Campo de Concentração de Pouso Alegre – MG
Entre os campos de concentração ou presídios verificados como estabelecimentos destinados ao internamento dos “súditos do Eixo” no Brasil, encontramos uma única situação envolvendo prisioneiros militares. Trata-se do Campo Militar para Prisioneiros de Guerra de Pouso Alegre, que acomodou, entre 21 de setembro de 1943 e 15 de abril de 1944, 62 marinheiros do navio alemão Anneleise Essberger.
Esse campo gora regulamentado pelo Ministério da Guerra para meio do Aviso Reservado n 411/348, de 24 de agosto de 1943, no qual o general Mario José Pinto Guedes, respondendo pelo expediente, designou o quartel do 1º Grupo do 8º Regimento de Artilharia Montada de Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais, como sede do campo de prisioneiros de guerra a ser instalado e regulamentado pela Convenção de Genebra.
O quartel do Exército do I/8º RAM de Pouso Alegre, atualmente denominado de 14º Grupo de Artilharia de Campanha (14º GAC), foi criado em 23 de fevereiro de 1915 pelo Decreto n. 11488 de 10 de fevereiro de 1915, como 10º Regimento de Artilharia Montada, mas foi organizado em 19 de março de 1918, sendo esta data aniversário da Unidade. A partir de 20 de julho de 1919, passou a ser chamado o 8º RAM, constituindo-se no 1º Grupo do 8º RAM somente em 1940. Após a declaração de guerra o quartel foi designado para cooperar com o esforço de guerra na proteção do litoral brasileiro.
Mesmo sendo um cargueiro da Marinha Mercante Alemã, o Anneleise Essberger contava com uma tripulação de 35 marinheiros, 14 oficiais e 13 suboficiais. Essa tripulação mista justificava-se pelo fato de o cargueiro ser um furador de bloqueio, destinado a abastecer os submarinos alemães no Atlântico de combustível, mantimentos, munições e matérias-primas. Fazia a rota Bordeaux, na França, até Kobe, no Japão, transportando cargas de borracha entre o Atlântico e o Pacífico.
Em 1942, o Anneleise Essberger rumava do Japão pelo Atlântico Sul quando foi interceptado pela 4ª Esquadra Americana, sediada em Recife, sob o comando do Almirante norte-americanos Jonas Ingran, já na linha do Equador. Desde o início de novembro, cruzadores e contratorpedeiros norte-americanos aguardavam a chegada de furadores de bloqueio do Eixo, quando, no dia 22, o Somers da esquadra americana aproximou-se de uma navio desconhecido intimidando-o a se identificar. A demora visava retardar sua captura pelos Estados Unidos possibilitando que a própria tripulação o destruísse.
Ao cair da noite, com o cargueiro afundando, seus tripulantes foram capturados e levados para Recife, entregues ao general Mascarenhas de Morais, comandante da 7ª Região Militar. Lá chegaram a bordo do cruzador norte-americano Cincinatti, sendo recebidos na Praça de Derby pelo Capitão de Infantaria José Arnaldo Cabral de Vasconcelos, comandante da Polícia Militar de Pernambuco, em cuja sede os prisioneiros ficavam internados de novembro de 1942 e julho de 1943. De Recife foram conduzidos para o Rio de Janeiro pelo navio brasileiro Poconé, aportando na capital federal em 03 de julho de 1943, e recolhidos pela Polícia Militar do Distrito Federal, comandada pelo Coronel Odylio Denys, até serem encaminhados para Pouso Alegre.
“A Guerra chegou a Pouso Alegre a 21 de setembro de 1943, desembarcando na estaçãozinha da Rede [Ferroviária Mineira de Viação Sul], por volta das sete horas da noite. Ela apareceu sob a forma de 48 prisioneiros de guerra alemães, escoltados desde o Rio de Janeiro, por soldados teuto-brasileiros do Exército” – ARARIPE, L. Prisioneiros de Guerra Alemães no Brasil: campo provisório de concentração de Pouso Alegre (MG) durante a Segunda Guerra Mundial (I), p.53.
O trajeto pela Rede Ferroviária Mineira de Viação Sul da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, até a pequena estação próxima ao quartel do Exército de Pouso Alegre levava 12 horas, com uma baldeação na cidade paulista de Cruzeiro. Além da desconfortável viagem, os prisioneiros alemães ignoravam o destino do trem devido às venezianas bloqueadas, que os impediam de ver a paisagem. Ao chegarem a Minas, em trajes civis, com uma ou outra peça remanescente do uniforme da marinha alemã, traziam pouca bagagem, com mudas de roupas e raros objetos pessoais. Marcharam da estação de trem até o quartel, escoltados por cinco sargentos, três cabos e 15 soldados do Batalhão de Guardas, sob o comando do Primeiro-Tenente Diniz Silva.
Fonte: Prisioneiros de Guerra – Os “Súditos do Eixo” nos campos de concentração brasileiros (1942-1945) – Editora Humanitas – São Paulo – 2010
È uma vergonha saber que minha cidade fez parte do holocaulsto,como sou testemunha de jeová fico triste em saber que pessoas podem e foram maltratados e ate mortos por pessoas créis,isso deveria mostrar mais respeitos aqueles que queriam só a paz e não a tortura,que mal fizeram para merecer tal atroçidade?.Isto jamais se vai repetir,pois o criador não permitira tal sofrimento dinovo,pois estamos cada vez mais perto do fim e só os leigos não veem.Vamos acordar ou sera tarde demais,assim como nos tenpos de noé.
Prezado Claudinei, tenho muito respeito pela sua religião, mas é preciso estudar também outras matérias, como por exemplo: História Geral. Vc verá que jamais sua cidade nada teve a ver om o dito holocausto. Muito pelo contrário, os prisioneiros que ficaram no então 8º RAM eram alemães. Os alemães, sim, foram acusados de praticar o holocausto, mas lá na Europa. Nós Brasileiros ficamos contra os alemães e lutamos contra eles.
Você parece que ficou com pena deles. Os seus confrades amargaram longos anos nos campos de concentrações alemãos por causa da religião. Então, a tua cidade ajudou a combater quem fez o holocausto. Fica em paz,
prezado jose vacir cogo, pouso alegre teve sim a ver com algum tipo de holocausto, estes alemães eram gente tambem, tiveram aí neste campo de concentração de Pouso Alegre.
Colaborando com José Vacir Vogo,ouvi do Dr Breno Coutinho professor de direito administrativo da FDSM,que servia na época neste quartel,que os militares Alemães foram tratados com dignidade,Os oficiais exerciam comandos aos seu subordinados como educação física, disciplina ,inspeção, passavam graxas de sapatos nos assoalhos que faziam um brilho de invejar.
caro senhor José Vacir, o que aconteceu com estes marinheiros alemães aí em Pouso Alegre depois do fim da Guerra? Ficaram aí mesmo em Pouso Alegre? obrigado
Senhores o Jose Vacir está coberto de razão, e na minha opinião a religião é o ópio do povo. Infelizmente a religiosidade estreita a linha de pensamento humana.
Na realidade tratava-se de um Campo de prisioneiros militares. Em nada pode se comparar aos horrendos campos de concentração ou de extermínio. O tratamento dos prisioneiros militares era pautado pela Convenção de Gnebra. A escolha de Pouso Alegre possivelmente se deveu ao fato desta cidade ficar longe do litoral brasileiro…
Nunca ví tanta besteira escrita de uma só vez.Porque perder tempo tentando mostrar que é um entendedor da história da 2ª Grande Guerra.Quem foi o analfa que chamou isto de campo de concentração. Onde iriam prender estes alemães?Na sua casa?
Caro Hugo,
Respondendo os motivos que “perco meu tempo” para mostrar que sou entendedor da Segunda Guerra: para tentar explicar para pessoas que não possuem cultura, que o Brasil teve uma participação ativa nesse evento.
O “analfa” que você se refere é a doutora e professora Priscila Ferreira autora do livro Prisioneiros de Guerra, e pela sua última suposição observo que você está frequentando o espaço errado. Sugiro que procure outros blogs e redes de relacionamento onde facilmente encontrará pessoas que possuem o seu perfil.
Att,
Francisco Miranda –
Historiador e Professor de História
Depois de 08 meses de prisão em Pouso Alegre os prisioneiro, inclusive um menor com 17 anos, foram levados para os Estados Unidos e daí por diante nada mais sei informar sobre eles. Sei que foram tratados de acordo com as leis de guerra e somente uma vez um deles foi punido por ter feito um mapa com alocalização exata de Pouso Alegre, com todas as coordendas geográficas. Ficou sem o banho de sol por alguns dias. A Cruz Vermelha Internacional vinha uma vez por mês averiguar a situação dos prisioneiros e na oportunidade entregava a cada um os seus soldos pagos pelo governo alemão. Desculpe-me por não ter respondido antes. Passei muito tempo sem visitar este canal de comunicação.
Eu servi com muita honra o Exército Brasileiro, foi em 1980, na cidade de Pouso Alegre Mg, ali eu aprendi muitas coisa boas, onde coloquei em prática na minha vida profissional e familiar….hoje sou 1º Sgt BM…graças a Deus, minha família e o Exercito que honro muito pelo q aprendi…tudo q sei e faço na minha vida hoje.
Para compor o livro Franz de Castro Holzwarth – Apóstolo da Misericórdia, fiz uma pesquisa a respeito dos Campos de Concentração no Brasil e fiquei alarmada com a quantidade de alemães, italianos e japoneses que foram vítimas quando o Brasil rompeu com o Eixo.