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Archive for the ‘Front Russo’ Category

Stálin – Exemplo de Ditador Sanguinário

Joseph Stálin sem sombra de dúvida foi um dos maiores genocidas que já passaram pela terra! Com sua ascensão ao poder em 1922, adotou uma política ditatorial que, abertamente, caçava seus opositores e matava seu próprio povo em uma escala jamais vista pelos próprios soviéticos. Em nome da Revolução, matou concorrentes dentro e fora do País, como Trotsky (Conheça mais sobre a Trotsky) .

Quando eclodiu a guerra, o velho georgiano se aliou a Hitler na primeira oportunidade e, posteriormente, ao ser atacado durante a Operação Barbarossa, se aliou aos seus antigos inimigos. Durante o desenrolar da Guerra pela Pátria Mãe, Stálin não hesitava em executar generais que desobedeciam suas ordens ou deixar seu povo para trás quando as tropas inimigas tomavam as cidades soviéticas.

No final das contas, não estamos colocando em check a ideologia que culminou na Revolução Russa, mas no personagem histórico que, comprovadamente, dizimou seu próprio povo durante quatro décadas.

Quer saber mais Stálin? Stálin: Ditador, Fato!

Hitler era mesmo Vilão?

Curiosidades:

 Stálin adotou esse nome após a Revolução. Durante sua juventude em Tiflis era conhecido como “KOBA” em homenagem ao protagonista do romance Robin Hood, de 1883, esse era seu codinome favorito ao longo de sua vida revolucionária. Entre os mais próximos, o futuro líder da URSS, era conhecido como “SOSO, uma forma diminuta georgiana para Ioseb (Joseph). Alguns historiadores sustentam que a palavra em georgiano antigo para “aço”, o que leva a crer a escolha de Stal (aço) com o sufixo possessivo russo IN, ou seja Stálin. Os bolcheviques alteram seus nomes dessa forma, incluindo LÊNIN.

Ninguém sabe ao certo a data de nascimento de Joseph Stálin. Iosif Dzhugashvili, nome de batismo do futuro ditador soviético, segundo registros encontrados na Igreja Uspensky, Gori, Georgia, nasceu no dia 06 de dezembro, contudo, confunde-se com 18 de dezembro de 1878. O próprio Stálin deixou seu currículo no início do século XX com 18 de dezembro. Mas Stálin é STÁLIN e, em 1922, quando assumiu o poder, alterou a data de seu aniversário para 21 de dezembro, para que a União Soviética pudesse celebrar.

Stálin escrevia cartas curtas para sua mãe. Ela, na velhice, perguntou para Stálin: “Quem você agora?”, ele respondeu: “Lembra do Czar?” – “lembro”, respondeu ela. “Eu sou como o Czar”. Ela finalmente responde: “Seria melhor se fosse padre!”.

 

 

 

Operação Barbarossa – Uma Nova Frente

O principal medo para o soldado alemão era o mesmo que sempre acompanhou todos os combatentes através dos tempos: será que ele sobreviveria tanto em corpo quanto em mente para a próxima batalha? Sobre esta expectativa incerta, havia tempo suficiente para se preocupar durante as longas viagens para o front. Essas poderiam durar semanas já que os avanços dos exércitos alemães penetravam cada vez mais no interior da Rússia em 1941. Porém, os trens-hospital ofereciam as primeiras perspectivas dos desencantamentos que estavam logo à frente ao transportarem tropas que se dirigiam naquela que era a difícil viagem para a retaguarda. O soldado alemão Breno Zeiser, motorista de uma unidade de transporte, de início tinha uma visão ingênua. Durante seu treinamento, ele e seus companheiros foram alimentados com uma dieta de proclamações vitoriosas no rádio os quais lhe fizeram acreditar, arrogantemente, que:

“Qualquer idiota sabe que é necessário ter perdas, você não faz uma omelete sem quebrar ovos, mas nós vamos lutar pela vitória. Além disso, se qualquer de um de nós realmente acabar por deter uma bala, será a morte de um herói. Então gritemos ao máximo HURRA, vamos lá, atacar, HURRA!”

As primeiras visões dos trens-hospital retornando do front rapidamente dissiparam este patriotismo de HURRA.

“Os enfermeiros começaram a trazer os rapazes com membros amputados, uniformes cobertos de sangue, uma monte de curativos, o tecido encharcado de vermelho nas pernas, braços, cabeças e torsos além daquela agonia a qual não necessariamente precisa ter sangue: rostos desconfigurados com olhos profundos.” Um dos soldados que estava no trem lhe disse o que os esperava:

“De acordo com ele, era bem sombrio. Os Vermelhos estavam lutando desesperadamente e nós tivemos muitas baixas. Mesmo assim, o avanço continuava com rapidez, mas a um preço o qual deixava claro de que nós não poderíamos saber qual seria já que os russos tinham muito mais homens do que nós, mas muito mais.”

 

Stálin: Ditador, Fato!

Já publicamos muita coisa sobre a União Soviética neste BLOG, basta pesquisar um pouco aqui que o internauta encontrará um acervo bastante volumoso de fotografias e artigos sobre a atuação da União Soviética, seu povo, seu exército e seus líderes, ou melhor, seu líder. Exatamente neste ponto gostaria, mais uma vez, refletir, tendo em vista o reavivamento de comunismo “renovado”, mais “light” e voltado para países que atualmente frutificaram a base da filosofia vermelha a partir dos moldes consolidado pelo georgiano Stálin.

Primeiro o Comunismo constituído e concebido pela Revolução Bolchevista de 1917 que tornou a Rússia uma “República do Proletariado  ” em nada tem a ver com o sistema ditatorial perpetrado por  Josef Stálin a partir de 1922, e que perdurou até o seu falecimento em 1953. Portanto, não estamos falando do comunismo em si; falamos de um ditador sanguinário que exerceu com mão de ferro sua posição, exterminado seus inimigos e oprimindo ao extremo seu povo. Provas e argumentações a favor desta visão do perfil brutal do senhor Stálin são vários e vários, muitos desses já publicamos aqui mesmo no BLOG.

Contudo o que queremos refletir é a questão da separação da ideologia da interpretação histórica. Não é possível que possamos compreender períodos e personagens históricos através da visão ideológica. Isso é um golpe cruel contra a Ciência História. Querer interpretar e explicar fatos históricos e seus envolvidos à luz da visão ideológica torna nula qualquer tentativa de compreender a dimensão do passado e seus ensinamento para o presente e o futuro da humanidade. Outro agravante severo é quando defendemos cega e sistematicamente as ações e erros de lideres do passado, por mais cruel que possa parecer, tornado-nos tendenciosos e desprovidos de embasamento historiográfico. Alguns jovens idealistas defendem o senhor Stálin como se ele próprio  fosse a representação máxima do comunismo, achando que estão argumentado contra o imperialismo capitalista. Isso é um erro.

Mais uma vez repito um episódio já publicado anteriormente:

Nikita Khrushchov realizou uma entrevista coletiva para expor a União Soviética os números de mortos e desaparecidos durante todo o regime de Stálin. Durante a entrevista um dos repórteres bradou a pergunta: “Por que as acusações só foram divulgadas depois da morte de Stálin?”. Khrushchov  interrompeu a entrevista e perguntou quem estava fazendo a pergunta. Ninguém se levantou. Khrushchov  responde: “Pela mesma razão que o senhor não se manifesta: MEDO”.

 Abaixo uma série de exemplos do vigor russo, independente de regime, lutou pela sua terra.

Tanques Alemães na Frente Oriental – Visão Completa

 A primeira aparição do Tiger na frente oriental foi um fracasso. Os primeiros Tigers foram enviados ao 1º pelotão do 502º batalhão de tanques pesados (Schwere Panzer Abteilung 502). No dia 29 agosto 1942, os quatro Tigers chegaram à estação de trem de Mga próxima a Leningrado. Durante as primeiras horas da manhã os Tigers foram descarregados e preparados para o combate. Por volta das 11:00 da manhã, os Tigers entraram em suas posições de batalha. O Major Richard Merker comandou o pelotão, que incluía quatro Tigers, seis PzKpfw III Ausf. L e J, duas companhias da infantaria além de diversos caminhões da unidade de sustentação técnica. Um representante da firma de Henshel – Hans Franke acompanhou esta unidade num VW Kubelwagen que vinha atrás do primeiro Tiger. O Ataque foi um imenso fracasso, o terreno era lamacento, inadequado para o emprego de carros pesados como o Tiger, que atolavam com facilidade.

A infantaria russa recuou e sua artilharia abriu fogo pesado para cobrir as tropas. A unidade principal de Merker se dividiu em dois grupos atacando por duas estradas paralelas. O primeiro Tiger foi rapidamente imobilizado graças a uma falha da transmissão. O segundo foi abandonado poucos minutos depois devido a uma falha no motor. Apesar do fogo russo, o representante de Henshel começou inspecionar os tanques, rapidamente Merker se aproximou com seu Tiger e disse que o terceiro tanque estava fora de combate graças a uma falha no controle de direção. Durante a noite, todos os três Tigers danificados foram evacuados usando nove tratores Sd kfz (três por tanque!). Felizmente para os alemães, os russos não puderam organizar nenhuma ação para capturar os tanques abatidos.

Após a inspeção, as peças de reposição para os Tigers foram entregues pela fabrica da Henshel de Kassel em 15 de setembro todos os quatro Tigers estavam recuperados e preparados para a ação. A segunda ação dos Tigers não foi melhor do que a primeira. No dia 22 setembro, quatro Tigers, reforçados pelos tanques PzKpfw III, foram designados para acompanhar a 170ª divisão de infantaria no ataque ao exército soviético. O terreno arenoso tornou-se um verdadeiro lamaçal após as chuvas, o Major Merker se opôs ao uso dos Tigers nesta operação. Depois de uma ordem direta de Hitler, os Tigers entraram em combate. Logo após o ataque começar, o primeiro Tiger recebeu um impacto nas placas de blindagem frontais. O obus não penetrou, mas o motor parou e não havia tempo para reiniciá-lo, a tripulação abandonou o Tiger jogando granadas de mão no compartimento de combate, outros três Tigers alcançaram as trincheiras russas, mas foram danificados rapidamente pelo fogo cruzado da artilharia da russa enquanto atolavam no terreno lamacento. Mais tarde, os três Tigers foram evacuados, e os coordenadores alemães destruíram o quarto para evitar sua captura.

Os Tigers foram bem sucedidos em sua terceira batalha. Em 12 janeiro 1943, o 502º deu suporte à 96ª divisão de infantaria num ataque de tanques russo. O saldo foi que quatro Tigers destruíram 12 tanques T-34/76, obrigando os soviéticos a recuar. Em 16 janeiro, os russos capturaram seu primeiro Tiger durante um ataque alemão perto do Shlisselburg no front de Leningrado. O tanque capturado foi entregue imediatamente ao campo de provas de Kubinka onde foi inspecionado por engenheiros russos.

von Legat: “Camaradas, nós temos a arma perfeita, isso não será só um ataque, será uma caçada de ‘Ivans’.”

Em 1943, o exército do vermelho não tinha nenhuma arma comparável em poder de fogo ao canhão do Tiger, o 88 mm KwK 36 L/56 ou a sua blindagem pesada. Para o combate aproximado, a infantaria vermelha tinha os rifles antitanque PTRD-41 e PTRS-41 que disparavam granadas incendiárias de 14,5 mm com núcleos de tungstênio. Esta arma não podia bater um Tiger, mas, nas mãos certas, podia destruir os dispositivos óticos dos tanques ou danificar sua suspensão. Mas nos encontros entre a infantaria vermelha e tanques pesados alemães, os soviéticos fizeram largo uso de panzerfausts capturados.

Rundstedt: “Os tanques pesados russos representaram uma surpresa em qualidade e confiabilidade, desde o principio.” “

A artilharia era a arma principal do exército vermelho. Nem todos os tipos de canhões russos podiam penetrar a blindagem espessa do Tiger, mas concentrar o fogo de todos os canhões disponíveis nos tanques poderia danificá-los, podendo causar quebras no motor ou mesmo a detonação da munição. O canhão ZIS-3 de 76.2mm, usando munição antitanque poderia penetrar a blindagem lateral do Tiger (em distancias de 300-400 metros) ou destruir uma das esteiras. Por sua baixa mobilidade, o Tiger se tornava um alvo fácil para os canhões antitanque russos. Somente o canhão antiaéreo de 85 mm ou a versão A-19 de 122 mm podiam destruir o Tiger em distâncias maiores. Os soviéticos produziram muitos canhões antitanque, com diâmetro superior a 100 mm até o final da guerra.

Otto Carius: “Os americanos, – Que eu conheceria mais tarde na frente ocidental, não podem ser comparados com os russos. Os “Ivans” ateiam fogo em nossas posições com todos os tipos da artilharia, morteiros leves e pesados. Nós não podíamos sair de nossos abrigos a fim de checar nossos Tigers. Não é de estranhar que os russos quebrem facilmente nossa linha de frente após tal bombardeamento.”

Otto Carius: “A destruição de um canhão antitanque pode custar um par de tanques, eles são pequenos bem camuflados, esperando os tanques para uma emboscada. Geralmente enquadra-se o tanque no primeiro tiro. Se os artilheiros forem hábeis, podem bater os Tigers. Se não destruírem seu tanque com o primeiro disparo, não há tempo para fugir do segundo.”

Michael Wittmann : “É bem mais difícil achar um canhão antitanque do que um tanque propriamente dito, eles podem nos acertar várias vezes até os localizarmos.”

A artilharia de campanha do exército vermelho fornecia a sustentação antitanque para a infantaria. Quando o Tiger surgiu na frente oriental, o exército vermelho estava armado com o T-34/76 e diversas variantes do KV-1. Até o outono 1943, o exército vermelho tinha somente dois tipos de canhões de assalto: O canhão de assalto médio SU-122 e o canhão de assalto SU-76. Nenhum destes era eficaz nos encontros com o Tiger em distâncias maiores que 500 metros. O TigerTinha uma imensa vantagem em combates de longas distâncias. Durante a famosa batalha de tanques nos arredores de Prokhorovka, os comandantes russos fizeram uso da mobilidade superior do T-34 manobrando e atingindo os Tigers pelos flancos e retaguarda. O resultado da batalha foi um empate entre os novos tanques alemães contra os velhos tanques soviéticos, que se beneficiaram do terreno favorável. Esta foi a grande manobra dos generais Rotmistrov e do tenente-general Zhadov. A batalha terminou com perdas quase iguais, mas os sovietes mantiveram mais tanques na reserva para um contra-ataque, quando os alemães eram incapazes de continuar com sua ofensiva. Em fevereiro de 1944, realizava-se o rearmamento do T-34 com o canhão S-53 de 85 mm e então na metade de 1944 com 85 mm ZIS-S-53. Este novo canhão podia penetrar a blindagem lateral do Tiger I a uma distância de 800 metros e do lado da torreta a distância de 600 metros. Não era suficiente já que o Tiger podia destruí-los a distâncias de 1500 a 2000 metros.

O canhão de 85 mm AA era o canhão antiaéreo sem grandes aperfeiçoamentos. O S-53 era uma versão modificada projetada pelo departamento de projetos de F. F. Petrov’s a ser montado na torre do T-34/85. O Zis-S-53 era um S-53 modificado projetado pelo departamento de Grabin’s a fim de simplificar o canhão e reduzir seu preço, quanto à capacidade balística os dois canhões eram iguais. Do final de 1943 a metade de 1944, os principais oponentes do Tiger na frente oriental eram os canhões de assalto baseados no chassi do T-34 e do KV-1. Quando se descobriu que os tipos SU-76 e SU-122 existentes não poderiam penetrar a blindagem do Tiger em distancias superiores a 1000 metros, os soviéticos decidiram criar um novo canhão de assalto, o SU-85, armado com uma adaptação da peça antiaérea de 85 mm. A produção do SU-122 foi interrompida e o SU-85 foi adotado em seu lugar, seguido mais tarde pelo canhão de assalto médio SU-100.

Em 1943 outros canhões de assalto entraram em serviço como o super pesado SU-152. Foi baseado no tanque KV-1 e era armado com um obuseiro de 152 mm. Recebendo o apelido de Zveroboi (matador de feras) pela capacidade de destruir tanques alemães. No fim de 1943, um novo canhão de assalto, o ISU-152, baseado no tanque pesado IS-2. Foi armado com um obuseiro muito poderoso de 152 mm. O obus deste canhão podia penetrar qualquer parte da blindagem do Tiger ou até mesmo arrancar-lhe a Torre. Este canhão de assalto recebeu o apelido de “caçador de animais”. O peso do seu obus AP era de 48 kg (!!!), e de seu obus HE era de 41kg.

Otto Carius: “o impacto destruiu todo o lado direito da cópula do comandante. Mão fui atingido, porque tinha me curvado para acender o cigarro. De repente o canhão de assalto russo apareceu e eu dei uma ordem ao atirador para abrir fogo. E um segundo tiro, de um outro canhão de assalto, acertou a torre. Eu não posso recordar que maneira que deixei meu tiger . A única coisa que consegui salvar de meu Tiger foram os fones de ouvido.”

Apesar de usar os canhões de assalto com imensa habilidade, os exércitos soviéticos tinham a necessidade de produzir um tanque à altura do Tiger. No fim de 1943, um novo tanque pesado foi desenvolvido os IS-1, o exército vermelho recebeu os primeiros tanques em fevereiro de 1944. Ele recebeu uma atualização os IS-2. (Iosif Stalin, para Joseph Stalin. porque o alfabeto cirílico não tem o “J” ocidental) os tanques tinham uma silhueta mais baixa que as do Tiger e do Sherman. A Torre e as placas de blindagem frontais tinham 100 mm de espessura. As placas de blindagem laterais tinham 75 mm. Este tanque foi armado com o incrível canhão de 122 mm D25T que tinha 5 metros de comprimento. Estes tanques tinham uma vantagem marcante sobre os Tigers: a Blindagem era bem inclinada. Com estes tanques, o exército vermelho conseguiu finalmente um blindado que era superior ao Tiger I e equivalente ao König Tiger (Tigre Rei ou Tiger II) em muitos aspectos. Em março de 1944, os primeiros IS-2s foram testados em ação e provaram seu poder. Três mil tanques IS-2 foram construídos até o fim da guerra. Na opinião de Hasso von Manteuffel, ele foi o melhor tanque da II Guerra.

Manteuffel: “O ‘Stalin’ é o carro mais pesado do mundo; tem lagartas resistentes e boa blindagem. Outra vantagem esta na sua baixa altura – 51 cm inferior ao nosso mark V o ‘Pantera’. É sem dúvida um carro bom para a ruptura, mas excessivamente lento”. “

Durante a guerra, a união soviética construiu mais de 125.000 carros de combate blindados. A Alemanha construiu cerca de 89.000 e somente 2.000 deles eram Tigers e König Tigers . Não havia nenhuma possibilidade para que a Alemanha vencesse a Guerra no Front oriental.

Guderian: “Assim sendo, ansioso por aprender com a Historia, eu os advirto, para não subestimar os russos. No mínimo eles são capazes de copiar as ideias dos outros em muito pouco tempo”. “

Fonte: Hart, Liddel,  “O Outro lado da Colina, Biblex. (“The Other Side of the Hill”)

Segue Galeria com os principais Tanques Alemães e de seus adversários aliados:

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XVIII

Parte 18

Os excessos eram cada vez mais comuns. Ao final de agosto, o Gefreiter Georg Bergmann do Regimento de Artilharia 234 perto de Aunus no front finlandês ao norte, testemunhou um espetáculo bizarro proporcionado por veículos de uma unidade sendo dirigidos a uma alta velocidade com prisioneiros se empoleirando no capô do motor e nos pára-lamas. Ele disse que: “A maioria caiu devido à altíssima velocidade e foram ‘fuzilados enquanto tentavam escapar’.” O Gefreiter de infantaria Jakob Zietz contou sobre seis prisioneiros de guerra russos capturados por sua companhia da 253ª Divisão de Infantaria, os quais foram obrigados a trabalhar carregando munição perto de Welikije Luki. “Eles estavam completamente exaustos devido à ação do calor e dos seus esforços e caíram no chão, incapazes de continuar a marchar.” Eles foram executados a tiros. Outros morreram limpando campos minados ou carregando munição para a linha de frente.

Durante a noite de 27 de agosto, milhares de prisioneiros soviéticos foram apinhados dentro de um ponto de coleta de prisioneiros em Geisin, perto de Uman. O complexo foi projetado para comportar entre 500 a 800 pessoas, mas a cada hora que passava, de 2.000 a 3.000 prisioneiros chegavam para serem alimentados e enviados para a retaguarda. Nenhuma comida havia chegado e o calor era sufocante. Ao anoitecer, 8.000 se acotovelavam dentro do local. O Oberfeldwebel Leo Mallert, um dos guardas da 101ª Divisão de Infantaria, ouviu então “gritos e tiros” vindos da escuridão. O som dos tiros indicava que era obviamente de grosso calibre. Duas a três baterias de Flak 88mm que estavam por perto começaram a atirar diretamente contra um silo de grãos que estava dentro do perímetro de arame farpado “porque os prisioneiros tinham alegadamente tentado fugir.” Mais tarde um dos vigias disse a Mallert que entre 1.000 e 1.500 homens tinham sido mortos ou gravemente feridos. Má organização e péssima administração resultaram em um superlotação crônica, mas o Stadtkommandant (Comandante Militar) de Geisin não podia arriscar uma fuga em massa.

Não há local, dentro da disciplinada cultura militar alemã ou dentro de sua doutrina tática para lidar contra civis irregulares. Este tinha sido historicamente o caso durante a guerra Franco-Prussiana de 1871 e que se repetiu durante as primeiras fases de ocupação da Primeira Guerra Mundial. Os soldados alemães consideravam errado, ou de alguma maneira injusto, o fato do inimigo continuar a lutar na retaguarda depois de ter sido isolado ou cercado, lutando em um situação sem esperança. Na Rússia, diferentemente do que tinha até então acontecido no oeste, o inimigo se recusava a em seguir as regras de uma rendição ordenada. Os irregulares eram chamados de “bandidos” de acordo com o linguajar militar alemão e tratados como tais. Milhares de soldados russos acabaram ficando separados de suas formações de origem nas grandes batalhas durante as operações de cerco. No dia 13 de setembro de 1941, o OKH ordenou que soldados soviéticos que se reorganizassem e continuassem a resistir após serem ultrapassados pelas forças alemãs, deveriam ser tratados como partisans ou “bandidos”. Em outras palavras, eles deveriam ser executados. Oficiais da 12ª Divisão de Infantaria receberam a seguinte orientação do seu comandante:

“Prisioneiros feitos atrás da linha de frente (…) a única ordem é atirar! Todo soldado deve atirar contra qualquer russo que for encontrado atrás da linha de frente e que não tenha sido feito prisioneiro durante a batalha.”

Tais ordens não soariam absurdas aos soldados simpatizantes ao acordo tácito de que a guerra deveria ser limpa e justa desde que, é claro, se observasse a superioridade tecnológica, tática e organizacional alemã.

C O N T I N U A

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XVII

Parte 17

Pode ter havido dúvidas sobre a “justeza” da causa alemã, embora elas não fossem disseminadas. “Nós sabíamos que essa não era uma guerra de defesa forçada contra nós.” admitiu Klemig. “Era uma guerra de agressão estúpida e uma olhada no mapa mostrava que ela não poderia ser ganha.”. As pressões também se manifestavam de outras maneiras preocupantes. O Schütze Benno Zeiser teve de impedir que seu amigo Franzl espancasse prisioneiros soviéticos. Ele dizia:

“Me deixa! Eu não agüento mais! Parem de olhar para mim dessa maneira! Eu estou louco! Eu sou um lunático! Nada além dessa miséria infernal todo o tempo. Nada além dessas criaturas, esses vermes miseráveis! Olhe para eles se arrastando pelo chão! Não consegue ouvi-los gemendo? Eles tem que ser pisoteados de uma vez por todas, bestas imundas! Remover da face da terra!”

Claro que Franzl estava sofrendo um colapso nervoso. Ele dizia: “Você tem que entender, eu não agüento mais!”.

A propaganda Nacional Socialista havia “desumanizado” o inimigo mesmo antes do início da campanha. Quando da sua captura, os Comissários russos eram separados dos soldados e executados. Os maus-tratos e a execução indiscriminada dos prisioneiros de guerra russos não eram apenas resultado das ordens específicas vindas de cima e nem eram necessariamente conduzidas de uma maneira disciplinar. Os relatórios das Divisões e de outras unidades indicam que as execuções indiscriminadas e violentas dos prisioneiros soviéticos começaram mesmo desde os primeiros dias da campanha. Os oficiais mais graduados tinham objeção ao fato, mais por questões disciplinares do que por questões morais. O medo era de que os excessos pudessem levar a uma situação anárquica dentro das fileiras e, ao mesmo tempo, intensificar a já feroz resistência russa. O General Lemelsen, comandante do XXXXVIIIº Corpo Panzer, após três dias de campanha, repreendeu a sua tropa ao reclamar que:

“Eu observei que tem ocorrido a execução indiscriminada tanto de prisioneiros de guerra quanto de civis. O soldado russo quando feito prisioneiros ainda utilizando o uniforme e após ter lutado bravamente, tem o direito a um tratamento decente.”

Ele, porém, não questionou a “ação impiedosa” que o Führer havia ordenado “contra partisans e comissários bolcheviques”. Os soldados interpretaram esta ordem de forma tão liberal que uma nova diretiva foi instaurada após 5 dias de modo a coibir os excessos.

“Apesar das minhas instruções de 26/04/1941, (…) ainda se observa o fuzilamento de prisioneiros de guerra e de desertores conduzidas de uma maneira criminosa e sem sentido. Isso é assassinato! A Wehrmacht Alemã está conduzindo uma guerra contra o Bolchevismo, não contra o povo russo.”

Lemelsen foi perceptivo o suficiente para compreender que “as cenas de incontáveis corpos de soldados deitados nas estradas, claramente mortos por causa de um tiro na cabeça à queima-roupa, sem suas armas e com as mãos para cima, rapidamente serão propagadas pelo exército inimigo.”.

C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XVI

Parte 16

Milhares de prisioneiros pereceram durante as marchas forçadas vindos do front, sendo os feridos os primeiros a sucumbirem. Mais para o final da campanha (Barbarossa), perto da cidade de Vyazma, tantos foram fuzilados que o comandante desta área na retaguarda ficou preocupado com o impacto junto à propaganda do inimigo. O 16º Exército (Alemão) instruiu às suas unidades em 31 de julho para que não transportassem os prisioneiros de guerras nos trens que vinham vazios do front devido ao receio de que poderia “contaminar e sujar” os vagões. A 18ª Divisão Panzer avisou às suas unidades em 17 de agosto de 1941 que não permitissem que prisioneiros de guerra contaminassem os veículos com piolhos. O Schütze Zeiser contou:

“Nós dávamos a eles tudo aquilo que sobrava. Havia ordens rigorosas para nunca dar a um prisioneiro qualquer comida, mas que se dane. Nós mal tínhamos para nós mesmos. O que nós dávamos era como uma gota d’água em um forno quente.”

As condições no início de novembro de 1941 poderiam ser descritas como catastróficas. A unidade de segurança de retaguarda, Korück 582, que apoiava o 9º Exército (Alemão), assumiu o Centro de Processamento de Prisioneiros 7 em Rzhev ao final do mês. Cada bloco de alojamento era composto por uma construção medindo 12 por 24 metros e que abrigava 450 prisioneiros. As doenças eram endêmicas porque havia apenas duas latrinas para 11.000 prisioneiros. Estes rapidamente acabaram por consumir toda a vegetação no perímetro marcado pelo arame farpado. Os prisioneiros subsistiam comendo cascas de árvores, folhas, grama e urtiga até que, ao final, foram relatados caso de canibalismo. Os cães de guarda recebiam 50 vezes mais comida do que um prisioneiros russo. A conseqüência inevitável foi o surto de tifo durante o outono de 1941. O Departamento de Saúde do Comissariado Geral da Rússia Branca (Weissruthenien), recomendou que todos os prisioneiros infectados fossem fuzilados. Esta foi rejeitada pelas autoridades responsáveis da Wehrmacht “baseado na quantidade de trabalho que isso acarreta.”.

Tais tratamentos não ocorriam sem implicações morais para os seus captores. Eles acentuavam a “desumanização” do inimigo o que tornava as execuções de tais excessos mais toleráveis. O soldado Roland Klemig explicou após a guerra:

“Nos disseram que os russos eram bolcheviques sub-humanos e que deviam ser eliminados. Mas quando vimos os primeiros prisioneiros de guerra percebemos que eles não eram sub-humanos. Quando os despachamos e, mais tarde, quando os utilizamos como Hiwis (ajudantes) vimos que eles eram como qualquer pessoa normal.”

C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XV

PARTE 15

Uma ordem do OKW datada em 8 de julho de 1941 com relação ao tratamento de prisioneiros de guerra preconizava que “as equipes médicas russas, bem como seus doutores e suprimentos médicos devem ser utilizados primeiramente” antes que o material alemão fosse requisitado. Os transportes da Wehrmacht não deveriam estar disponíveis. Duas semanas mais tarde, o OKH sancionou mais limitações de modo a “prevenir que a pátria sofra uma enxurrada de feridos russos.”. Apenas os prisioneiros levemente feridos e que ainda fossem capazes de andar depois de uma espera de quatro semanas é que teriam permissão para serem evacuados. Os remanescentes deveriam ser condicionados em “hospitais improvisados para os prisioneiros” administrados “essencialmente” por equipes russas usando “apenas” suprimentos médicos soviéticos. Tais diretivas eram obedecidas sem nenhum questionamento. A 18ª Divisão que fazia parte do 2º Panzergruppe do Generaloberst Guderian, ordenou que “sob nenhuma circunstância os prisioneiros russos deverão ser tratados, acomodados ou transportados juntamente com prisioneiros alemães. Eles deverão ser acondicionados em carroças ‘Panje’ (movidas a cavalo).”.

Os prisioneiros soviéticos capturados após as batalhas nos bolsões de resistência, estavam não apenas em estado de choque; muitos estavam feridos e machucados. Neste estágio inicial e sendo gratos por ainda estarem vivos, eles na maioria das vezes estavam tão exaustos e intimidados que não cogitavam a possibilidade de fugir. Estando em um nível tão baixo tanto em termos psicológicos quanto físicos, eles dependiam do sustento a partir de quem os tinha capturado. Era este fenômeno que fazia com que as enormes colunas de prisioneiros se mantivessem coesas. O tenente Hubert Becker, um apaixonado cinegrafista amador, filmou tais concentrações de prisioneiros e descreveu as imagens após a guerra:

“Eles foram reunidos em um vale e receberam tratamento para as feridas. As enfermeiras se moviam de um lado para outro. A maioria estava gravemente ferida e em um estado lamentável, moribundos devido à sede e resignados com o seu destino. A falta de água em um calor reluzente, seco e abrasador da estepe era terrível. Prisioneiros lutavam até mesmo por uma gota de água. Alguns deles, mantendo um sentimento forte de disciplina, evitavam que os mais saudáveis (aqueles que tinham as melhores condições para caminhar) não bebessem toda a água. Desse modo, aqueles que mais precisavam poderiam ainda pegar algumas das gotas que sobrassem. Estas pessoas estavam tão inertes e felizes por terem escapado do inferno que eles mal percebiam a minha câmera. Eles nem mesmo tinham me visto!”

Becker, ponderando ironicamente sobre o destino daquela multidão de humanos que enchia as suas lentes, admitiu que “o que afinal aconteceu com tantos e tantos soldados eu realmente não sei e é melhor que ninguém saiba.”. Alguns faziam o que podiam. Um médico trabalhando junto ao Ponto de Coleta do 9º Exército (9AG SSt) falou sobre “ilhas de humanidade dentro de um mar intransponível de miséria dos prisioneiros de guerra.”. Ninguém estava disposto a cooperar. Requisições de suprimentos, comida e remédios eram completamente ignorados. Em um campo perto de Uman em agosto de 1941, entre 15.000 e 20.000 prisioneiros soviéticos encontravam-se a céu aberto. O Schütze Benno Zeiser, vigiando este campo, deu uma ideia sobre o que tal negligência podia acarretar:

“Praticamente todos os dias homens morriam por fadiga. Outros levavam os seus mortos para o campo para enterrá-los lá. Eles carregavam os corpos em turnos e nunca pareciam estar ao mínimo emocionados pela situação. O cemitério do campo era muito grande; o número de homens sob o solo deveria ser bem maior do que o número dos que ainda estavam vivos.”.

C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XIV

PARTE 14

O resultado era a desumanização. “Muitos alemães optaram por não olhar para tais acontecimentos” admitiu o tenente de pioneiros Paul Stresemann. “Se eu soubesse tudo o que estava acontecendo… eu provavelmente teria saído correndo.”. Stresemann argumenta que, apesar de todo o sofrimento, “eu posso dizer que, durante todo o meu tempo de serviço no exército, não vi uma simples atrocidade.”.

As próprias circunstâncias estavam causando condições intoleráveis. “É claro que, quando um número tão grande de prisioneiros é feito na Rússia, obviamente haverá um certo caos na alimentação, etc. já que tudo estava virado em uma terrível bagunça.”. Knappe achava que os “prisioneiros pareciam apáticos e sem expressão. Seus uniformes simples criavam a impressão de uma enorme massa opaca e desinteressante.”. Benno Zeiser recuou diante do horror provocado pela negligência institucionalizada:

“Assim que nós rapidamente demos passagem para aquela nuvem nauseante que os cercava, o que vimos nos deixou paralisado e imóveis e acabamos esquecendo daquele cheiro nojento. Eram eles realmente seres humanos, aquelas figuras marrom-acizentadas, aquelas sombras se arrastando em nossa direção, tropeçando e cambaleando, formas em movimento no seu último suspiro, criaturas que obedeciam às ordens de marchar apenas por causa de uma última centelha de vontade de viver?”.

Soldados tendem a não se prender por demais diante de visões perturbadoras e as tropas alemães não eram exceção já que estavam mais preocupadas com a necessidade de sobrevivência. O tenente Paul Stresemann alegou que “eu não fazia ideia que tantos daqueles pobres diabos acabariam passando fome ou morrendo no ocidente depois de terem ido embora marchando por vários e vários quilômetros e em longas colunas.”. Siegfried Knappe explicou: “era uma situação terrível, mas não era pelo fato de que eles foram ignorados – era simplesmente porque não existia a possibilidade de alimentá-los em tal número e ainda alimentar as nossas próprias tropas.”.

Ele está enganado. Tal política era deliberada. A desculpa inconsistente utilizada era de que a União Soviética não havia ratificado o acordo da Convenção de Genebra em 1929 com relação aos prisioneiros. Porém, a Alemanha estava vinculada à lei internacional que abrangia todos os países e a qual demandava um tratamento humanitário dos prisioneiros de guerra na ausência de um acordo padronizado entre as partes. E tanto o Terceiro Reich quanto a União Soviética haviam ratificado o Acordo de Genebra em 1929 com relação aos feridos obrigando um tratamento específico para os enfermos e feridos.

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Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XIII

PARTE 13

Lidar com tais massas provoca uma pressão ímpar. A 12ª Divisão, por exemplo, capturou 3.159 prisioneiros entre 31 de agosto e 8 de outubro de 1941 o que, em termos numéricos, equivale a 25% do sua própria força efetiva que variava entre 12.000 a 13.000 homens. A 18ª Divisão, ponta de lança dos avanços do Grupo de Exércitos Centro, fez 5.500 prisioneiros do Exército Vermelho durante as cinco primeiras semanas da campanha, ao passo que o seu efetivo foi reduzido de 17.000 para 11.000 em agosto. Desta maneira, poucos soldados estavam disponíveis para vigiar os prisioneiros que totalizavam em torno de 40% do efetivo da própria divisão. As unidades Panzer à frente da infantaria tinham que manter o avanço, conter os cercos nos bolsões e guardar a massa de prisioneiros enquanto que o número de infantes e de tanques diminuía constantemente.

A enormidade deste problema pode ser comparada com o efetivo das divisões alemãs de infantaria. Ao final de julho, os alemães tinham que administrar o equivalente a 49 divisões em termos de cuidados médicos, transporte e alimentação sem contar com o seu próprio efetivo total. Uma simples divisão alemã necessitava uma logística de 70 toneladas de suprimentos por dia das quais 1/3 correspondia à alimentação. Não havia recursos logísticos necessários para manter um avanço constante e menos ainda para os prisioneiros de guerra. Pouca importância, afora o severo objetivo ideológico, foi dada ao afluxo repentino e inesperado de prisioneiros. O tenente de artilharia Hubert Becker declarou após a guerra:

“Isso era sempre um problema porque nenhum manual de guerra diz o que fazer com 90.000 prisioneiros. Como eu lhes dou abrigo e os alimento? O que se deve fazer? De repente havia 90.000 homens vindo em nossa direção em uma coluna sem fim.”

O Schütze Benno Zeiser, pertencente a uma Companhia de operações especiais, testemunhou o resultado desta negligência oficialmente endossada:

“Era como um crocodilo enorme, de uma cor marrom-terra, lentamente marchando pela estrada em direção a nós. Dele vinha um zumbido baixo, como o de uma colméia. Prisioneiros de guerra, russos, em seis filas. Nós não conseguíamos ver o final da coluna. Enquanto eles se aproximavam, um fedor terrível chegou a nós e quase nos fez passar mal; era como o mau cheiro penetrante da jaula do leão juntamente com o odor nojento de uma jaula de macaco.”

Este era um problema que não poderia ser ignorado. Mesmo que cada soldado alemão fosse designado para tomar conta de 50 homens, 18 batalhões de seis regimentos seriam necessários para administrar os 800.000 prisioneiros feitos apenas no final do mês de julho, um número que iria aumentar para 3 milhões até o final do ano. Esta necessidade não era apenas para vigiar os prisioneiros; eles precisavam de tratamentos médicos, alimentação e transporte. O tenente Knappe concluiu corretamente que se havia perdido o controle. Ele escreveu: “Eu primeiramente me perguntei se seria possível cuidar de tantos, mas como o número aumentava, eu tive a certeza de que não.”. As condições degradantes que resultaram iriam tornar realidade as intenções do planejamento ideológico conforme concebido. Knappe comentou: “Nossa linha de suprimento fez bem em conseguir manter pelo menos o Exército Alemão abastecido. Nós não poderíamos ter previsto tantos prisioneiros.”.

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Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XII

PARTE 12

Klein Kindergarten Krieg. Prisioneiros e partisans.

Dezenas de milhares de prisioneiros soviéticos eram mostrados nos cinejornais para as platéias dos cinemas na Alemanha enquanto que os textos se regozijavam diante das vitórias. Mas de cada 100 prisioneiros mostrados, apenas 3 sobreviveriam.

O primeiro problema ao ser feito prisioneiro era, antes de tudo, sobreviver ao combate. A intensidade da luta por muitas vezes excluía esta possibilidade. Por exemplo: na maioria das vezes, as consequências do fracasso no enfrentamento entre infantaria e tanques eram fatais. Um sub-oficial alemão de uma força anti-tanques descreveu o que normalmente acontecia:

“Todos os membros da tripulação eram mortos assim que pulavam para fora (do tanque) e nenhum prisioneiro era feito. Isso era a guerra. Havia ocasiões quando tais coisas aconteciam. Se nós percebêssemos que não poderíamos recolher ou cuidar dos prisioneiros, eles eram mortos durante a ação. Mas eu não estou dizendo que eles eram mortos depois de serem feitos prisioneiros – isso nunca!”

Durante as primeiras semanas do avanço, as duas maiores batalhas envolvendo os cercos de Bialystok e Minsk envolveram a captura de 328.000 prisioneiros com mais 310.000 feitos em Smolensk. O General Von Waldau, chefe do Luftwaffen-Führungsstabes (Equipe de Operações da Luftwaffe) calculou que praticamente 800.000 prisioneiros foram feitos até o final de julho. Tal número iria chegar a 3,3 milhões em dezembro. As estimativas são de que 2 milhões de prisioneiros soviéticos pereceram apenas nos primeiros meses da campanha. O tenente da artilharia Siegfried Knappe ficou impressionado com o inacreditável número de rendições:

“Nós começamos a capturar prisioneiros desde o primeiro dia da invasão. A infantaria os trazia aos milhares, às dezenas de milhares e até às centenas de milhares.”.

CONTINUA

Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XI

PARTE 11

Um médico Gefreiter da 125ª Divisão de Infantaria escreveu para casa relatando a extensão da “crueldade judia-bolchevique e que qualquer um acharia difícil de acreditar”:

“Ontem nós atravessamos uma grande cidade e passamos por sua prisão. Ela fedia devido aos cadáveres, mesmo a uma longa distância. Enquanto nós nos aproximávamos, mal dava para suportar o cheiro. Dentro dela estavam os corpos de 8.000 prisioneiros civis, nem todos fuzilados, mas que também foram espancados e assassinados – um banho de sangue produzido pelos bolcheviques um pouco antes de se retirarem.”

Os soldados eram extremamente influenciados por aquilo que viam. Isso afetava tanto a moral quanto a ética. Um sub-oficial escreveu: “Se os soviéticos já assassinaram milhares dos seus próprios cidadãos ucranianos indefesos, mutilando-os de forma brutal e matando-os, o que eles farão então com os alemães?” A sua própria e profética opinião era de que: “se estes animais, nosso inimigo, vierem a entrar na Alemanha, haverá um banho de sangue tal qual o mundo nunca viu antes.”.

A publicidade em torno da atrocidade de Lvov, veiculada nos cinejornais e nos periódicos só fez por aumentar as suspeitas e o mal-estar que já se fazia sentir entre o povo na Alemanha. Suas preocupações eram repassadas para aqueles que serviam no front, aumentando o isolamento e o pessimismo que começava a emergir dentro de cada um diante das perspectivas da campanha se tornar ainda mais longa. Uma dona de casa de Düsseldorf confessou ao seu marido:


“Nós temos uma ideia do que parece estar acontecendo aí no leste a partir do (cinejornal) Wochenschau, e acredite em mim: essas imagens tem produzido tamanho pavor que nós preferimos fechar os olhos enquanto que algumas cenas são projetadas. E essa realidade – o que lhe parece? Eu acredito que nunca nós conseguiríamos imaginar.”

As informações confidenciais do Serviço Secreto da SS sobre os assassinatos dos ucranianos em Lvov confirmam que estes “produziram uma profunda impressão de repugnância” durante a segunda semana de julho. “Muitas vezes era perguntado que destino os nossos soldados podem esperar se eles se tornarem prisioneiros e, de nossa parte, o que estamos fazendo com os bolcheviques os quais nem mais são humanos?”.


C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Exército Vermelho Em Ação

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