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Bunker – As Fortificações do Dia D e Outras

 A propaganda alemã divulgou a ideia de que havia construído uma barreira intransponível no litoral de toda a França iniciando na fronteira com a Espanha até a Noruega, dando-lhe o nome de Muralha do Atlântico. Durante os anos de 1942/1943 o sentimento de inexorável aumentou quando no segundo semestre de 1942 uma tentativa de desembarque em Dieppe na França foi violentamente repelida pelas unidades alemãs ali dispostas. A propaganda exultava em relação as grandes unidades de artilharia de costa disponíveis em toda a extensão da Muralha, bem como o contingente de um milhão de soldados prontos para serem colocado em ação em caso de um desembarque.

 Entre as concepções de guerra estática estavam bunkers interligados e fortes o suficiente para resistirem a grandes ataques aéreos e dos fogos de artilharia vindo do mar. Essas fortificações interligadas entre si por túneis e vielas, se estendiam por toda a costa até os grandes centros urbanos e locais mais afastados, onde a artilharia alemã poderia atacar com certa segurança os possíveis desembarques.

 No início de 1944, o Marechal de Campo Erwin Rommel, nomeado para a repelir uma possível investida aliada, realizou uma visita por toda a extensão da Muralha do Atlântico, constatando “inexorável” era mais um pomposo adjetivo de propaganda do que algo realmente real. E a partir de sua visita melhorias nas fortificações e nos dispositivos de defesa foram realizados para concretizar sua frase que caracterizaria o dia da invasão como “O MAIS LONGO DOS DIAS”.

 Segue abaixo uma demonstração dos Bunkers erguidos pelos alemães. Na verdade arguidos pelos nativos por ordem dos alemães

Cronologia de um Massacre – Dieppe – O Dia D que fracassou!

1942 – 20 maio:

Tropas Canadenses da 2º Divisão de Infantaria começam a treinar na Ilha de Wight para Operação Rutter, um ataque anfíbio contra o porto francês de Dieppe, ocupada pela Alemanha. A Rutter fica marcada para 7 de julho.

7 de julho – O ataque é adiado por causa das más condições de tempo e mar. Debates seguiram sobre a operação, se deveria ou não ser cancelada completamente. Ao invés disso, o Vice-Almirante Mountbatten manteve o plano, sob o nome de Operação Jubilee.

19 agosto – A Operação Jubilee é lançada usando uma força de 4.962 soldados canadenses, mil soldados britânicos e 50 soldados americanos da tropa de choque transportada por 237 embarcações.

3H48 – Parte da força de desembarque tem contato com um comboio alemão horas antes do desembarque, perdendo o elemento surpresa em setores-chave ao longo de 10 milhas de front.

4H30 – Unidades canadenses promovem ataques pelos francos contra baterias e posições alemães costeiras, em Varengeville, Pourville, Puys e Berneval. Os desembarques em Varengeville e Pourville são feitos sem oposições, e em Berneval, um pequena seção do Comando Nº 3 consegue manter em silêncio as baterias, por cerca de 90 minutos. Em Puys, unidades da Royal Regiment do Canadá e da Black Watch têm sérias perdas na praia.

5H20 – O principal ataque tem início no setor central. Unidades alemãs estão agora em alerta máximo, sabedoras dos ataques pelos francos. As unidades do 14º Regimento de Tanques do Exército, do Regimento Escocês Essex, e do Royal Hamilton Light Infantary ao desembarcar são recebidos por forte fogo de metralhadoras. Os blindados desembarcam na praia 15 minutos depois, porém, 15 dos 27 veículos são abatidos ou não conseguem atravessar os bancos de cascalho e as barreiras colocadas junto ao mar.

11H00 – 14H00 – Tendo sofrido enormes perdas e feito pouco progresso, as forças Aliadas se retiram de Dieppe. Por volta das 14h00, os soldados sobreviventes são evacuados em uma operação desesperada, deixando para trás 3.367 mortos, feridos ou prisioneiros.

O QUE ACONTECIA NO MUNDO:

15 AGOSTO 1942 – Churchill e Stalin se encontram em Moscou para discutirem opções estratégicas para operação no norte da África e para abertura de um segundo Front no continente europeu.

17 AGOSTO – 12 bombardeiros americanos AF Flying Fortress destroem a ferrovia de Rouen, na França. Foi o primeiro ataque conduzido por bombardeiros americanos na guerra. Todos os aviões e tripulação retornaram ilesos para as bases na Inglaterra.

19 AGOSTO – Tropas australianas da 7 ª Divisão entram na campanha em Nova Guiné, com desembarques anfíbios em Porto Moresby.

21 AGOSTO – O líder do governo colaboracionista francês Marechal Pétain, cumprimenta as forças alemãs por derrotar as forças Aliadas no ataque a Dieppe.

22 AGOSTO – O Brasil declara guerra contra a Alemanha e Itália. A declaração se deu em consequência do afundamento de vários navios brasileiros, provocados por submarinos alemães. O Japão foi excluído dessa declaração.

Desastre em DIEPPE – O Dia D que fracassou!

A Operação “Jubilee”, a incursão em Dieppe, foi a maior operação de seu tipo levada durante a Segunda Guerra Mundial, antes do Operação Overlord. Dez grandes unidades militares tomaram parte  – a maioria formada por canadenses. As perdas foram pesadas, e somente uma das formações cumpriu seu objetivo, mas a operação teve êxito em responder uma questão vital que vinha incomodando os Aliados desde Dukerke, quando pela primeira vez se percebeu que para derrotar Hitler e tudo que ele significava, uma invasão da costa francesa teria de ser efetuada. A questão era: seria possível capturar um porto francês durante os primeiros dias de invasão? A tentativa de capturar Dieppe,  foi feita por seis batalhões e um regimento blindado da 2ª Divisão Canadense, desembarcando em Puys, Pourville e nas praias de Dieppe, entre essas duas vilas. Porém, de cada lado do costa havia uma bateria de canhões de defesa, os quais eram capazes de explodir na água todo o navio que se aproximasse da margem. Para lidar com esse problema, dois Comandos Britânicos foram enviados – o Nº 4 pelo oeste, para destruir as baterias em Vesterival-sur-Mer e Verengeville, e o Nº 3 pelo leste, para destruir os de Berneval.

Desembarques Canadenses

Em 8 de agosto de 1942, 252 embarcações partiram de quatro portos ingleses ao sul, os nove navios com a infantaria carregavam homens da Essex Escocesa e da Royal Hamilton Light Infantary para desembarcar em praias diante do Cassino Dieppe; da Shouth Saskatchewan  Regiment e da Queen’s Own Cameron Hightlanders of Canadá para desembarcar em Pourville; e o Royal Regimento of Canada para desembarcar em Puys. O 14º Batalhão de Tanques do Exército Canadense e os Fuzileiros Mont-Royal iriam desembarcar para dar apoio ao ataque em Dieppe, enquanto que o Comando ‘A’ da Royal Marine iria dar assistência na captura de promontórios que dominavam as praias abertas.

Ataque Convencional

 

Às 13h35 de 19 agosto, os comboios partiram para seus objetivos, os homens estavam prontos em suas embarcações de desembarque. Uma aproximação do litoral, aparentemente sem ser notada, estava em progresso. Então, um clarão de fogo no flanco esquerdo revelou que o Comando Nº 3 havia encontrado um navio inimigo fora do Berneval, e em poucos minutos, todas as defesas inimigas estavam em alerta. Todavia, no franco direito as tropas do Comando Nº 4 estavam levando em diante um ataque convencional. Eles desembarcaram na hora marcada, estava em terra firme e se aproximavam de seu alvo principal, de duas direções às 5h40, haviam destruído um ninho de metralhadora às 06h07 e às 06h30 atacaram a bateria principal. As cargas explosivas foram instaladas, os canhões inutilizados e o Comando Nº 4 estava de volta a sua embarcação e retornando para casa às 07h30. No extremo leste, o Comando Nº 3 havia emergido de uma batalha contra os navios inimigos. Muitos espalhados, e somente uma tropa de 17 homens e três oficiais estava em terra firme pontualmente. Porém, eles tanto fustigaram seu alvo, a Bateria Goebbels, com franco-atiradores e fogo de canhões Bren, que os canhões deles nunca participaram do ataque principal que estava ocorrendo em Dieppe. Porém, entre esses dois comandos de ataque, um desastre total aconteceu com os canadenses. Quer os alemães tenha recebido informações antecipadas sobre a Operação ou não (e haviam evidências que eles receberam), eles haviam se antecipado a uma tentativa de desembarque nas praias de Dieppe, se preparando meticulosamente para ele. Pesadas metralhadoras foram instaladas e cultas e espalhadas e um emaranhado de arame farpado espalhava-se pelas praias, entre o mar e o passeio, e quando os desesperados sobreviventes do primeiro desembarque mergulhavam na areia e se protegiam, morteiros eram despejados entre eles com tal precisão que apenas seria conseguido com uma cuidadosa preparação. Franco-Atiradores acertavam todos que demonstravam liderança, tanto que nenhum oficial de comando nem os poucos comandantes de companhias sobreviveram naquela manhã, e a batalha se tornou uma série de ações desesperadas e individuais; a maioria foi morta assim que seus propósitos eram recebidos – e os pequenos grupos eram rapidamente isolados.

Presos nas praias

O ataque em Dieppe começou no raso mar e morreu na praia. Os Essex Escoceses e os Royal Hamiltons enfrentaram tal poder de fogo que não se sabe se algum deles sobreviveu, chegou aos campos de prisioneiros e depois voltou para casa. As embarcações com tanques que tentaram lhes dar apoio eram arruinadas assim que emergiam da fumaça tão logo que as rampas baixavam. Mesmo assim, 27 tanques alcançaram o litoral e seis deles atravessaram o arame farpado e alcançaram o passeio. Um subiu as escadas do Cassino, e três andaram ao longo do passeio disparando contra o inimigo até acabar a munição: no final, todos estavam destruídos e suas tripulações mortas. Ignorando a verdadeira situação, o comando enviou reservas dos Fuzileiros Mont-Royal e da Royal Marine: porém, sem qualquer benefício, esses homens foram virtualmente desperdiçados. Por volta das 09h00, a verdadeira situação havia sido descoberta e foi feita uma tentativa de retirada. A Esquadra Naval tentou desesperadamente retirar os homens das praias, mas os sacrifícios foram pouco recompensadores; no começo da tarde do dia 19 de agosto, os navios finalmente se retiraram para fazer o caminho de volta , deixando para trás 215 oficiais canadenses e 3.164 soldados, 279 oficiais da Royal Navy ou oficiais de comando e outros 726 britânicos de outros postos e graduações. Também retornaram com a resposta para questão vital. Era um ressonante “Não!” Se um porto era necessário nos primeiros dias da invasão, então os Aliados deveriam levar um com ele.  Experiência aplicada apenas em outra Operação, chamada de Overlord – Dia D.

Categorias:Dieppe, Guerras, História
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