditador. Infelizmente, uma triste imagem chocou aqueles soldados cansados de presenciarem o horror da guerra. Os corpos de seis crianças, intactas em suas camas, como se estivessem dormindo. Era os filhos de Joseph e Marta Goebbels. Em um último ato de extrema estupidez Marta e o marido, envenenaram todas os seus filhos enquanto eles dormiam.. Cometeram suicídio depois. Uma cena horrível, mesmo no meio daquele caótico mundo. As crianças Helga Susanne, Hildegard, Helmut Christian, Hedwig Johanna, Holdine Kathrin e Heidrun Elisabeth, todas entre 04 e 13 anos de idade. Essa bestialidade foi confessada por Magda, não fazia sentido os filhos viverem em um mundo que não fosse o nacional-socialismo, declarou poucas horas antes.
Na semana e que o Brasil comemora o Dia das Crianças, que possamos refletir sobre as crianças levadas pela estupidez, brutalidade, imbecialidade humana quando, ao invés de protegermos as crianças, somos agentes de suas desgraças.
Final de 1944: Hitler Acreditava em Vitória Militar?
No final de 1944, a Alemanha não tinha nem mesmo a sombra das forças que tivera três anos antes. Neste período, a Wehrmacht tinha passado de uma guerra ofensiva para um dispositivo estático defensivo em todos os fronts. Em dezembro de 44, as forças alemães se preparavam para última ação ofensiva da guerra para eles. A Unternehmen Wacht am Rhein (“Vigília sobre o Reno”). A questão é: o que Hitler queria afinal?
Esquecendo a formação estratégica dessa operação, mas tentando entender o que uma ofensiva no ocidente iria proporcionar para a Alemanha naquela fase da guerra, levando em consideração que os soviéticos já avançavam sobre território alemão.
Uma pista interessante que pode lançar uma luz a mentalidade do Führer é a argumentação do autor Lev Bezymenski (1968). Sua análise é embasada nos contatos que alta cúpula nazista, com o aval de Hitler, mantiveram com empresários suíços para realizarem um elo com altos funcionários do governo inglês para uma paz negociada. Segundo o autor, os contatos foram realizadas no segundo semestre de 1944 e nos termos da paz, proposto pela Alemanha, o governo alemão ratificava a permanência do sistema de governo atual, inclusive com a manutenção de Hitler no poder. Esse era o principal medo da União Soviética, uma paz negociada dos ocidentais em separado. Embora cogitada, os anglo-americanos não admitiam a manutenção do governo nazista na Alemanha, nem tão pouco a permanência do líder alemão. Hitler ao saber da completa rejeição dos ocidentais afirma: “Eles vão saber que não podem realizar a paz sem mim!”.
Portanto, levando em consideração a análise de Bezymenski, a Ofensiva das Ardenas foi uma tentativa de provar aos ingleses e americanos que a Alemanha ainda tinha condições de resistir e abrir ofensivas contra os Aliados, forçando uma saída negociada, pelo menos no ocidente, para então, se concentrar na luta contra os soviéticos.
Hitler jogou, apostou e perdeu. Sua atitude enfraqueceu o leste, e desperdiçou excelentes tropas; tropas que seriam imprescindíveis na contenção dos exércitos soviéticos. Tudo que ele queria aquele momento era parar o avanço sobre a Alemanha, cessando bombardeios e, se possível, jogar os americanos e ingleses contra os soviéticos.
Mas, no final das contas, nem mesmo ele acreditava em uma vitória militar.
Berlim, A Última Fronteira – Parte II
Sempre que penso na Batalha de Berlim, em abril de 1945, não consigo deixar de analisar duas perspectivas.
Primeiro, a da população civil. O que fazer? O que se ouvia da Besta Vermelha que destruía e matava tudo e todos no leste, causava um medo terrível, um desespero. Por isso, muitos migraram para sul com o objetivo de se entregar a forças ocidentais. E levavam o que podiam, o que tinham condições de carregar em carroças e animais de tração, afinal, combustível era um luxo impensado. Essa mesma população de Berlim estava exaurida pelo bombardeios sistemáticos, pelo desabastecimento, pela falta de estruturas públicas básicas. Claro, em comparação com outras cidades destruídas e ocupadas, nada de extraordinário. Há muito ninguém mais acreditava naquela guerra, quase todos os berlinenses perderam parentes nos diversos fronts que a nação alemã lutou. A Lebensraum (Espaço Vital), tanto difundida nas doutrinas nazistas, para uma população alemã pura, se tornou um paradoxo a partir do 21 de abril, quando as forças soviéticas chegam a cidade e nenhum alemão sairia da cidade até tudo ter acabado.
A segunda foram os soldados restantes que defenderam Berlim e lutaram até o fim. Sem nominar unidades militares ou comandantes, mas pontuando apenas soldados inexperientes recrutados entre crianças que nunca tiveram formação militar ou veteranos mutilados com velhos soldados da Primeira Guerra. Muitos, obrigados a lutar ou a morrerem enforcados. E não foram os poucos que foram dependurados em postes para intimidar aqueles que ousassem não defender o último bastião nazista.
E assim. milhares de homens, mulheres e crianças tiveram que conviver por anos, não apenas com a derrota, mas com as consequências do resultado de uma guerra que, na sua maioria, eles não entendiam e não participaram.
- Agora, mais do que nunca:Heil Hitler!
- você quer Berlim – mas Moscou recebe você
- Um Povo, Uma Nação, Um Líder
- Um Povo, Uma Nação, Um Líder
- Viva o Führer!
- Idem
- Protejam nossas crianças e mulheres …(quem quiser ajudar nessa tradução)
- Façamos: A Vitória Total!
- Ouvintes Inimigos e Propagadores de Boatos da traição nacional encontram a morte (melhor tradução)
- Luta ou Caos!
- Lutar e Vencer, apesar do Terror!
- Vamos vencer, acreditamos em Adolf Hitler e no Reich Alemão
- Para o Povo
- Viva Nosso Líder, Viva a Alemanha
- Berlim ainda é Alemão
- Nós nunca nos renderemos!
- Rendição? Não!
- Führer, vamos continuar seguindo você
- Uma Povo, Uma Nação, Uma Líder
- Vitoriosos apesar do Terror
- 1918? Jamais Novamente!
Berlim de 1945 a 1989 – Do Fim da Seguda Guerra ao Fim da Guerra Fria
Berlim, após a queda do nazismo serviu de parâmetro para a divisão do mundo, segundo duas visões ideológicas e, por isso, nunca deixou de estar sob os olhares do mundo por décadas.
Fruto da conquista entre potências completamente opostas em relação a sistemas políticos, já que Hitler conseguiu a proeza de unir um Estado totalitário Comunista com potências democráticas como Inglaterra e Estados Unidos, essas mesmas potências protagonizaram uma guerra diferente da travada da década de quarenta, a chamada Guerra fria, foi uma corrida armamentista que por várias vezes colocou a própria existência da humanidade em risco. E Berlim foi sempre o centro nervoso desse processo, a cidade que foi, inicialmente dividida em setores e teve um comissão Aliada governando a cidade, passou a ser dividida entre o lado ocidental e o lado comunista, e na década de 60 teve sua divisão materializada através de um muro, que dividiu a cidade e seus cidadãos. Ideologicamente podemos dizer que a Alemanha não se recuperou da sua derrota, mesmo depois de passados mais de 60 anos. Pessoas nasceram e morreram convivendo com o fardo das disputas dos despojos de guerra que foram disputados pelas Repúblicas Soviéticas e as nações capitalistas. Essa disputa por Berlim, e pela divisão trouxe para a própria Alemanha uma divisão de seu povo que colocou o país com duas realidades tão distintas e inexoravelmente opostas quanto à separação de famílias inteiras. Segue abaixo um pequeno resumo dessas histórias através de fotos:
A Batalha por Berlim – I Parte
A batalha por Berlim foi talvez a batalha mais feroz da Segunda Grande Guerra. Os invasores russos em grande número, com armas pesadas e um ódio amargo com a Alemanha. Os defensores: alguns remanescentes tristes de uma outrora temida força armada alemã, mas agora dependia de velhos e meninos armados principalmente com Panzerfaust.
A luta foi amarga. Os alemães estavam lutando por suas vidas e poucos por ideologia. Nesses dias coisas brutais aconteceram nos últimos dias de abril, em Berlim de 1945.
O capítulo final do Terceiro Reich começou em 16 de abril de 1945, quando Stalin desencadeou o poder brutal de 20 exércitos, 6.300 tanques e 8.500 aeronaves, com o objetivo de esmagar a resistência em Berlim. Por acordo prévio, os exércitos aliados (posicionados a aproximadamente 120km a oeste) interrompeu seu avanço sobre a cidade a fim de dar aos soviéticos uma área livre. As forças alemãs bastante debilitada, colocou tudo que pode para defender e repelir os ataques russos, mas acabou sucumbindo à força esmagadora do exército vermelho. Em 24 de abril, o exército russo cercou a cidade lentamente, apertando o seu domínio sobre os defensores nazistas restantes. A luta foi de rua em rua, de casa em casa, as tropas russas abriam caminho em direção a chancelaria de Hitler no centro da cidade.
Dentro do bunker subterrâneo Hitler viveu amargurado em suas últimas horas. Casou com sua amante de longa data e, em seguida, cometeu suicídio. Acabara o Terceiro Reich de Mil anos.
Dorethea Von Scheanenfluegel tinha 29 anos de idade e morava com a mãe em Berlim. Ela juntamente com seus vizinhos estavam no apartamento para aguardar o fim que se aproximava – a única esperança era que os Aliados ocidentais chegassem antes dos russos.
“Sexta-feira, 20 de abril, o rádio anunciou que Hitler tinha saído de seu bunker à prova de bomba para conversar com meninos de 14 a 16 anos de idade, que se ofereceram voluntariamente para morrerem em defesa da cidade. Que mentira! Estes meninos não eram voluntários, mas não tinha escolha, porque os meninos que foram encontrados escondidos eram enforcados como traidores pela SS, como um aviso de que, quem não teve coragem de lutar tinha que morrer. Quando não havia mais árvores para enforcamento, começaram a usar os postes de luz. Eles estava pendurados por toda parte, militares, civis, homes, mulheres, cidadãos comuns, que tinha sido executados por fanáticos seguidores de Hitler”.
AGUARDE O PRÓXIMO POST…
Berlim 1945 – Destruição e Recomeço
Os ataques contra a cidade de Berlim foram retratados aqui no blog várias vezes, contudo as fotos publicadas agora e anteriormente são apenas uma pequena parcela do sofrimento que os berlinenses sofreram. O início da tomada da capital alemã foi apenas o começo de ciclo de mudanças que cometeram a cidade, tornando-a um grande símbolo das disputas entre as potências ocidentais nos próximos cinquentas anos depois da queda do nazismo.
Cabe aqui colocar o bravura dos cidadãos berlinenses que sofreram com todos os revés e excessos cometidos pelos exércitos de ocupação, as privações eram muito mais do que as de alimento, e sua unificação só se tornaria possível 1989, ou seja, Berlim só voltaria a ser uma cidade completa 44 anos após a sua rendição completa.
Berlim – A Divisão de Uma Cidade Derrotada!
É criada a Comissão de Controle Aliado para administrar a Alemanha derrotada, e em 05 de junho de 1945 é realizado encontro dos Aliados para emitir a primeira Declaração Oficial. Ficou decidido que a Alemanha iria ser dividida em quatro zonas de ocupação. Berlim seria administrada por um governo Aliado. Os quatro membros da comissão são o Marechal Bernard Law Montgomery, o general Dwight Eisenhower, o marechal Zhukov Gregor e o General Jean de Lattre de Tassigny.
O General de Lattre viaja para Berlim para participar do encontro. Em um campo de pouso, ele é cumprimentado por dois generais soviéticos, uma guarda de honra e um desfile da infantaria do Exército Vermelho.
Os membros da comissão, em seguida, se encontram no QG das forças soviéticas para assinar o acordo que cria as zonas de ocupação aliadas.
O General de Lettre, acompanhado pelo marechal Zhukov e vários militares e civis, visitam os manumentos danificados da cidade, como a Embaixada da França, o Portão de Brandeburgo e Unter den Linden Avenida.