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Os Libertadores Alemães Chegaram!!

Imaginem a cena. Uma tropa durante a Segunda Guerra Mundial chega em uma cidade e é recebida como libertadora! Crianças correm para ver a tropa passar. Mulheres jogam flores para os soldados, algumas, mais exaltadas, tentam agarrá-los para beijar. A tropa, orgulhosa do feito, desfila garbosamente pelas ruas da cidade. O comandante recebe as autoridades locais e estes colocam à disposição mantimentos e alojamento. Tudo para os libertadores!

Essa cena se repetiu a cada cidade libertada no território francês e nos Países Baixos durante o avanço anglo-americano, contudo o relato acima se deu em inúmeras vezes com as tropas alemães invadiam a União Soviética. Muito ucranianos, lituanos e outros de etnias menores que eram oprimidos pelo governo de Stálin, viram a oportunidade de exercer a liberdade que nunca connhecerá.

O sonho se tornou pesadelo quando se percebeu que as forças de ocupação exerceriam opressão na mesma proporção dos “vermelhos”. Não demorou muito para que os mesmos soldados que eram recebidos com flores, foram os mesmos algozes e agentes da destruição de muitas cidades da União Soviética.

A conclusão é de que o povo dessas regiões tiveram um século XX de cão, sendo seguidamente oprimidos durante décadas e décadas, antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial.

Segue abaixo a galeria dos “libertadores” alemães:

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XVI

Parte 16

Milhares de prisioneiros pereceram durante as marchas forçadas vindos do front, sendo os feridos os primeiros a sucumbirem. Mais para o final da campanha (Barbarossa), perto da cidade de Vyazma, tantos foram fuzilados que o comandante desta área na retaguarda ficou preocupado com o impacto junto à propaganda do inimigo. O 16º Exército (Alemão) instruiu às suas unidades em 31 de julho para que não transportassem os prisioneiros de guerras nos trens que vinham vazios do front devido ao receio de que poderia “contaminar e sujar” os vagões. A 18ª Divisão Panzer avisou às suas unidades em 17 de agosto de 1941 que não permitissem que prisioneiros de guerra contaminassem os veículos com piolhos. O Schütze Zeiser contou:

“Nós dávamos a eles tudo aquilo que sobrava. Havia ordens rigorosas para nunca dar a um prisioneiro qualquer comida, mas que se dane. Nós mal tínhamos para nós mesmos. O que nós dávamos era como uma gota d’água em um forno quente.”

As condições no início de novembro de 1941 poderiam ser descritas como catastróficas. A unidade de segurança de retaguarda, Korück 582, que apoiava o 9º Exército (Alemão), assumiu o Centro de Processamento de Prisioneiros 7 em Rzhev ao final do mês. Cada bloco de alojamento era composto por uma construção medindo 12 por 24 metros e que abrigava 450 prisioneiros. As doenças eram endêmicas porque havia apenas duas latrinas para 11.000 prisioneiros. Estes rapidamente acabaram por consumir toda a vegetação no perímetro marcado pelo arame farpado. Os prisioneiros subsistiam comendo cascas de árvores, folhas, grama e urtiga até que, ao final, foram relatados caso de canibalismo. Os cães de guarda recebiam 50 vezes mais comida do que um prisioneiros russo. A conseqüência inevitável foi o surto de tifo durante o outono de 1941. O Departamento de Saúde do Comissariado Geral da Rússia Branca (Weissruthenien), recomendou que todos os prisioneiros infectados fossem fuzilados. Esta foi rejeitada pelas autoridades responsáveis da Wehrmacht “baseado na quantidade de trabalho que isso acarreta.”.

Tais tratamentos não ocorriam sem implicações morais para os seus captores. Eles acentuavam a “desumanização” do inimigo o que tornava as execuções de tais excessos mais toleráveis. O soldado Roland Klemig explicou após a guerra:

“Nos disseram que os russos eram bolcheviques sub-humanos e que deviam ser eliminados. Mas quando vimos os primeiros prisioneiros de guerra percebemos que eles não eram sub-humanos. Quando os despachamos e, mais tarde, quando os utilizamos como Hiwis (ajudantes) vimos que eles eram como qualquer pessoa normal.”

C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Serie: Causos de Brasileiros na Segunda Guerra Mundial – Parte II

 A pedidos. Vamos mais um vez contar alguns “causos” dos nossos pracinhas. Desta vez, fiz questão de incluir alguns casos que os pracinhas da Regional Pernambuco nos relataram através de depoimento. Alguns casos eu preservo os nomes já que o teor é um pouco…digamos…Forte!

Jeitinho Brasileiro

Quando a 10ª Divisão de Montanha se instalou próximo ao acampamento brasileiro, os nossos pracinhas começaram a sentir a falta de vários objetos de uso pessoal, uniformes e mantimentos. Então os soldados se reuniram e foram falar com o Comandante de Companhia, este, ouvindo as queixas prometeu entrar em contato com o pessoal da 10ª Divisão.

Então lá vai o Capitão brasileiro falar com o Capitão americano sobre os pequenos “desaparecimentos”.

O americano escutou atentamente as ponderações do brasileiro e no final, disse que não iria se preocupar com esse tipo de problema, que estava em zona de guerra, e que, para ele, isso era normal e não deveria ser uma censura para seus homens.

Retornando, o Comandante brasileiro reúne sua Companhia e diz o seguinte:

– Pessoal! Está tudo liberado! Nem o comando americano e nem o brasileiro irão punir qualquer tipo de conduta em relação aos furtos que acontecem entre nossas Unidades.

Algumas semanas depois o Capitão americano pede para falar com o brasileiro.

Pede desculpas pelo mal entendido e leva-o até o pátio onde há três caminhões carregados de todo tipo de objetos pessoais e mais outras coisas. E fala o seguinte:

– Entendemos que erramos quando não nos preocupamos com essa conduta, creio que essa carga supre todo o material desaparecido de sua tropa…Agora, veja se consegue restituir os 05 caminhões, 8 jeeps e um tanque da nossa Companhia.

Da noite para o dia as Companhias brasileiras apareciam com novos veículos com o Cruzeiro do Sul desenhado e tudo, inclusive alguns pracinhas juravam que tinham chegado do Rio de Janeiro de navio com eles desde o início da guerra.

Senha? P…Nenhuma!

O Comando americano sempre enviava senhas e contrassenhas em inglês, e o comando brasileiro, em operações em conjunto, tinha que manter as senhas. Na prática o pracinha não queria saber de senha, que passava a ser os xingamentos.

Conta o sargento Rigoberto do 2º Batalhão do 11º RI, Companhia anti-carros, que posteriormente foi revertida em companhia de fuzileiros. Estava em uma patrulha para detectar um corte na linha de transmissão da companhia. No caminho acabou chegando em  uma casinha, e se instalou por alguns instante ali. Quando viu um grupamento se aproximando, um dos soldados gritou – quem vem lá? A resposta veio da seguinte forma:

Tá me reconhecendo não Filho da p… Manda tua mãe pra cá! Seu filho da p…

Em resposta ele escuta:

 – Tu num tem mãe, pois mãe que manda o filho para a guerra é melhor parir um rolo de arame farpado!

 E assim nossos soldados iam se entendendo do jeito brasileiro de se comunicar!

Soldado de Engenharia que é “Pau pra toda Obra”

 Certa vez o soldado Geraldo recebeu uns dias de descanso em Florença e para lá seguiu. Chegando em um Hotel administrado pelos americanos, foi longo procurando um lugar onde tivesse algumas mulheres para desfrutar suas moedas de ocupação. O militar que o acomodou informou que, para manter a integridade física da tropa, ele tinha que escolher dentre as mulheres escaladas para esse tipo de atividade e que mandaria a escalada em um horário determinado.

Chegando no horário, uma bela senhoria passou a lhe fornecer informações importantes quanto a saúde sexual e sobre a discrição do seu trabalho. Fez recomendações quanto a limpeza e a sua identificação. Depois partiram para o ato sexual.

Ao final, a jovem pediu para que ele esperasse até que viesse um soldado para ajudá-lo no asseio. Mesmo estranhando, ele esperou! Chegou um enfermeiro que iniciou um processo de “higienização” de suas partes íntimas, acompanhado de um banho com produtos farmacológicos misturados na água.

Isso o deixou impressionado e feliz pelo tratamento VIP recebido.

Esse mesmo soldado, ao voltar para sua cidade, no interior de Minas, foi recebido com direito a banda de música, discurso em praça pública ao lado do prefeito e tudo que tinha direito.

Depois das festividades, ele recebeu um convite para ir à noite ao Bordel local. Evidentemente, o nosso vigoroso pracinha não baixou a guarda.

Ao chegar no “baixo meretrício”, a dona do Bordel deixou claro que seria tudo por conta da casa, mas ele tinha que discursar. E lá vai mais um vez nosso eloquente pracinha!

Segundo o próprio, o discurso pátrio no Bordel foi tão fervoroso que no outro dia pela manhã, todos na cidade sabiam o teor do discurso do nosso soldado.

Esse é nosso Veterano “pau para toda obra!”

7ª Companhia de Comunicações: Uma das Companhias Mais Tradicionais do Nosso Exército

No último dia 25 de janeiro o Major Marcelo Santos Gonçalves passou o comando da 7ª Companhia de Comunicações para o Capitão Glauber Juarez. Gostaria de fazer duas referências ao antigo comandante da 7ª CiaCom e a própria Companhia. Primeiro o Major Marcelo teve uma estreita relação com a Associação de Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco, enquanto esteve no comando da Companhia, e essa aproximação se deu justamente por se tratar de um Oficial de extremo zelo com a importância histórica de sua Unidade, trabalhando arduamente na manutenção dessa história. Inaugurando um Espaço que conta um pouco a história dessa Organização Militar, portanto entramos na segunda referência, o peso histórico da 7ª Companhia de Comunicações. Fundada há 71 anos, a CiaCom cedeu nada menos do 12 valentes militares dos seu contingente para Força Expedicionária Brasileira, pode parecer pouco, mas estamos falando de uma Companhia, portanto foi uma número expressivo de integrantes que ingressaram na FEB. O motivo? A Arma de Comunicações sofreu um novo emprego, deixando de ser uma simples especialização da Arma de Engenharia para fazer parte do Serviço de Comunicações com a 1ª Cia de Transmissões, portanto militares experientes foram deslocados para esse novo e importante Serviço, por isso, a aclamação como Arma do Comando.

Ao amigo Major Marcelo, um profissional dedicado e altamente capacitado, nossos votos de felicidades e sucesso nas suas próximas missões. Ao Capitão Glauber, nossas boas vindas, pois temos a certeza que a ANVFEB-PE e a 7ª Cia Com continuarão a ser guardiães da História da Força Expedicionária Brasileira.

O Modelo Alemão de Formar Soldado Combatente

Um dos pontos mais claros do Tratado de Versalhes era a referência ao tamanho do Exército Alemão, que deixava de ser um Exército e passava a ser uma força de defesa, chamado de Reichswehr. O Tratado previa uma força de 100 mil homens, sendo que 96 mil praças e 4 mil oficiais. Nesse contexto, o então comandante da Força Nacional, General von Seeckt passou a conceber uma doutrina de uma força profissional que fosse a base de um novo Exército. Esses militares seriam instrutores e formadores de combatentes em um futuro próximo.

Quando Hitler assume, já nos primeiros anos de governo, ele desconsiderou todas as imposições do Tratado e partiu para requalificar e transformar a Alemanha em potência militar, e inicia o processo de alistamento obrigatório e começa a criar as unidades militares que seriam a ponto de lança da visão expansionista do nazismo.

O treinamento desse recém formado Exército é digno de nota. Estabeleceu parâmetros e metas para a formação do soldado combatente. Cidades inteiras foram evacuadas para se transformarem em campo de instrução. A mobilização militar da Alemanha transformou um Exército de 100 mil homens para 2 milhões em pouco mais de 5 anos.

Esses centros de instruções funcionaram quase até o final da guerra, formando todo tipo de combatente. Já quando a demanda por homens treinados era evidente para a Alemanha, os centros receberam crianças, velhos e soldados não-combatentes das forças aérea e naval. Quando não havia mais o que fazer, e o fim era previsível, restava praticamente os civis lutando uniformizados, pelo menos, aqueles que ainda acreditavam em alguma coisa.

Crônicas de Guerra – A FEB em Relatos!

Muito se escreveu na Itália sobre a atuação dos pracinhas brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial. Relatos não escritos por pessoas que falavam sem conhecimento de causa, escreveram fatos e acontecimentos que presenciaram ou estiveram em contato logo após o acontecimento. Muitos destes, foram elementos chave no dispositivo da FEB ou jornalistas importante enviados para realizar a cobertura da guerra. Entres estes, podemos citar as crônicas de Rubens Braga e as do Olívio Gondim de Uzêda, jornalista do Diários Associados e Comandante do 1º Batalhão do I Regimento de Infantaria, respectivamente. Essas testemunhas escreveram importantes crônicas sobre as peculiaridades do cotidiano da campanha na Itália e que, compartilhadas, passam uma nova perspectiva da guerra, longe da visão do Alto Comando, mas a perspectiva de quem viu os combates ou de quem esteve nele, literalmente falando.

 Portanto vamos publicar, além dos dois autores citados, crônicas de outros autores que estiveram no Teatro de Operações da Itália e compartilharam para a posteridade os acontecimentos que ceifaram a vida de quase 500 brasileiros, longe de sua pátria e distante de suas famílias.

Iniciamos hoje com uma crônica do Coronel Uzêda. O Coronel é citado no livro do Marechal Lima Brayner (Recordando os Heróis), como sendo um comandante de primeira linha, que após o ataque fracassado a Monte Castello no dia 12 de dezembro, tendo seu batalhão sido substituído por um batalhão do 11º RI, não mediu esforço, quando teve que voltar a linha para reforçar o mesmo regimento, depois de um voraz contra-ataque alemão, mesmo com sua tropa exausta.  O Coronel Uzêda, por algum motivo, não fez o curso de Estado-Maior, por isso foi para reserva como Coronel, fato também citado pelo Marechal Lima Brayner.

Os Super-Homes e os Brasileiros

No silêncio da noite reboam gritos de socorro! O sentinela, atento, enrija seus músculos comprimindo fortemente a coronha do seu fuzil, e procura ouvir melhor, localizar os gritos. De repente, ouve como que um desesperado apelo: Brasiliani, brasilliani! Chama o comandante do seu posto e informa-lhe o ocorrido. Agora, já todo o posto ouve o apelo, por sinal que com voz feminina. O desejo que os domina é se largarem imediatamente na direção de onde provinha os gritos, aproximadamente a de Navechie; mas, as ordens eram positivas; não podiam abandonar seus posições, nem tão pouco transpor a linha de frente, sem autorização.

Se se ausentassem de suas posições, prejudicariam a missão de vigilância; se traspusessem a linha de frente, podiam cais sob os tiros de inquietação que fazíamos todas as noites com a nossa artilharia sobre os pontos mais importantes do inimigo. Por outro lado, esses gritos podiam ser uma armadilha. O comandante do posto, resolve, pois comunicar a Companhia, e esse com o do Batalhão.

O comandante do Batalhão informa ao da Companhia que não havia nenhum tiro de inquietação previsto para aquela direção, durante a noite; e autoriza-lhe a enviar uma patrulha de reconhecimento.

Sai a patrulha e momentos depois regressa trazendo duas crianças, uma com doze e outra com dez (anos) e uma senhora, todas três feridas; e mais duas crianças menores, uma com  4 e outra com 2 anos.

As feridas são cuidadosamente tratadas pelo valoroso médico do batalhão, o dedicado Dr. Barcelos. A senhora apresentava oito ferimentos, todos produzidos por arma de fogo disparada por trás, às crianças cada uma tinha um ferimento em uma das pernas a altura do joelho.

A senhora relata o fato: achava-se em casa quando ouve o grunir de seus porcos; abre a janela que dava para o quintal e vê animais serem arrastados por quatro soldados alemães. Indignado, grita pelos brasileiros, pois sabia que estavam bem pertos. Outros soldados alemães atiram sobre ela; as crianças gritam espavoridas; os alemães disparam contra as crianças.

Ouvem passos, os alemães fogem. São os brasileiros que chegam.

Os ferimentos são encaminhados na ambulância do Batalhão para um Hospital Civil.

As duas crianças menores ficaram no Posto de Comando do Batalhão para, afim de serem encaminhados, no dia seguinte, a um endereço que a senhora deixara.

Ao acordamos, encontramos as duas crianças agasalhadas nas roupas de lã que lhes deram oficiais do batalhão; lembramo-nos bem, que o tenente Paiva concorrera com uma “sweater”. A maior estava sentada, tomando uma boa xícara de leite e comendo pão e queijo, feliz na sua inocência. A menor não dormira nem queria comer nada: só queria a mãe. E lá vinha um, vinha outro, cada um com uma ideia a fim de distrair a criancinha e fazê-la pelo menos comer. Os super-homens tentaram matar-lhes a mãe e os irmãos. Os brasileiros sofriam por vê-los sofrer.

Fonte: Coronel Olívio Gondim de Uzêda, Crônicas de Guerra – Biblioteca do Exército – 1952

Especial: Tomada de Montese – A Batalha Mais Difícil do Exército Brasileiro!

Montese: missão difícil, missão cumprida!*

Nos meandros da finalização da Segunda Guerra Mundial, ainda restavam alguns sacrifícios a serem enfrentados pelos componentes da nossa gloriosa Força Expedicionária Brasileira. Dessa forma desencadeou-se o ataque a Montese entre os dias 14 e 15 de abril de 1945.

O município de Montese ocupa uma vasta área de colinas que faz fronteira com as Províncias de Modena e Bolonha. Possuí numerosos rios, uma rica vegetação, bosques e castanhais antigos que rodeiam os povoados medievais. Era considerada uma região de difícil acesso devido às fortificações alemãs construídas ao longo da Linha Gótica. As tropas alemãs encontravam-se na posse da região de Montese, em posição dominante sobre uma extensa área de colinas, tendo como fronteiras as Províncias de Modena e Bolonha.

Para o cumprimento da missão foi designada a 2ª Companhia do 1º Batalhão do 11º Regimento de Infantaria, sendo planejadas para uma execução eficaz duas fases, quais sejam:

1ª Fase: Missão secundária- Teria início as 09:00 h com o ataque de dois pelotões a dois postos avançados do inimigo. Conforme previsto no planejamento os dois pelotões atacaram os objetivos, com forte reação do inimigo. O 1º Pelotão foi detido pelo forte fogo inimigo, conseguindo conquistar o objetivo algumas horas depois. O 2ª Pelotão foi detido em um campo minado sento castigado pela concentração do fogo de artilharia . Neste ataque, seu comandante foi atingido mortalmente na cabeça. Devido a estes contratempos o objetivo definido para o 2º Pelotão não foi atingido

2ª Fase : Ataque Principal a cidade – Com início às 12:00, também com dois pelotões. Às 11:45, o comandante confirmou a operação, considerado como hora “H” para o ataque principal.

Na hora definida o 1º Pelotão atacou o cume, após vencido 1/3 do percurso, foi atingido por intenso fogo de artilharia (barragem), que acabou cortando o fio do telefone em vários pontos, dificultando o contato entre as equipes. Somados a isto alguns soldados foram atingidos.

Por se tratar de um momento de finalização da guerra houve um subestimação do inimigo por parte, principalmente do exercito norte-americano, pois tanto as tropas de montanha, quanto as tropas blindadas sofreram grande números de baixas, sejam elas por morte ou feridos, com um pequena progressão. Segundo relatos como o do Marechal Floriano de Lima Brayner, chefe do Estado Maior da FEB na Itália, foi uma das maiores concentrações de fogos realizados pelo exercito do III Reich, foram fogos de artilharia, morteiros de infantaria e demais artifícios disponíveis, eram os prelúdios finais de uma guerra sangrenta, porem, os alemães jamais se entregariam sem demonstrar seu preparo e experiência em combate.

O 11 RI, através de suas subunidades dispersas no terreno, com a astucia dos majores comandantes dos três Batalhões, com a valentia dos comandantes de pelotões e destemor de cada componente daquelas pequenas frações aferrados no terreno, fizeram com que mais uma vez o inexperiente soldado brasileiro se destacasse. Mesmo nas piores condições possíveis, a cobra fumava com todo seu vigor, pois foi no calor da batalha que o pracinha brasileiro mostrou sua capacidade de combater.

Destacaram-se comandando seus pelotões Tenente Iporan, que a frente conclamava seus comandados que o seguissem e o Tenente Rauen, que pela sua bravura acabou mortalmente ferido em combate. Não sendo diferentes as atitudes dos sargentos comandantes de Grupo de Combate, dos cabos comandantes de esquadra e dos nobres e valorosos soldados.

Como ainda citado pelo Marechal Floriano de Lima Brayner[1]: “Montese e realmente uma pagina brilhante da Infantaria Brasileira. Reforca a tese que sempre defendi, da capacidade de liderança dos nossos tenentes, auxiliados por bons sargentos. Os soldados olham para eles como par um espelho, durante a ação”.

Os principais combates foram realizados nos dais 14 e 15 de abril, onde houveram grande numero de baixas do exercito norte-americano e brasileiro, porem para haver a consolidação efetiva da região as atividades se prolongaram por mais de cinco dias. A partir daí foi aberto um eixo onde o Esquadrão de Reconhecimento deslocava-se entre Montese-Ranocchio-Bertochi.

 Estava consolidado mais um ponto estratégico nos campos de batalha da Itália no cerco contra o Nazifascismo. Mais uma vez saltava aos olhos das tropas aliadas o valor do pracinha brasileiro. A audácia, valentia, destemor, são algumas das características inerentes a verdadeiros heróis, brasileiros que representaram a sociedade brasileira de forma inconteste e que por uma diversidade de interesses e fatores permanecem em campos obscuros da historicidade brasileira.

* Artigo enviado pelo Historiador Alessandro Santos

 

Bibliografia

O Exército na História do Brasil (vol. III, República). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora.

Böhmler Rudolf , Monte Cassino – Editora Flamboyant, 1966

Marechal Mascarenhas de Morais, Memórias (Volume 1)- Bibliex,1984

RODRIGUES, Agostinho José, Terceiro Batalhão – O Lapa Azul, Rio de Janeiro, BIBLIEX, 1985.

BRAYNER, Floriano de Lima. A verdade sobre a FEB – memórias de um chefe de Estado- Maior na Itália. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.


[1] BRAYNER, Floriano de Lima. A verdade sobre a FEB – memórias de um chefe de Estado- Maior na Itália. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. P. 404

Patrulha Brasileira em Montese

 

Os Navios Brasileiros Torpedeados – Terceira Parte

           O Navio “Cabedelo” consta nos anais ter sido torpedeado pelo submarino italiano Leonardo Da Vinci, entretanto o Almirante Saldanha, pesquisando junto ao Almirantado italiano, não obteve esta confirmação. Originalmente, esta embarcação se chamava “Préssia” e foi comprado na Alemanha, pertencendo ao Lóide Brasileiro e tinha 3.557 toneladas, e seu comandante era o Capitão Pedro Veloso da Silveira, e sua tripulação era composta por 13 oficiais, 3 suboficiais e 37 marinheiros, totalizando 54 homens.

             Ele partiu da Filadélfia, nos Estados Unidos com destino ao porto brasileiro que lhe deu o nome, mas não completou a viagem. Desaparecido a mais de um mês, fez com que o Itamaraty entrasse em contato com a embaixada em Washington, e esta com o Departamento de Marinha Mercante em busca de informações sobre o paradeiro da embarcação.

             Nada foi informado e, consta que viajando ao largo das Antilhas, transportando uma carga de carvão, na posição 16ºN e 49ºW no dia 25 de Fevereiro, cruzou com o submarino italiano sob comando do Capitão Longanesi-Catani, que o atacou não deixando sobreviventes.

Navio Olinda

              O torpedeamento do Navio “Olinda” provocou muitos protestos do governo brasileiro. Ele viajava com a nossa bandeira pintada no casco e fartamente iluminado e, no dia 18 de Fevereiro de 1942 e recebeu tiros de canhão provenientes do submarino alemão U-432 que, por ordem do seu comandante Heinz Otto Schultz,  havia submergido.

             Todos os tripulantes foram recolhidos ás baleeiras, e o comandante do submarino o fez atracar o mesmo à baleeira de seu comandante Jacob Banemond, o intimando a ir a bordo da nave agressora em companhia do radio telegrafista e, em inglês foram submetidos a interrogatório sobre a carga e os papéis do navio. Após o término, foram fotografados e levados de volta à baleeira.

             Os náufragos chegaram às parais americanas e, quando perguntados, afirmaram com toda a certeza tratar-se de um submarino alemão, pintado de cor escura, cujo tamanho se comparava aos três submarinos comprados na Itália pelo Brasil.

             Este ataque levou o Chanceler Oswaldo Aranha, a formular veementes protestos através de Portugal, país encarregado de tratar os assuntos brasileiros junto ao III Reich. Em 11 de Março de 1942, foi assinado o decreto Lei nº 4.166, que dispunha “sobr indenizações devidas por atos de agressão contra bens do Estado Brasileiro e contra a vida e bens de brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil”.

             De nada valeram essas e outras sanções, pois os torpedeamentos se sucederam em ritmo acelerado, cortando as nossa comunicações marítimas e aumentando dia a dia o números de vítimas indefesas.

Navio Olinda

                                                                    

              O Navio “Arabutã(Arabutan)”, partiu do Porto de Norfolk e, ao passar a cerca de 80 milhas só babo Hatteras, na Carolina do Norte, com uma carga de carvão destinada à Central do Brasil, recebeu o impacto de torpedo disparado pelo submarino alemão U-155, sob comando do Capitão Adolf Cornellios Piening.

             A tripulação brasileira, sob o comando do Capitão Aníbal Prado, era composta de 51 homens, dos quais um faleceu, o enfermeiro de bordo Manoel Florêncio Coimbra, atingido pela explosão do torpedo.

             Após o navio ser atingido, o submarino submergiu para assistir ao macabro espetáculo da tentativa de salvamento da tripulação e, depois de dar a volta inteira ao redor dos barcos de salvamento em marcha lenta retirou-se. O Navio “Arabutã” afundou em vinte minutos.

Navio Arabutã

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