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Reflexões sobre o Dia da Vitória – 1945/2014
Quem são os soldados que lutaram na Força Expedicionária Brasileira? Quem são os pracinhas? Se é que alguém sabe o que é um pracinha? Uma geração se ergue no nosso país sem qualquer conhecimento sobre o sacrifício de outras gerações na preservação do mundo como o conhecemos hoje. Sangue brasileiro foi derramado em um passado nem tão distante assim, e quem sabe o que eles fizeram? Desde o fim da guerra não houve qualquer preocupação com os brasileiros que lutaram envergando o Pavilhão Nacional em seu ombro. Preocupação histórica. Quem são esses brasileiros? Quem sabe? A Constituição de 1988 amparou-os, pois antes tarde do que nunca, mas o reconhecimento histórico talvez seja mais importante do que a política de amparo social, portanto quem são os Veteranos da Força Expedicionária Brasileira? São vivos? Muito não estão entre nós; muitos morreram sem saber que seu país se importava com eles. Muitos deixaram nos campos de Batalha sua juventude e voltaram para o convívio social com o corpo ferido ou com alma ferida, pois a guerra faz isso. Perderam grande parte de sua juventude lutando contra um inimigo não deles, mas de seu país. Lutaram pelo seu país! Quem são os veteranos da FEB? O que eles fizeram? Onde eles estão?
Educadores, pais, cidadãos do Brasil todos são responsáveis pela injustiça acometido aos quase 500 brasileiros que perderam suas vidas e pela amnésia do sacrifício dos mais de vinte e cinco mil paulistas, paranaenses, fluminenses, pernambucanos, mineiros, paraibanos, paraenses, gaúchos, catarinenses e tantos outros estados que cederam seus filhos para lutarem nos campos de batalha da Itália.
Brasileiros, comunistas, pensadores, professores, formadores de opinião e todos os responsáveis por ensinar e aculturar os nossos filhos, esqueçam a ideologia quando explicarem aos mais jovens os motivos das ações do Brasil no contexto político e governamental e seu envolvimento no conflito; esqueçam sua formação política! Apenas expliquem que conterrâneos de seu Estado, mesmo com recursos opacos formaram uma Força Expedicionária de brasileiros, natos, com média de idade abaixo dos vinte anos, lutaram bravamente e cumpriram seu dever com seu país.
Quando perguntarem “Quem são esses pracinhas?” Respondam simplesmente que foram brasileiros que praticaram o que é entoado no Hino Nacional: “Verás que um Filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte…”. Poucos nesse país podem bater no peito e gritar empiricamente, em alta voz, que exerceram de fato essa afirmação. Eles são soldados brasileiros, soldados do Exército Brasileiro, que em um passado nem tão distante assim, atravessam o oceano para lutarem e morrerem pelo seu país.
No final das contas, a profética frase do Presidente Siqueira Campos foi exercida até o seu último verbo: “À Pátria tudo se deve dar, sem nada exigir em troca, nem mesmo compreensão“. Muitos não entendem isso, pois são movidos por uma ideologia cega e se esquecem do amor por sua terra…Por sua Pátria….A Pátria Amada, Brasil!
68º Aniversário da Ação do ENOLA GAY sobre Hiroshima
Umas das mais severas discussões sobre a Segunda Guerra Mundial reside exatamente na utilização da Bomba Atômica sobre Hiroshima e Nagazaki. Muitos críticos sempre ponderam sobre a real necessidade de se lançar ataques tão devastadores sobre o Japão quando a guerra estava praticamente ganha.
É importante que possamos analisar o contexto geopolítico que se desenhou na Europa com a capitulação alemã e as condições da frente do pacífico que insistia em continuar.
Primeiro a Europa estava cansada de guerra e os reforços para os americanos sobre a Pacífico não empolgavam ninguém. Na última ofensiva antes da bomba, lançada sobre a Ilha de Okinawa, os Estado Unidos tiveram cerca de 183 mil baixas entre mortos e feridos. Um ataque Kamikaze sem precedentes deixou a Frota do Pacífico em choque. Tudo isso contribuiu para a conclusão de um Plano de Invasão sobre a ilha principal, com estimativa inicial de baixas em meio milhão de americanos.
O presidente Truman, que sucedeu Roosevelt no ano anterior, sabia das pretensões de influência na Europa Oriental da velha raposa Stálin; sabia tanto que tinha que persuadi-lo a não tentar nada que pudesse fazer aliados se tornarem inimigos. Muitos do Alto-Comando Aliado eram a favor de um ataque preventivo contra a União Soviética, entre eles o próprio General George Patton. Era o início da Guerra Fria.
Mas como explicar a utilização de bombas contra alvos-civis, em cidades densidade demográfica elevado, sem alvos militares em potencial. Sem falar que o Little Boy (A Bomba) foi lançado no início da manhã quando os bondes estavam lotados e as pessoas se dirigiam para o trabalho. Nada pode explicar, a não ser aumentar o número de vítimas.
No contexto geral é necessário que a humanidade possa lembrar de seus atos para que possamos guiar nosso futuro, e as próximas gerações, a não cometerem os mesmos erros do passado. História serve para isso.
Segue Relatos:
A explosão da bomba atômica na cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, é o tema de “Hiroshima” (Companhia das Letras, 176 p., R$ 42), livro escrito por John Hersey e considerado um dos principais títulos do gênero conhecido como jornalismo literário, no qual técnicas da literatura são utilizadas para a narração de um fato jornalístico.
Hersey foi a Hiroshima em 1946, um ano após a explosão da bomba, e contou a situação da cidade a partir dos relatos de seis sobreviventes. O texto foi publicado pela revista americana “The New Yorker” e no mesmo ano foi editado em livro. Quarenta anos depois, Hersey voltou a Hiroshima e acrescentou à obra um epílogo, no qual conta o que aconteceu com os mesmos seis personagens.
Leia, abaixo, trechos da obra nos quais Hersey reconstitui o dia da explosão a partir dos relatos dos sobreviventes:
Reverendo Kiyoshi Tanimoto
“Então um imenso clarão cortou o céu. O reverendo se lembraria nitidamente de que o clarão partiu do leste em direção ao oeste, da cidade em direção às montanhas. Parecia um naco de sol. Os dois amigos reagiram, apavorados – e tiveram tempo para reagir (pois mais de três quilômetros os separavam do centro da explosão). O sr. Matsuo subiu os degraus da frente, entrou na casa e praticamente se enterrou entre as trouxas de roupa. O sr. Tanimoto deu três ou quatro passos e se jogou entre duas grandes pedras do jardim, agarrando-se firmamente a uma delas. Com o rosto encostado na pedra, não viu o que aconteceu. Sentiu uma pressão repentina, e estilhaços de madeira e de telhas choveram sobre ele. Não ouviu barulho nenhum. (Praticamente ninguém em Hiroshima se lembra de ter escutado qualquer barulho produzido pela bomba. Entretanto, um pescador que estava em sua sampana no mar Interior, perto de Tsuzu – o homem com quem a sogra e a cunhada do pastor moravam -, viu o clarão e ouviu uma tremenda explosão; ele se encontrava a quase 32 quilômetros de Hiroshima, porém o estrondo foi maior do que quando os B-29 bombardearam Iwakuni, a apenas oito quilômetros de distância.)”
Sra. Hatsuyo Nakamura
“A sra. Nakamura observava o vizinho quando um clarão de um branco intenso, de um branco que nunca tinha visto até então, iluminou todas as coisas. Ela não se importou em saber o que estaria acontecendo com o vizinho; o instinto materno a direcionou para sua prole. No entanto, mal deu um passo (encontrava-se a 1215 metros do centro da explosão), alguma coisa a levantou e a fez voar até o cômodo contíguo, em meio a partes de sua casa. Quando ela aterrissou, tábuas caíram a seu redor, e uma chuva de telhas a cobriu. Tudo escureceu. A camada de destroços não era muito densa, e a sra. Nakamura se levantou. Ouviu uma das crianças gritar “Mamãe, socorro!” e viu a caçula Myeko, de cinco anos, enterrada até o peito e incapaz de se mexer. Enquanto abria caminho com as mãos, freneticamente, para acudir a menina, não escutou nem avistou o menor sinal dos outros filhos.”
Dia D – Especial 69 Anos – Destruição e Morte Vinda dos Céus
Há 69 anos a região da Normandia estava sendo palco do maior desembarque anfíbio da história militar. A Operação Overlord iniciara com a primeira leva desembarcando as 06:30 pontualmente em cinco praias francesas de codinome Ohama, Utah, Gold, Juno e Sword. Essa operação, mundialmente conhecida como O DIA D, ficou no imaginário daqueles que estudam ou são entusiastas da Segunda Guerra Mundial.
Hoje o BLOG terá um dia inteiro com publicações sobre o Dia D e seus desdobramentos.
Iniciamos agora não no Dia D, mas em uma visão diferente para uma análise individual. Os sistemáticos bombardeios as cidades francesas. Quase todas as cidades que estiveram no caminho das tropas aliadas foram bombardeadas, enquanto todas os centros populacionais costeiros foram total ou parcialmente destruídas.
A galeria abaixo mostra 80 fotografias, sendo que as 40 primeiras mostram o momento de um bombardeio ou o momento logo após. A segunda parte da galeria exibe a destruição em solo depois dos bombardeios. Cada foto é uma consequência de uma da galeria anterior, portanto é de imagina a agonia da população civil das cidades como Saint-Lo e Caen. Uma reflexão.
Aguardem que mais publicações que hoje o dia é do Dia D.
DESTRUIÇÃO EM TERRA
Tomada de Monte Castelo: Uma Solenidade de Reconhecimento Histórico
Muito se fala nesse país em memória curta, em povo sem memória. Contudo, podemos afirmar e testificar que nesse país sempre haverá homens comprometidas e preocupadas com a preservação histórica. Para tanto, podemos pontuar a solenidade alusiva a Tomada de Monte Castelo realizada no último dia 22 na 7ª Região Militar – Região Matias de Albuquerque.
Estavam presentes vários Veteranos da Força Expedicionária Brasileira juntamente com personalidades que prestigiaram a solenidade. Nesta formatura, tão significativa para a história do Exército Brasileiro, os pontos mais marcantes, além das presença dos protagonistas da Batalha, a entrega da Medalha Aspirante Mega. Essa medalha, de grande valor moral e de liderança, já que carrega o nome de um exemplo de liderança militar em combate, foi entregue a homens que se destacaram na vida militar ou em atividades relevantes para preservação da memória da Força Expedicionária Brasileira.
Além do próprio Grupamento Aspirante Francisco Mega que tem voluntários em seus quadros que reconhecem a necessidade de chamar a atenção da atual geração para os sacrifícios que outras gerações tiveram que fazer para a manutenção da liberdade no mundo.
Nada mais justo do que reverenciar e agradecer aos líderes e chefes militares que preconizaram e idealizaram esse belíssimo exemplo de preservação histórica; preservação dos valores que honram a memória daqueles que perderam suas vidas nesta horrível, mas necessário batalha.
- Grupamento Histórico Aspirante Francisco Mega
- Grupamento em forma
- Capitão Rene – Guarda Bandeira da FEB
- Tenente Villar – AORE/PE
- Viaturas de época
- pronto
- PE Rene
- PE Christo recebedo Medalha do General Aguiar
- PE Christo – Diretor da ASSPEx
- Tenente R/2 Rogério – Presidente da AORE/PE – Agraciado com a Medalha Aspirante Mega
- Major André Gustavo – Cmt do 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada
- Tenente Rogério e TC Basílio
- Capitão Neves – 4º BPE – Agraciado com a Aspirante Mega
- Guarda de Hora da 2ª Companhia de Guarda
- Guarda de Honra para o General Albuquerque – Antigo Comandante do Exército
- Chegada do General Albuquerque
- General Albuquerque cumprimenta do General Aguiar – Comandante da 7ª Região
- Oficiais Generais
- Acervo da ANVFEB-PE
- General Fernando – Chefe do Estado Maior do CMNE – recebe a Medalha Pracinha Antônio Vieira das mãos do General Benzi
- TC PM – Basílio – Cmt 16º BPM recebe a Medalha Aspirante Mega do General Benzi – Comandante Militar do Nordeste
- Coronel Edivaldo – Chefe do Estado Maior da Região – Recebe das mãos do General Benzi a Medalha Pracinha Antônio Vieira
- Tenente Rogério – Presidente da AORE recebe a Medalha Aspirante Mega do General Aguiar
- PE Christo da ASSPEx – Recebe Medalha Aspirante Mega das mãos do General Aguidar
- Capitão Neves do 4º BPE recebe a Medalha Aspirante Mega das mãos do General Benzi
- Agraciados
- Continência a Bandeira
- Desfile do Pracinhas
- Estandarte do ANVFEB-PE
- Grupamento Histórico no Desfile
Tomada de Monte Castelo: 7ª Região Militar Realiza Solenidade Alusiva
No dia de ontem (22/02), a 7ª Região Militar, Região Matias de Albuquerque, realizou solenidade alusiva ao 68º aniversário da Tomada de Monte Castelo, feito da Força Expedicionária Brasileira em 21 de fevereiro de 1945, e o 98º Aniversário deste grande comando.
A 7ª Região é comandada pelo General de Divisão Marcelo Flávio Oliveira Aguiar que não mediu esforços para realizar uma solenidade à altura de nossos Veteranos da FEB e da História da 7ª RM/7ª DE. Vale ressaltar que a Região foi comandada pelo então General Mascarenhas de Morais, entre os anos de 1940 a 1943, sendo um dos grandes comandos que reorganizou a defesa do nordeste brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial.
A solenidade contou com a presença de autoridades civis e militares, dentro eles o antigo comandante do Exército General Francisco Roberto de Albuquerque e o Comandante Militar do Nordeste General Odilson Sampaio Benzi.
Evidentemente, um dos destaques principais da belíssima e emocionante formatura foi à presença de Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – Regional Pernambuco, que desfilaram em viaturas de época , seguidos pelo Grupamento Histórico Aspirante Francisco Mega, grupamento composto de integrantes da Associação SEMPRE Polícia do Exército, utilizando réplicas dos uniformes utilizados pelos nossos pracinhas na Segunda Guerra Mundial.
O emocionante desfile perpetrou a máxima reverência aos brasileiros que tentaram nos meses de novembro e dezembro de 1944 a conquista de uma elevação bem defendida, que ceifou a vida de valentes soldados do Exército Brasileiro.
- Entrada da Tropa
- Passagem das Viaturas no Desfile
- Passagem dos Veteranos
- Chegada do Grupamento Histórico
- Estandarte da ANVFEB-PE
- Passagem do Grupamento Histórico
- Passagem do GHAFM – SEMPRE PE
- Veterano Josias e a Princesa Ananda
100 Melhores Filmes de Guerra – A Cruz de Ferro – 09
Quem realiza pesquisas, seja ela da segunda guerra ou outro período histórico e vai assitir um filme, passa o tempo inteiro analisando os cuidados que a produção teve com a veracidade dos acontecimentos, e claro, ao final, sempre tem uma ou outra observação a fazer. Por isso, para que possamos abrir nosso leque de produções que apresentem como “pano de fundo” os conflitos que marcaram a humanidade, estou lançando uma série de posts que elencam os 100 melhores filmes de guerra de todos os tempos, claro, estou colocando minha lista, e vou colocá-la propositalmente em ordem aleatória, deixando os 05 melhores colocados para o final da série. Faça a sua Lista ou acompanhe a nossa!
PS. antes que alguém critique o post, lembrem-se, é só uma brincadeira!!
A Cruz de Ferro (Posição 09)
Neste clássico antibelicista, a Segunda Guerra Mundial é mostrada sob os olhos dos alemães. O diretor Sam Peckinpah mostra que os soldados que combateram com o uniforme nazista eram vítimas dos senhores da guerra. O sargento Steiner (Coburn) participa de uma batalha sangrenta contra as tropas russa, na qual morre o bravo tenente Meyer, líder do pelotão. Só que o capitão aristocrata Stransky (Schell) diz que comandou os soldados na luta e reivindica a Cruz de Ferro, medalha concedida por bravura no campo de batalha. Stainer nega-se a corroborar a farsa. Covardemente, o capitão escarra na honra militar e se vinga do sargento.
Sam Peckinpah não se vale de meias palavras ou meias imagens para reconstruir a carnificina da Segunda Guerra Mundial. As cenas, cruéis e violentas, lembram que o sofrimento não foi privilégio dos Aliados. O enredo é universal: enquanto sonham com o poder, uns poucos alimentam o conflito com sangue da ralé. Em A Cruz de Ferro, a ambição é o estopim, a faísca e o combustível da guerra. E a terrível constatação é que mesmos os vencedores terminam vencidos.
Título Original: Cross of Iron
País: Reino Unido / Alemanha
Ano: 1977
Direção: Sam Peckinpah
Elenco: James Coburn, Maximilian Schell, James Mason, David Warner.
Curiosidade: Os soldados russos entoam uma cança iugoslava, pois os atores eram iugoslavos e não conheciam músicas russas. Ninguém da equipe percebeu, e a cena ficou assim.