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Comando Militar do Nordeste (CMNE): 72 Anos de História

Os Comandos Militares são as divisões das Forças Militares sob um único comando regional. Uma das principais heranças dos desdobramentos da Segunda Guerra Mundial foi a reestruturação administrativa e operacional do Exército Brasileiro. A Força Terrestre então passou a ser estruturalmente constituída a partir dos Comandos Militares do Norte, Centro, Oeste e Sul, sendo que o Norte estava sob a responsabilidade do então IV Exército, criado pelo Decreto nº 9.510, de 24 de julho de 1946. Ocupando o prédio centenário do atual Hospital Militar de Área (HMAR). Permaneceu até 1985, quando foi transferido para o Complexo Militar do Curado, e passou a ser denominado Comando Militar do Nordeste (CMNE), atual designação.

O Comando Militar do Nordeste completa 72 anos de História como participante ativo dos eventos da nossa nação. Desde sua criação até hoje não tem sido omisso quando acionado.

Parabéns CMNE.

 

Algumas curiosidades sobre este Grande Comando:

– Antes de sua reformulação em 1985, o IV Exército era responsável por todas as operações militares no Norte do Brasil, inclusive a Amazônia. Após 1985, sua área operacional se restringiu ao Nordeste, sendo que a defesa do norte do País sob a responsabilidade do Comando Militar da Amazônia.

– Grandes militares estiveram à frente do IV Exército e, posteriormente, CMNE. Dentre eles destacam-se:

General Bina Machado: participou da Campanha da Força Expedicionária Brasileira na Itália e lutou bravamente na vitoriosa Tomada de Monte Castelo. Comandou o IV Exército em 05 de janeiro a 10 setembro de 1971.

General Costa e Silva: Comandou o IV Exército entre 17 de agosto de 1961 a 28 de setembro de 1962, posteriormente foi o 27º Presidente do Brasil entre os anos de 1967 a 1969.

General Olympio Mourão Filho: Foi integrante da Força Expedicionária Brasileira, comandou o IV Exército entre os meses de agosto a setembro de 1964, sendo um dos principais personagens da eclosão dos eventos de maio de 1964.

General Castello Branco: 26º Presidente do Brasil entre os anos 1964 a 1967, era o Oficial de Operações durante a Companha da FEB na Itália, comandou o IV Exército entre os anos de 1962 e 63.

 

O Soldado Alemão – O Melhor do Mundo?

O povo alemão foi considerado por muito tempo um povo cruel e militarizado, graças a campanha disseminada no pós-guerra. A principal característica oriunda dessa mística é disciplina notória dos alemães. Por isso o soldado alemão foi muito tempo considerado o melhor soldado do mundo, disciplinado e combativo. E as batalhas iniciais da Segunda Guerra elevariam essa observação para o seu mais alto nível.

Com o passar da guerra e com a rendição das forças do General Paulus em Stalingrado, o que o mundo viu e os soviéticos não cansavam de repetir, era de que o soldado alemão era tão humano como qualquer outro soldado de qualquer outro exército. Sujeito aos traumas e medos da guerra. Embora ainda senhora de milhões de quilometros quadrados de território, a máscara do soldado invencível caíra com o  6º Exército.

Quando as forças anglo-americanas abriram uma nova frente na França, o que se via era um Exército já bastante debilitado. Soldados com idade avançada ou muito jovens e unidades inteiras de estrangeiros. Claro, ainda contavam com forças extremamente combativas, mas muito longe da mística de invencibilidade do soldado alemão.

No final da guerra pouca coisa sobrou daquele soldado que era considerado quase uma força de outro planeta invadindo a França. O que sobrou eram os maltrapilhos e os doentes integrantes de uma exército derrotado.

Por fim não existem exércitos invencíveis, nem soldados invencíveis, o que realmente existe são homens muito bem treinados e equipados, mas que no final das conta são apenas homens, nada mais. Outros conflitos no pós-guerra iriam provar que exércitos poderosos poderiam ser vencidos, o Vietnã seria o maior exemplo.

Com vocês a galeria com a face do soldado que já fora considerado invencível.

Segunda Guerra: Todos Perderam!

Muitos perguntam os motivos de se falar sobre a Segunda Guerra e se vivenciar um momento tão triste e cheio de dor e tragédia. Confesso que o nosso entusiasmo neste evento é acreditar que o mundo em que vivemos hoje é resultado direto desse conflito. Pensar que qualquer resultado diferente poderia mudar completamente a estrutura da sociedade tal qual a conhecemos é algo instigante .

Mas é necessário também fazer referência ao sacrifício humano e o sangue derramado das milhões de vítimas dessa guerra que significa exatamente o fracasso humano como civilização. Não culpo Hitler e seus partidários apenas, isso é um erro recorrente, mas culpo a civilização por tornar a Segunda Guerra Mundial possível. Uma geração inteira pagou um alto preço por isso. E não me refiro apenas as populações que sofreram com a guerra, também me refiro ao soldado que morreu em combate, pois cada soldado morto nos campos de batalha deixou uma família que o esperava em luto. Cada um que caiu, jogou uma mãe, esposa e filhos na penumbra da morte.

Quando pensamos em Segunda Guerra devemos pensar no que ela deixou de legado, mesmo que outros conflitos tenha a sucedido e outros mais ainda estão em andamento ou por vir, não nos esqueçamos que quando um Terceira Guerra Mundial eclodir nenhuma vida desperdiçada na Segunda terá valido a pena.

 Em nome desse sacrifício segue abaixo uma lembrança dos bravos soldados:

A Hora H do Dia D – Parte II

 Confesso que o conjunto de fotos que iremos publicar me empolgou, não apenas pela qualidade, mas principalmente pela quantidade dos registros. A convicção que as forças aliadas tinham de registrar do desembarque ao avanço das tropas. Fotografias até certo ponto difíceis de ver, principalmente os que registram corpos dos soldados mortos ou feridos gravemente. O interessante é que as fotografias não foram publicadas durante o conflito e permaneceu assim por décadas até ser liberado, no final das contas transformou-se em uma trabalho para posterioridade. Determinadas fotografias publicadas na imprensa nesse período iria ter um impacto semelhante, creio eu, a propaganda da guerra do Vietnã.

 Então vamos a elas:

 

 

Os Diversos Estrangeiros Esquecidos da Segunda Guerra

Ingleses, alemães, americanos, franceses, poloneses, italianos, soviéticos foram alguns dos principais adjetivos pátrios que protagonizam a Segunda Guerra Mundial, mas houveram dezenas de outras nações que estiveram envolvidas no conflito, lutando por  um ou outro lado. Os mais diversos e estranhos estrangeiros incorporaram a espírito dos países que defenderam, desde das colônias britânicas e francesas até os unidades OSTs alemães e seus voluntários espalhados pelo continentes do mundo.

Segue uma pequena amostra desses guerreiros, começamos a relacionar suas nações, mas não arriscaria de todos.

Que tal vocês tentarem identificar a nacionalidade desses soldados?

A Hora H do Dia D!

O Dia D ficou consagrado como o dia da decisão, termo militar que foi utilizado como codinome para a Operação Overlord e que acabou sendo sinônimo para um dia importante. Mas dentro do Dia D, o mais longo dos dias, segundo o próprio Rommel, houve para cada soldado participante do conflito a sua própria Hora H. Aquela que determinou a vida ou morte; aquele momento de decisão ou de angustia, de alegria ou de tristeza, um momento importante para qualquer soldado, seja ele americano, inglês ou alemão. A Hora H pode ser um momento de tranquilidade e de paz depois de um inferno.

Como temos nossa série a Hora H aqui no BLOG, resolvemos buscar no acervo fotografias da Hora H do Dia D, que não necessariamente foi no Dia D, mas inclui operações posteriores a Dia D. Resgatamos fotografias da U.S Corps com a qualidade impressionante, que nos orgulhou colocar a disposição de vocês.

Nas próximas remessas vamos abordar o próprio Dia D e a impressão do soldado ao se aproximar a sua Hora H.

Veículos Militares da Alemanha na Segunda Guerra

Quando se fala em blindados alemães a primeira coisa que lembramos são os panzes blindados consagrados pela Blitzkrieg, com isso deixamos de lado o excelente legado de veículos militares produzidos pela Alemanha no período da guerra, inclusive norteando a tecnologia para o pós-guerra. Portanto, vamos apresentar alguns dos veículos militares, blindados ou não, que foram utilizados largamente nas campanhas da Segunda Guerra pela Alemanha.

Série: A Hora “H” – Parte II

O hora “H”! Aquele momento decisivo! Na guerra esta hora é o momento do clímax entre a vida e a morte; o momento do desfecho ou de uma situação melancólica. A fotografia, diferentemente do vídeo, pára exatamente no HORA ‘H’. O vídeo é algo dinâmico enquanto que a fotografia pode capturar e congelar esse momento que decidiu a vida de uma pessoa ou mostrou o seu fim.

Essas publicações da Hora H têm por objetivo mostrar e refletir sobre esse momento.

Ação: Teatro do Pacífico

 Resolvemos selecionar algumas fotos para mostrar a dureza das ações no Pacífico. Estamos realizando algumas seleções especiais para compor os vários Teatros de Operações, incluindo alguns menos conhecidos e operações e guerras isoladas, como a Guerra Civil Espanhola, Guerra de Inverno e a Guerra das Coreias. Aguardem.

 

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XX

Parte 20

Peter Petersen se lembra de um velho colega de escola, um Untersturmführer da SS que estava de licença do front. Ele tinha recebido “uma repreensão severa” por parte dos seus superiores devido à sua resistência em executar prisioneiros. Petersen chamou a atenção para o fato dele ter mudado desde os antigos tempos de escola:

“Foi dito a ele que aquela não era uma guerra para crianças (A tradução correta seria Guerra de Jardim de Infância – Kindergaten Krieg – embora a expressão “guerra para crianças” seja mais adequada – N. do T.). Ele seria enviado para assumir o comando de um pelotão de fuzilamento onde ele teria que executar partisans, desertores alemães e sabe-se lá o que mais. Ele me disse que não tinha coragem em desobedecer tal ordem já que, se o fizesse, seria executado.”

Um sentimento de incerteza reinava atrás das linhas do front. Soldados se sentiam cercados e isolados. O Korück 582 – uma unidade de segurança operando atrás das linhas do front do 9º Exército – era responsável por 1.500 vilas em uma área de mais de 27.000 km quadrados. Ele tinha apenas 1.700 soldados sob o seu comando para executar tal tarefa. Nenhum apoio era oferecido pelo 9º Exército o qual, no início da campanha, tinha uma carência de 15.000 homens. As atividades dos partisans abrangiam 45% da área operacional. Tais unidades de segurança eram, na sua maioria, comandadas por oficiais incompetentes e idosos que tinham entre 40 e 50 anos comparados com os oficiais das linhas de frente que tinham em média 30 anos. Os comandantes dos batalhões do Korück 582 tinham praticamente 60 anos e seus soldados receberam pouco treinamento. Os sentimentos de vulnerabilidade e de um perigo constante eram freqüentes nestas zonas as quais, paradoxalmente, poderiam ser tão ativas e perigosas quanto as linhas de frente.

Walter Neustifter, um infante e operador de metralhadora, contou que “você sempre tem que ter em mente os partisans.” E atrocidade gerava mais atrocidade.

“Eles atacaram toda uma equipe de transporte e logística, despiram os soldados, colocaram as suas roupas e distribuíram todo o material capturado e alguns rifles. Então, para assustá-los, nós enforcamos 5 homens.”

Peter Neumann, um oficial da 5ª Divisão SS ‘Wiking’ explicou após um massacre em represália aos ataques de partisans contra soldados alemães:

“Nós da SS podemos ser cruéis, mas os partisans também travam uma guerra desumana e não mostram nenhuma misericórdia. Talvez nós não possamos culpá-los por estarem defendendo a sua própria terra, mas mesmo assim está bem claro o nosso dever de exterminá-los… e onde está o senso de justiça? Como se tal coisa existisse…”

C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XIX

Os soldados alemães também eram assolados pelos franco-atiradores. O motorista Helmut K., escrevendo para os seus pais em 7 de julho, reclamou que a sua unidade, transportando material de Varsóvia para o front, tinha sofrido 80 mortos, “32 deles por franco-atiradores.” As medidas repressivas resultantes só aumentavam o nível de violência. Virtualmente não havia nenhuma atividade de partisans na Ucrânia após o início da invasão, a não ser de grupos que ficaram para trás constituídos por oficiais do Exército Vermelho e de grupos especiais da NKVD. Após as batalhas que resultaram no cerco de Kiev, as operações efetuadas por partisans no Grupo de Exércitos Sul aumentou consideravelmente. Na área do Grupo de Exércitos Centro, os grupos de partisans chegariam a controlar 45% da região ocupada, mas as atividades de início eram em pequena escala. Os franco-atiradores eram a primeira manifestação de resistência. Durante o avanço em direção a Leningrado, o artilheiro Werner Adamczyk foi recebido a tiros por pessoas que “nem estavam de uniforme” e que “não atiravam tão mal”. Ele ficou surpreso e indignado:

“Agora parece que vamos ter de lutar contra os civis! Já não era bastante lutar contra o Exército Vermelho. Agora nem nos civis nós podemos mais confiar.”

Qualquer resistência as áreas da retaguarda era referida como “bandidos ou “civis”. Karl D. escreveu no seu diário no início de julho:

“À nossa direita havia campos de trigo. Precisamente neste momento um civil atirou a partir da plantação. Uma procura foi feita no campo. Aqui e ali se ouvia um tiro. Deveriam ser franco-atiradores. Havia também soldados russos que estavam escondidos na floresta. De vez em quando um tiro era disparado.”

Outro soldado, Erhard Schaumann, descreveu como:

“Nós percebemos depois que a população russa não tinha fugido, mas se escondido em abrigos subterrâneos. Nós recebemos tiros de morteiros extremamente precisos no nosso acampamento o que causou pesadas baixas. Nós pensamos que devia haver russos (observando) por perto para estarem mirando tão bem.”

Ao investigarem, eles desentocaram várias pessoas dos abrigos subterrâneos. Schaumann ficou relutante em explicar o desenrolar da situação:

“Schaumann: Ja , eles foram trazidos e interrogados… foi o que eu ouvi.
Entrevistador: E para onde eles foram levados?
Schaumann: Para o comandante do batalhão ou do regimento ou para o comandante da divisão, e então eu ouvi tiros e sabia que eles tinham sido executados.
Entrevistador: Você viu isso também?
Schaumann: Eu vi.
Entrevistador: Você participou disto?
Schaumann: Eu tenho que responder a isso? Por favor, me poupe de responder isso.”

C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte XVIII

Parte 18

Os excessos eram cada vez mais comuns. Ao final de agosto, o Gefreiter Georg Bergmann do Regimento de Artilharia 234 perto de Aunus no front finlandês ao norte, testemunhou um espetáculo bizarro proporcionado por veículos de uma unidade sendo dirigidos a uma alta velocidade com prisioneiros se empoleirando no capô do motor e nos pára-lamas. Ele disse que: “A maioria caiu devido à altíssima velocidade e foram ‘fuzilados enquanto tentavam escapar’.” O Gefreiter de infantaria Jakob Zietz contou sobre seis prisioneiros de guerra russos capturados por sua companhia da 253ª Divisão de Infantaria, os quais foram obrigados a trabalhar carregando munição perto de Welikije Luki. “Eles estavam completamente exaustos devido à ação do calor e dos seus esforços e caíram no chão, incapazes de continuar a marchar.” Eles foram executados a tiros. Outros morreram limpando campos minados ou carregando munição para a linha de frente.

Durante a noite de 27 de agosto, milhares de prisioneiros soviéticos foram apinhados dentro de um ponto de coleta de prisioneiros em Geisin, perto de Uman. O complexo foi projetado para comportar entre 500 a 800 pessoas, mas a cada hora que passava, de 2.000 a 3.000 prisioneiros chegavam para serem alimentados e enviados para a retaguarda. Nenhuma comida havia chegado e o calor era sufocante. Ao anoitecer, 8.000 se acotovelavam dentro do local. O Oberfeldwebel Leo Mallert, um dos guardas da 101ª Divisão de Infantaria, ouviu então “gritos e tiros” vindos da escuridão. O som dos tiros indicava que era obviamente de grosso calibre. Duas a três baterias de Flak 88mm que estavam por perto começaram a atirar diretamente contra um silo de grãos que estava dentro do perímetro de arame farpado “porque os prisioneiros tinham alegadamente tentado fugir.” Mais tarde um dos vigias disse a Mallert que entre 1.000 e 1.500 homens tinham sido mortos ou gravemente feridos. Má organização e péssima administração resultaram em um superlotação crônica, mas o Stadtkommandant (Comandante Militar) de Geisin não podia arriscar uma fuga em massa.

Não há local, dentro da disciplinada cultura militar alemã ou dentro de sua doutrina tática para lidar contra civis irregulares. Este tinha sido historicamente o caso durante a guerra Franco-Prussiana de 1871 e que se repetiu durante as primeiras fases de ocupação da Primeira Guerra Mundial. Os soldados alemães consideravam errado, ou de alguma maneira injusto, o fato do inimigo continuar a lutar na retaguarda depois de ter sido isolado ou cercado, lutando em um situação sem esperança. Na Rússia, diferentemente do que tinha até então acontecido no oeste, o inimigo se recusava a em seguir as regras de uma rendição ordenada. Os irregulares eram chamados de “bandidos” de acordo com o linguajar militar alemão e tratados como tais. Milhares de soldados russos acabaram ficando separados de suas formações de origem nas grandes batalhas durante as operações de cerco. No dia 13 de setembro de 1941, o OKH ordenou que soldados soviéticos que se reorganizassem e continuassem a resistir após serem ultrapassados pelas forças alemãs, deveriam ser tratados como partisans ou “bandidos”. Em outras palavras, eles deveriam ser executados. Oficiais da 12ª Divisão de Infantaria receberam a seguinte orientação do seu comandante:

“Prisioneiros feitos atrás da linha de frente (…) a única ordem é atirar! Todo soldado deve atirar contra qualquer russo que for encontrado atrás da linha de frente e que não tenha sido feito prisioneiro durante a batalha.”

Tais ordens não soariam absurdas aos soldados simpatizantes ao acordo tácito de que a guerra deveria ser limpa e justa desde que, é claro, se observasse a superioridade tecnológica, tática e organizacional alemã.

C O N T I N U A

Metralhadora: A Temida e Desejada

Mesmo tendo seu projeto inicial apresentado na segunda metade do século XIX, foi durante as duas Grandes Guerras que as metralhadoras foram utilizadas largamente e avançaram tecnologicamente. Apelidada pelos brasileiros na Itália de “Lurdinha”; chamada por Lampião de “matadeira”, essas maravilhas bélicas tiraram a vida de milhares de pessoas nos campos de batalha. Ficaram na memória e nos traumas dos soldados, permeando seus pesadelos noturnos, lembrando das vidas que foram ceifadas por essa arma mortal. Muito desejada e ao mesmo tempo temida.

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Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte IX

PARTE 9

A escuta das transmissões dos rádios russos bem como a captura de documentos fornecem uma ampla diversidade de razões para a eliminação dos prisioneiros de guerra alemães. Aqueles soldados inimigos que lutavam ao invés de se renderem bem como os prisioneiros problemáticos eram, na maioria das vezes, sumariamente executados. O desenrolar de situações táticas não previstas e/ou a falta de transporte para os prisioneiros poderiam contribuir para selar o seu destino. Execuções sumárias durante o interrogatório poderiam acontecer como resultado diante da recusa de fornecer informações militares ou para encorajar que outros falassem. Em resumo, os excessos praticados pelos alemães sofriam uma resposta paga na mesma moeda. Alimentação sempre era escassa e, sendo assim, não disponível prontamente para os prisioneiros. Recompensas também eram oferecidas para aqueles que provocassem o maior número de baixas entre o inimigo. A execução dos oficiais alemães e dos nazistas também acontecia, manifestando uma indignação por parte dos soviéticos e que era expressa através da matança do tipo “olho por olho”. De qualquer maneira, o enfrentamento contra o soldado alemão deveria ser levado até o fim. Um documento do 5º Exército Soviético datado de 30 junho revelou:

“Tem acontecido freqüentemente o fato de soldados do Exército Vermelho e seus comandantes, afetados pela crueza dos porcos fascistas (…) não fazerem nenhum soldado alemão ou oficial prisioneiro, mas sim o executarem ali mesmo no local.”.

Tal prática era criticada devido à perda de informações para o serviço de inteligência bem como pelo fato de desencorajar a deserção por parte do inimigo. O major general Potapov, comandando o 5º Exército Soviético, ordenou que seus comandados explicassem aos soldados de que matar os prisioneiros de guerra “é prejudicial aos nossos interesses.”. Ele enfatizava que os prisioneiros deveriam ser tratados adequadamente. Ele ordenou: “Eu categoricamente proíbo qualquer iniciativa individual de fuzilamento.”. Outro documento capturado e proveniente do 31º Corpo Soviético, assinado pelo Comissário Chefe do departamento de propaganda e datado de 14 de julho de 1941, revelava que “prisioneiros tem sido enforcados e esfaqueados até a morte.”. Tal ordem argumentava que “tais comportamentos para com os prisioneiros de guerra são um prejuízo político para o Exército Vermelho e apenas aumentam a vontade do inimigo em lutar (…) O soldado alemão, quando capturado, deixa de ser um inimigo.”. O objetivo era de “fazer tudo o que for necessário para capturar soldados e, especialmente, oficiais.”.

Porém, a realidade em nível de tropa era de que o soldado russo – da mesma maneira que o seu adversário – tinha sido igualmente e rapidamente brutalizado pela natureza de uma luta ideológica e impiedosa. Os interrogatórios dos prisioneiros de guerra soviéticos conduzidos pelos alemães em Krzemieniec no mês de julho de 1941 descobriu que:

“Nenhuma ordem definitiva havia sido dada para que se executasse todos os oficiais, sub-oficiais e soldados alemães quando da sua captura. Os oficiais, comissários e médicos soviéticos capturados explicam que os fuzilamentos e as torturas até a morte dos militares alemães são oriundos de iniciativas individuais ou por ordens especiais. Estas eram repassadas por oficiais, comissários ou ambos. Um comissário afirmou que tais ordens, na sua maioria, são dadas pelos comandantes de regimentos e de batalhões e por quem os comissários são responsáveis.”.

C O N T I N U A

Traduzido Por A.Reguenet

Morte nos Campos de Batalha – Ainda não Aprendemos com Nossos Erros!

Dizem que a inocência de um homem acaba nos primeiros minutos de batalha, e com o decorrer da guerra sua humanidade também se desfaz. O mundo como conhecemos, foi forjado a partir da guerra, e apesar de sempre presente, a guerra é a degradação maior que o individuo pode enfrentar.

A Segunda Guerra foi o primeiro grande flagelo a ser documentado e registrado de forma industrial. Porquanto a quantidade de registros de jovens que pereceram em combate e outros que sobreviveram fisicamente, mas que deixaram suas mentes nos campos de batalha permite termos a exata dimensão do que um conflito de grandes proporções pode causar a um homem sadio.

E continuamos criando nossas guerras ao longo das décadas até os dias atuais, mesmos cientes das consequências devastadoras, deixamos que o ódio entre povos e nações continuem a produzir mais mortes. Não entendemos nossa própria história e continuamos a repetir os mesmos erros do passado.