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Archive for julho \31\America/Recife 2011

Centenário de Nascimento do Sgt Max Wolf Filho

Nascido em Rio Negro – PR, em 29 de julho de 1911, era filho de Max Wolff, descendente de alemães e de D. Etelvina, natural de Lapa-PR. Até os 4 (quatro) anos viveu as tensões da Guerra do Contestado. Aos 5 (cinco) anos, durante a Primeira Guerra Mundial, freqüentou a escola em Rio Negro (PR). Aos 11 (onze) anos já era o principal auxiliar de seu pai na torrefação e moagem de café. Aos 16 (dezesseis) anos passou a trabalhar como escriturário de uma companhia que explorava a navegação no Rio Iguaçu. Nas horas de folga, juntava-se aos carregadores para ensacar erva-mate, carregar e descarregar vapores.

Serviu ao Exército pela primeira vez, se alistando no então 15ºBC, em Curitiba, hoje 20ºBIB, onde participou da Revolução de 1930. Transferido para o Rio de Janeiro, combateu a Revolução de 1932 no Vale do Paraíba. Foi professor de Educação Física e Defesa Pessoal. Ingressou na Polícia Militar do Rio, então Distrito Federal, sendo Cmt da Polícia de Vigilância.

Na época da 2ª Grande Guerra Mundial, apresentou-se voluntariamente, tendo sido designado para a 1ª Cia, do 1°Btl do já tradicional 11°Regimento de Infantaria, em São João Del Rei. Contava ele com 33 (trinta e três) anos de idade.

Ingressou na FEB como 3° Sargento, desde cedo tornou- se muito popular e querido, dada as suas atitudes desassombradas e a maneira carinhosa e paternalista com que tratava seus subordinados (apelidado de carinhoso) com o passar do tempo, passou a ser admirado não só pelos seus camaradas, mas pelos superiores tanto da FEB como do V Exército de Campanha americano, pelas suas inegáveis qualidades.

Todas as vezes que se apresentava para missões dificeis a serem cumpridas, lá estava o Sgt Wolff se declarando voluntário, principalmente participando de patrulhas. Fazia parte da Companhia de Comando e, portanto, sem estar ligado diretamente às atividades de combate, participou de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro a Monte Castelo, levando, de forma incessante, munição para a frente de batalha e retornando com feridos e, na falta deste, com mortos. Indicado por sua coragem invulgar e pelo excepcional senso de responsabilidade, passou a ser presença obrigatória de todas as ações de patrulha de todas as companhias, como condição indispensável ao êxito das incursões. Um desses exemplos está contido no episódio em que o General Zenóbio da Costa, ao saber do desaparecimento do seu Ajudante-de-Ordens, Cap João Tarciso Bueno, que fora colocado à disposição do escalão de ataque, pelo General, por absoluta falta de recompletamento de oficiais, ordenara ao Cmt do Btl que formasse uma patrulha para resgatar o corpo do seu auxiliar. O Cmt adiantou ao emissário que a missão seria muito difícil, mas que tentaria. Para tanto, sabedor que só um Wolff poderia cumpri-la, o chamou, deu a ordem e ouviu do Sgt Wolff, com a serenidade, a firmeza e a lealdade que só os homens excepcionalmente dotados podem ter: ”Coronel, por favor, diga ao General que, desde o escurecer, este padioleiro e eu estamos indo e voltando às posições inimigas para trazer os nossos companheiros feridos. Faremos isto até que a luz do dia nos impeça de fazer. Se, numa dessas viagens, encontrarmos o corpo do Capitão Bueno, nós o traremos também”. Não logrou o Sgt Wolff trazer o corpo do Cap Bueno que, apenas ferido, havia sido resgatado por um soldado, mas ainda lhe foi possível, naquela madrugada, salvar muitas outras vidas.

Tais qualidades o elevaram ao comando de um pelotão de choque, integrado por homens de elevados atributos de combatente, especializado para as missões de patrulha, que marcharia sobre o acidente capital “Ponto cotado 747”, ação fundamental nos planos concebidos para a conquista de Montese. Foi-lhe lembrado sobre a poupança da munição para usá-la no momento devido, pois, certamente, os nazistas iriam se opor à nossa vontade. Foi-lhe aconselhado que se precavesse, pois a missão seria à luz do dia. Partiu às 12 h de Monteporte, passou pelo ponto cotado 732 e foi a Maiorani, de onde saiu às 13:10h para abordar o ponto cotado 747. Tomou, o Sgt Wolff, todas as precauções, conseguindo aproximar-se muito do casario, tentando envolvê-lo pelo Norte. Estavam a 20 metros e o Sgt Wolff, provavelmente, tendo se convencido de que o inimigo recuava, estando longe, abandonou o caminho previsto para, desassombradamente, à frente de seus homens, com duas fitas de munição trançadas sobre seus ombros, alcançar o terço superior da elevação. O inimigo deixou que chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13:15 h do dia 12 abril de 1945. O inimigo abriu uma rajada, atingindo e ferindo o comandante no peito que, ao cair, recebeu nova rajada de arma automática, tendo caído mortalmente também soldado que estava ao seu lado. Após esta cena, sucedeu-se a ação quase suicida de seus liderados para resgatar o corpo do comandante. A rajada da metralha inimiga rasgava um alarido de sangue. A patrulha procurava neutralizar a arma que calara o herói. Dois homens puxaram o corpo pelas penas. Um deles ficou abatido nessa tentativa. O outro, esquálido e ousado, trouxe Wolff à primeira cratera que se lhe ofereceu. Ali, mortos e vivos se confundiam. A patrulha, exausta, iniciava o penoso regresso às nossas linhas, pedindo que a artilharia cegasse o inimigo com os fogos fumígenos e de neutralização. Os soldados do Onze queriam, a qualquer custo, buscar o companheiro na cratera para onde tinha sido trazido, lembrando a ação que ele mesmo praticara tantas vezes. Queriam trazer o paciente artesão das tramas e armadilhas da vida e da morte das patrulhas. Foi impossível resgatá-lo no mesmo dia face a eficácia dos fogos inimigos, inclusive de Artilharia. O dia seguinte era a largada da grande ofensiva da primavera. O Sgt Wolff lá ficara para que estivéssemos presentes na hora da decisão.

Montese foi conquistada. Seu nome será sempre presente porque as grandes ações resistem ao tempo e são eternas. Foi promovido “post-mortem” ao posto de 2º Tenente (Decreto Presidencial, de 28 Jun 45). Deixou na orfandade sua filha Hilda, seu elevo e maior afeição de sua vida de soldado. Da Itália, escreveu a sua irmã Isabel, relatando seu orgulho em pertencer ao Exército Brasileiro e que, se a morte o visitasse, morreria com satisfação. Foi homenageado com a distinção de ser agraciado com quatro medalhas: de Campanha; sangue do Brasil; Bronze Star (americana) e Cruz de Combate de 1ª Classe.Eis a síntese do heroísmo de um homem simples e valoroso. Seus restos mortais encontram-se no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no jazido 32, quadra G.

DEPOIMENTO

aspas

Eu estava a uns trinta metros de Wolff quando ele foi atingido. O soldado Alfredo Estevão da Silva, que ia na frente, virou-se para mim e disse: “Parece que Wolff está morto. Vou puxar o corpo para cá”.Respondi que ia atrás dele. Mas uma rajada matou também o pracinha Estevão antes que ele pudesse fazer qualquer coisa. Chegou a minha vez e consegui arrastar o corpo do sargento até uns trinta metros. Depois veio a chuva de morteiros, e não pude fazer mais nada. O Sargento Alfeu de Paula Oliveira me levou depois ao estreito compartimento onde Wolff tinha suas coisas: ali estava a condecoração que o General Truscott colocara no seu peito, poucos dias antes, a citação elogiosa do General Mascarenhas; o retrato da filhinha, de olhos vivos e brilhantes como os do seu pai. Tudo agora muito desgarrado. “Este foi um dia triste para nosso Batalhão”, me disse o Major Manuel Rodrigues Carvalho Lisboa. “Nós perdemos um bravo”.

Segundo-Sargento Nilton José Facion, de São João Del Rei, Minas Gerais (http://www.anvfeb.com.br/sgtmax.htm)

Fonte:

 http://www.esa.ensino.eb.br

Memórias de um Soldado de Hitler – Parte II

Para que não acompanhou a primeira Parte: Memórias de um Soldado de Hitler – Parte I

Aguardem a última parte.

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Algo de novo no front

  O moral da tropa era elevado. Metelmann logo se envolveu em operações antiguerrilha e, na primavera, viveu seu primeiro grande combate. Em pouco tempo, ele já era um soldado experiente, que apreciava a sabor da vitória.  Joanna Bourke, em sua obra prima Intimate History of killing [A História intima do ato de matar, não publicado no Brasil], afirma que “a atitude de característica dos homens durante a guerra não é morrer, é matar”. Que a matança pode ser agradável é uma coisa de Metelmann está preparado para admitir. “Nós, homens, nos sentimos muito bem quando derrotamos um adversário, conquistamos uma vila, expulsamos o inimigo”, confessa.

 

Em pouco tempo, ele entrou para o Sexto Exército de Hitler, que contava com mais de 200 mil soldados, e logo estava avançando 80 quilômetros por dia. Rapidamente, aprendeu o idioma russo e começou  conversar com a população local. Assim, surgiram as primeiras dúvidas sobre a guerra – que foram imediatamente reprimidas, diga-se de passagem.

 

Ferido, passou a trabalhar como guarda em um campo de prisioneiros enquanto se recuperava. Lá, para escapar do tédio, ficou amigo de um comunista detido, com quem conversava à noite, através do arame farpado. Ficaram íntimos e começaram a discutir política. Metalmann se lembra de se sentir desconfortável e confuso com a conversa. Por fim, o jovem comunista foi levado a interrogatório e fuzilado. “Isso me deixou muito triste, mas fiquei feliz em poder volta à linha de frente. Lá, não havia complicações. ‘Matar ou morrer’ era fácil de entender”, diz.

 

No front, Henry Metelmann viu russos sendo fuzilados, homens feridos legados à morte, civis friamente executados. Foi um cruel processo de brutalização. A ideologia de superioridade racial alemã parecia justificar tudo, e a pressão de seus camaradas encorajava o conformismo. Tanto que não demorou muito para que ele mesmo começasse a agir como se tudo fosse natural.

 

Quando foram encontrados corpos de soldados alemães mortos à queima-roupa com as mãos amarradas, ele se enfureceu. Pouco depois, quarenta militares russos se aproximaram com as mãos levantadas e bandeira branca – e foram metralhados. “Se um soldado levanta as mãos, você não luta mais com ele, você não o mata, mas nós matávamos. A partir de então, e por um bom tempo, não fizemos mais prisioneiros pela frente”, lembra Metelmann.

 

Nasce um Selvagem

 Em setembro, o Sexto Exército chegou a Stalingrado. A divisão de Metelmann foi posta ao lado do exército romeno, protegendo as vulneráveis linhas de suprimentos que chegavam à cidade, onde milhares de homens estavam engajados em uma batalha titânica. Em 19 de novembro, ele se viu em meio a um contra-ataque russo, que libertou Stalingrado e destruiu por completo o Sexto Exército. “Stalingrado foi um divisor de águas da companha russo, um divisor de águas da Segunda Guerra Mundial e também um divisor de águas para o insignificante soldado Henry Metelmann”. Ele foi o único sobrevivente de sua unidade. Durante dias, vagou pela neve até encontrar outros soldados e formar um grupo de combate temporário.

Metelmenn concedeu entrevista a Jonathan Hacker – BBC History

Planfleto Americano sobre as Tropas Brasileiras

Panfleto Aliados destinados a Soldados Alemães no Front Italino. Cada carga de pafletagem a ser laçanda nas linha inimigas tinha  ums quantidade em inglês destinada aos militares que iriam efetuar os disparos, para que os mesmo pudessem entender a importância da carga.

Segue a Tradução

Porque nós soldados brasileiros estamos lutando contra os alemães?

Esta pergunta é fácil de responder. O Brasil se juntou à coalizão mundial contra a Alemanha nazista, por duas razões simples e convincente:

Primeiro: porque nosso país foi provocado por piratas com submarinos alemães que afundaram nossos navios indefesos, ao longo da costa brasileira, apesar dos nossos protestos diplomáticos – na época em que o Brasil ainda mantia uma estrita neutralidade.

 Segundo: porque o povo do Brasil quer viver em um mundo livre, onde um homem livre pode continuar tranquilamente com seus negócios – não sob o domínio do mundo nazista. Os chamados de Hitler <<nova ordem>> não era de forma alguma limitada a Europa, era um esquema em todo o mundo, uma ameaça universal. a rede de intrigas políticas que os nazistas tentaram espalhar por todas as repúblicas latino-americanas, incluindo a nossa pátria, feito que ficou muito claro e que o Brasil foi diretamente ameaçado pelo desafio nazista.

 Soldados brasileiros na Europa estão lutando contra a agressão imperialista da Alemanha nazista – para a manutenção do nosso modo de vida e um futuro de progresso e liberdade, como todos das Nações Unidas.

Folhetos e Propaganda de Guerra no Front Italiano!

Folhetos como propaganda inimiga foram largamente utilizadas por todas as forças durante a Segunda Guerra e tinham vários objetivos já que o alvo poderia ser tropas inimigas ou civis de uma determinada região.

As forças aliadas, USAAF e RAF, faziam vôos rasantes com milhões de folhetos sendo despejandos por aviões B17, B24 e Lancaster sobre a Alemanha nazista. Do mesmo modo a Luftwaffe bombardeou a Inglaterra com todo tipo de folhetos. Os alemães ainda utilizaram o foguete V1 com a propaganda estratégica.

 Após Dia D, muitos desses papéis de propaganda foram disseminados em distâncias curtas com tiro de artilharia. Estes folhetos são, na sua maioria, o tipo de propaganda chamada tática (pretende ter um efeito imediato sobre um inimigo por perto).

Os Folhetos do Front Italiano

É fato que hoje em dia todos os folhetos usados ​​no front italiano são raros. Não apenas os folhetos preparados pelos alemães, mas também pelos aliados. Há apenas um ou dois livros que descrevem os folhetos aliados com a finalidade de estudá-los. Os folhetos conhecidos ou fazem parte de coleções particulares ou em Arquivo do Estado. E nenhum deles são facilmente acessíveis.

 Os folhetos escritos em alemão eram jogados ao ar para os alemães na Itália. Contudo havia um pequeno problema! Os artilheiros aliados e as tripulações não gostavam da idéia de deixar papel para os alemães!

“Por que deveríamos fornecer-lhes papel higiênico – que seria melhor deixá-los alguns explosivos de alta potência”, era o pensamento geral.

Mas o alto comando já havia reconhecido a importância da guerra de propaganda com panfletos. Portanto, a fim de fazer os folhetos mais aceitáveis para os homens de artilharia na frente e às tripulações dos aviões, foi, em algum momento, decidido que deve haver traduções em Inglês feito para informar os homens que deveriam lidar com os folhetos sobre o conteúdo da propaganda. Esperava-se que eles também reconhecem a importância de suas cargas.

Assim, com toda carga de granadas de artilharia com propaganda (conchas cheias de folhetos em língua alemã) e com toda carga de folheto para a aeronave, apenas uma ou duas destas traduções foram incluídos para a leitura pelos homens.
Antes de embalar os folhetos para o avião, ou antes, de carregar uma arma de artilharia com uma carga de propaganda, o soldado aliado que primeiro olhar através da versão da tradução em inglês que estava lotado com ele. Isso tornou mais fácil para eles entenderem a finalidade destes trabalhos.

Propaganda nazista destina as tropas no front italiano que colocava como ênfase o bombardeio de Londres pelos mísseis balísticos V1.

Em julho de 1944 este folheto nazista caiu sobre tropas dos EUA e britânicas lutando na Itália. Ele diz ao soldado aliado quão bem ele vai
ser tratado depois de se tornarem Prisioneiros de Guerra pelos alemães

Folheto Aliado dizendo aos soldados alemães que seus oficiais estão mentindo sobre o tratamento que irão receber dos soldados aliados, quando se tornarem Prisioneiros de Guerra.

Aliada folheto perguntado aos soldados alemães quando foi a última vez que viram ou ouviram Hitler.
A idéia era deixar o soldado com dúvidas se Hitler estava vivo.

Folheto aliada T30 (capa) em alemão, dizendo: “Vítima olhe para você”.  Ela mostra um menino-soldado da juventude hitlerista se rendendo. A tradução original desta página tem uma nota do tradutor, dizendo: ” Vítima olhe para você” é uma variação do título de um livro muito popular na Alemanha “Sehen dich um Tiere” (Animal olhe para você).



Berghof – A Residência de Hitler durante a Guerra.

Berghof era a residência de Adolf Hitler em Obersalzberg nos Alpes da Baviera próximo a Berchtesgaden, Alemanha. Diferente do Wolfsschanze na Prússia Oriental, Hitler passou mais tempo em Berghof do que em qualquer outro lugar durante a Segunda Guerra Mundial. Reconstruída e ampliada em 1935, Berghof foi a residência de férias de Hitler por dez anos. No final de abril 1945 a construção foi bombardeada pela aviação britânica e posteriormente incendiada por tropas da SS em retirada no início de maio, além de ser saqueada por tropas aliadas que chegaram à área. O que sobrou da construção foi demolido pelo governo da Alemanha Ocidental em 1952.

 O Berghof começou como um chalé muito menor, chamado de Haus Wachenfeld, uma casa de férias construída em 1916 por Otto Winter, um empresário de Buxtehude.

A viúva do empresário alugava a casa durante o inverno para Hitler. Em 1933 Hitler comprou a propriedade com os fundos que recebeu da venda de seu manifesto político Mein Kampf.

 O edifício de estilo chalé foi remodelado e expandido durante os anos de 1935-36, quando foi renomeado para O Berghof. Um grande terraço foi construído e decorado com guarda-chuvas estilo resort. O hall de entrada “foi preenchido com uma exposição curiosa plantação de cactus em vasos.” A sala de jantar era apainelado com muitos pinheiros cembra . A biblioteca tinha uma sala com central telefônica e continha livros “de história, pintura, arquitetura e música.” Um grande salão foi decorado com móveis no estilo teutônico, também havia um grande globo e uma lareira de mármore vermelha. Atrás de uma parede estava a cabine de projeção para exibição de filmes à noite (muitas vezes, produções de Hollywood que não fossem proibidas na Alemanha). A janela panorâmica extensa poderia ser rebaixada para a parede para dar vista ao ar livre das montanhas, cobertas de neve no natal. A casa se manteve muito parecido com um hotel resort pequeno e mantinha governantas, jardineiros, cozinheiros e outros trabalhadores domésticos.

  “Este lugar é meu”, palavras de Hitler a Revista Homes and Gardens, em 1938. “Eu construí com o meu próprio dinheiro.”

 A revista britânica Homes & Gardens o descreveu como “seu próprio decorador, designer e fornecedor” e do chalé como “luminoso e arejado” com “esquema de cores”. Gravuras antigas penduradas nos quartos de hóspedes, juntamente com alguns pequenas aquarelas pintadas pelo próprio Hitler. Seu assistente pessoal Heinz Linge afirmou que Hitler e sua companheira de longa data Eva Braun, tinham dois quartos e dois banheiros com portas em comum e Hitler acabaria por muitas noites com ela em seus estudos e bebendo chá.

  Fumar só era permitido no terraço (o dono da casa não fumava). A dieta vegetariana de Hitler era fornecida por hortas familiares próxima da residência, mais tarde, uma estufa.

A Kehlsteinhaus , apelidado de Ninho da Águia por um diplomata francês, foi construído em 1938-39 (com fundos do governo para comemorar o 50º aniversário de Hitler) no topo da montanha acima do Berghof. Um grande complexo de casas de montanha também foram construídas para as principais lideranças nazistas, com uma pista de pouso e muitos edifícios para a segurança e pessoal e de apoio. Para adquirir o terreno para esses projetos, muitos vizinhos foram obrigados a vender suas propriedades e ir embora.

O Berghof se tornou uma espécie de atração turística alemã durante meados dos anos 1930. Os visitantes se reuniram nas estradas ou em vias públicas próximas, na esperança de ver Hitler. Isto levou à introdução de severas restrições de acesso em determinadas áreas e outras medidas de segurança. Um grande contingente da Leibstandarte SS Adolf Hitler foram alojados ao lado da Berghof. Sob o comando de Bernhard Frank , eles patrulhavam uma zona de segurança extensa, que englobava as casas vizinhas de outros líderes nazistas. Com a eclosão da guerra, extensas defesas antiaéreas foram instaladas, incluindo máquinas de fumaça para esconder o complexo de Berghof de aeronaves hostis.

Os hóspedes de Berghof eram figuras políticas, monarcas, chefes de Estado e diplomatas, juntamente com pintores, cantores e músicos. Os visitantes importantes recebidos pessoalmente por Hitler incluía David Lloyd George (03 de marco de 1936), o Aga Khan (20 de outubro de 1937), Duke e Duquesa de Windsor (22 de outubro de 1937), Kurt von Schuschnigg (12 fev 1938 ), Neville Chamberlain (15 de setembro de 1938) e Benito Mussolini (19 de janeiro de 1941). No final de julho de 1941 Hitler convocou seus chefes militares da OKW e OKH a Berghof para a “Conferência Berghof” em que o “problema russo” foi estudado.

O círculo social de Hitler em Berghof incluía Eva Braun e sua irmã Gretl, amiga de Eva Marianne Schönmann, Herta Schneider e seus filhos, Heinrich Hoffmann e as esposas e filhos de outros líderes nazistas e pessoal de Hitler, que posaram todos para a fotografia anual por ocasião do aniversário de Hitler. A cena social em Berghof terminou em 14 de Julho de 1944, quando Hitler partiu para seu quartel-general militar na Prússia Oriental, para nunca mais voltar.

 Filmes coloridos sem sons foram realizados por Eva Braun, esses filmes sobreviveram à guerra e mostrava Hitler e seus convidados relaxando em Berghof. Em 2006 um software de leitura labial identificou várias partes dessas conversas. Entre aqueles identificados nos filmes foram Albert Speer , Heinrich Himmler , Joachim von Ribbentrop , Joseph Goebbels, Karl Wolff e Reinhard Heydrich .

Dois convidados planejavam usar uma visita a Berghof como uma oportunidade para assassinar Hitler. Em 11 de março de 1944 o capitão Eberhard von Breitenbuch chegou com uma pistola escondida com a intenção de atirar na cabeça de Hitler, mas os guardas não permitiram o encontro. Em 07 de junho de 1944 o coronel Claus Schenk Graf von Stauffenberg planejou detonar uma bomba em uma reunião lá, mas seus companheiros de conspiração não lhe daria autorização para fazê-lo porque Himmler e Hermann Göring não estariam presentes. Houve também um plano britânico chamado Operação Foxley para um sniper matar Hitler em sua caminhada diária do Berghof ao Teehaus

 Obersalzberg foi bombardeada por centenas de bombardeiros britânicos Lancaster, incluindo aeronaves do 617º Esquadrão da RAF (” The Dam Busters “), em 25 de abril de 1945, 12 dias antes da rendição das forças alemãs em 7 de Maio. Pelo menos, duas bombas atingiram o Berghof. Em 04 de Maio, quatro dias após o suicídio de Hitler em Berlim, tropas SS atearam fogo à casa. Apenas algumas horas depois, o EUA 3ª Divisão de Infantaria chegou a Berchtesgaden, juntamente com a 2 ª Divisão Blindada francesa. 1 º Batalhão americano do Regimento de Infantaria 506 chegou quatro dias depois, em 8 de Maio. O 3º Batalhão do 506 entrou em Berchtesgaden por uma rota diferente.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Berghof_%28residence%29

Carta do Gal. Zenóbio da Costa para a Mãe do Sgt. Max Wolff

A História dos Helicópteros

Tele rotorcraft foi o primeiro sucesso de um protótipo de helicóptero, projetado pelo Sr. Juan de La Cierva, na Espanha e voou em 17 janeiro de 1923. Seu sucesso criou muito interesse do mundo inteiro e levou ao desenvolvimento do primeiro helicóptero bem sucedido, o Focke-Wulf Fw 61, que voou pela primeira vez em junho de 1936 na Alemanha. Em 1933, a empresa Focke-Wulf construiu o Cierva C.19 e C.30 giroplanos. No entanto, no mesmo ano o Professor Focke foi recrutado pelos nacional-socialistas e começou uma pequena empresa chamada Focke-Achgelis, dedicando seu tempo na construção de aeronaves rotativas. Ele realizou mais de 2.000 testes em túnel de vento para provar o seu conceito. Ele iria ajudar a projetar o primeiro helicóptero de grande porte, o Fa 223, que poderia levantar 1.5ton. E tinha uma velocidade de cruzeiro de 125mph.

Professor Heinrich Focke com um modelo de seu Fa 223. Embora o primeiro fosse construído em 1939, a produção só começou em 1942. Ele estava muito à frente de seu tempo e foi utilizado durante a Segunda Guerra Mundial para levantar canhões e armas de grande porte.

O Fw 61 surpreendeu a todos quando bateu muitos recordes mundiais em 1937. O recorde de altitude foi passou de 502 pés para 8.000pés. O recorde de autonomia aumentou da metade de uma milha para 67 milhas. Com Rholfs Ewald nos controles poderia voar milhares de quilômetros. Contudo poderia ser pilotado por qualquer piloto, após uma aula teórica de uma hora aproximadamente.

O Fa 223 tinha um peso bruto de 08 toneladas e poderia voar a 125mph até 23.400pés. Apesar de 47 aeronaves terem sido fabricadas, a maioria delas foram destruídas em bombardeios. A nave poderia ser pilotada com a ponta de um dedo. Era a aeronave criada para atravessar o Canal Inglês em setembro de 1945.

Para o deleite de milhares de pessoas, a Sra. Hanna Reitsch demonstrou o Fw 61, todas as noites durante fevereiro de 1938 no “Deutschlandhalle” em Berlim. Ela foi a piloto mais notável ​​do mundo.

A primeira capitã mulher, primeira mulher a pilotar um helicóptero, primeira mulher a pilotar um avião foguete, primeira mulher a pilotar um jato e um dos melhores pilotos de planador que ainda registrou voos aos 75 anos de idade.

Anton Flettner na frente de uma produção de 282 helicópteros Fl. O helicóptero 282 FL foi o primeiro helicóptero do mundo que passou de certificação e entrou em produção em massa. O Fl 282 “Kolibri” estava pronto para produção em 1940.

Clique aqui – Vídeo Demonstração 01 – Incrível!

Clique aqui – Vídeo Demonstração 02 – Incrível!

Fonte:http://www.scientistsandfriends.com/helicopters.html

O Lobo Cinzento U-199 e o Tenente Torres

No próximo domingo, 31 de julho, iremos comemorar o 68º aniversário do afundamento do submarino U-199 pelo Aspirante-a-Oficial-Aviador da Reserva ALBERTO MARTINS TORRES, da Força Aérea
O Autor do Artigo abaixo é o Tenente Sérgio Pinto Monteiro que realizou um trabalho brilhante de pesquisa histórica, e a publicação tem por objetivo contemplar o esforço na preservação da História do nosso país.

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No final de 1942, a Alemanha começou a lançar novos submersíveis para a sua frota oceânica. O tipo IXD2 tinha como principal missão bloquear, ainda mais, o fluxo de matérias primas necessário ao esforço de guerra de seus inimigos. Os submarinos do tipo IXD2 (very long-range) da 12º flotilha – Bordeaux – começaram a operar em novembro de 1942. Considerados, na época, como de última geração, eram capazes de executar patrulhas de ataque em regiões afastadas do Atlântico Sul. Em suas longas jornadas, eram abastecidos em alto mar por unidades submarinas de apoio, chamadas “vacas leiteiras”, estendendo assim, ainda mais, sua grande autonomia de 44.000 Km. Deslocava 1.600 ton. Sua velocidade na superfície atingia 20,8 nós e submerso chegava a 6.9 nós. Como armamento de convés tinha um canhão naval de 105mm, dois canhões antiaéreos – de 37 e 20 mm – e duas metralhadoras pesadas. Podia operar com 24 torpedos e 44 minas. Sua tripulação era de 61 homens. O U-199 era comandado pelo Kapitänleutnant (capitão-tenente) Hans-Werner Kraus, de 28 anos.

     O“Lobo Cinzento” U-199 (o submarino era pintado no estilo camuflado nas cores cinza-claro, marrom e azul cobalto, e tinha na sua torre o desenho de uma embarcação viking), partiu de Kiel em 13 de maio de 1943,  chegando à sua área de patrulhamento, ao sul do Rio de Janeiro, em 18 de junho. Durante a investida na costa brasileira, o U-199 fez as seguintes vítimas:

  – 27 de junho: disparou três torpedos contra o cargueiro artilhado norte-americano Charles Willson Peale, da Classe Liberty, a 50 milhas ao sul do Rio de Janeiro, errando dois torpedos e danificando o navio com o terceiro.  A embarcação respondeu com seu armamento, provocando a fuga do submarino. O navio conseguiu chegar ao porto do Rio de Janeiro.

       – 03 de julho: foi atacado, sem danos, por um avião A-28A Hudson, operando da Base Aérea de Santa Cruz,

       – 03 de julho: durante a noite foi atacado e abateu um hidroavião PBM 3 martin mariner do VP-74, esquadrão americano parcialmente baseado no Galeão, comandado pelo Tenente Harold Carey. Toda a tripulação pereceu.

       – 22 de julho: atacou e afundou a tiros de canhão o pequeno barco de pesca brasileiro Shangri-lá, matando seus 10 tripulantes.

       – 24 de julho: atacou e afundou o cargueiro inglês Henzada, de 4.000 ton.

O Afundamento do U-199

    31 de julho de 1943, pela manhã. O U-199, navegando na superfície, avistou um avião ainda distante e o comandante Kraus, na torre, comandou força total à frente e mudança de rota. A tripulação teria entendido mal a ordem e iniciou uma frustrada submersão, que retardou a fuga do submarino. A antiaérea foi acionada. O avião americano, um PBM 3 martin mariner comandado pelo Tenente Walter F. Smith, lançou seis bombas de profundidade MK47 que danificaram o submarino impedindo-o de submergir. Dado o alerta pelo rádio, foi acionada a Força Aérea Brasileira através de um avião Hudson A-28A pilotado pelo Aspirante da Reserva Sérgio Cândido Schnoor, que lançou duas bombas MK17 que explodiram próximas ao alvo, sem, entretanto, provocarem maiores danos. Numa segunda passada, a nossa aeronave metralhou o convés do submarino, atingindo alguns artilheiros das peças antiaéreas. Finalmente, também alertado pelo rádio, surgiu um hidroavião “CatalinaPBY-5 da FAB, pilotado pelo Aspirante Torres que, especialista naquele avião, pode demonstrar toda a sua perícia. Na primeira passagem, com todas as suas metralhadoras .50 disparando, lançou três bombas MK44 . Ele próprio, em seu livro “Overnight Tapachula” (1985, Ed. Revista de Aeronáutica) descreve o ataque:

      “Já a uns 300 metros de altitude e a menos de um quilômetro do submarino podíamos ver nitidamente as suas peças de artilharia e o traçado poligônico de sua camuflagem que variava do cinza claro ao azul cobalto. Quando acentuamos um pouco o mergulho para o início efetivo do ataque, o U-199 guinou fortemente para boreste completando uma curva de 90 graus e se alinhou exatamente com o eixo da nossa trajetória, com a proa voltada para nós. Percebi uma única chama alaranjada da peça do convés de vante, e, por isso, efetuei alguma ação evasiva até atingir uns cem metros de altitude, quando o avião foi estabilizado para permitir o perfeito lançamento das bombas. Com todas as metralhadoras atirando nos últimos duzentos metros, frente a frente com o objetivo, soltamos a fieira de cargas de profundidade pouco à proa do submarino. Elas detonaram no momento exato em que o U-199 passava sobre as três, uma na proa, uma a meia-nau e outra na popa. A proa do submersível foi lançada fora d’água e, ali mesmo ele parou, dentro dos três círculos de espuma branca deixadas pelas explosões. A descrição completa sobre a forma por que as cargas de profundidade atingiram o submarino me foi fornecida em conversa que tive com o piloto do PBM, tenente Smith, que a tudo assistiu, de camarote, e que inclusive me presenteou com uma fotografia do U-199. Em seguida, nós abaixáramos para pouco menos de 50 metros e, colados n’água para menor risco da eventual reação da antiaérea, iniciamos a curva de retorno para a última carga que foi lançada perto da popa do submarino que já então afundava lentamente, parado. Nesta passagem já começavam a saltar de bordo alguns tripulantes. Ao completarmos esta segunda passagem é que vimos o PBM americano mergulhando em direção ao objetivo. Depois saberíamos de onde viera. Transmitimos com emoção o tradicional SSSS – SIGHTED SUB SANK SAME – em inglês, usado pelos Aliados para dizer: submarino avistado e afundado – e ficamos aguardando ordens, sobre o local. Em poucos segundos o submarino afundou, permanecendo alguns dos seus tripulantes nadando no mar agitado. Atiramos um barco inflável e o PBM lançou dois. Assistimos aos sobreviventes embarcarem nos três botes de borracha, presos entre si, em comboio. Eram doze. Saberíamos depois que eram o comandante, três oficiais e oito marinheiros”.

Era o fim do “lobo cinzento”, primeiro submarino do tipo IXD2 a ser afundado na II GM. Sobreviveram 12 tripulantes, resgatados pelo navio-tender americano USS Barnegat, (o mesmo que socorreu os náufragos do U-513, recentemente localizado no litoral de Santa Catarina), tendo sido encaminhados a uma unidade prisional em Recife e posteriormente enviados aos Estados Unidos. Alguns destes relatos foram obtidos do interrogatório dos tripulantes por autoridades americanas. O comandante Kraus negou o ataque do dia 3 de julho ao PBM3 martin mariner, afirmando que a aeronave explodiu antes de ser atingida pela antiaérea, o que parece improvável.

     O Tenente R/2 Torres foi o único piloto brasileiro que, comprovadamente, afundou um submarino alemão. Pelo feito, recebeu do governo americano a DFC – Distinguished Flying Cross (Cruz de Bravura).

     O Tenente Torres, pilotando o P-47 Thunderbolt A-4, integrou a esquadrilha vermelha e realizou 99 missões de guerra ofensivas (a primeira em 6 de novembro de 1944 e a última em 1º de maio de 1945) e uma defensiva – cobertura de um jogo amistoso de futebol entre combatentes da FEB e do VIII Exército inglês, realizado em Florença – completando um total de 100 missões, tendo sido o recordista brasileiro em missões de combate. Em uma delas, foi condecorado com outra DFC – Distinguished Flying Cross. Recebeu ainda dos EUA, a Air Medal com cinco estrelas, valendo cada estrela como mais uma medalha. Da França, recebeu a La Croix de Guerre Avec Palme e finalmente no Brasil foi agraciado com a Cruz de Aviação Fita A, Cruz de Aviação Fita B, Campanha da Itália, Campanha do Atlântico Sul e a Ordem do Mérito Aeronáutico. O Tenente-Aviador R/2 Alberto Martins Torres foi o grande patrulheiro e caçador da FAB na II guerra mundial.

     Após retornar da Itália pilotando um P-47 Thunderbolt, Torres foi licenciado do serviço ativo e promovido ao posto de Capitão.

Ataque ao U-199

Os sobreviventes

U-199 foi construído no AG Wesser em Bremen, e comissionado em 28 de novembro de 1942. Tradicionalmente, o comandante do U-boat daria um breve discurso seguido do hasteamento da bandeira.

Ficha da Operação com o U-199

Tenente Torres

Memórias de um Soldado da FEB – Parte I

Apresentaremos a partir de hoje, uma série especial contendo o relato do 3º Sargento Virgílio Daniel de Almeida que combateu pelo Regimento Sampaio durante a campanha na Itália. Nordestino valente, Sgt. Virgílio fez um relato abrangente que compreende desde o patrulhamento da costa paraibana, passando pelo seu voluntariado para compor a Força Expedicionária Brasileira até a atuação individual dos combatentes da FEB.

É com satisfação que publicamos um material tão rico em detalhes e temos a convicção de que estamos contribuindo para que as histórias aqui narradas possam ser utilizadas como reflexão pelos milhares de brasileiros que não conhecem a história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial e, portanto, não valorizam o sacrifício de jovens brasileiros em um período tão importante para o mundo.

Iremos realizar a publicação em cinco Partes, sendo uma por dia.

Todos os comentários enviados nos POSTS serão entregues ao próprio Major R-1 Virgílio Daniel de Almeida. Portanto fiquem à vontade!!

PRIMEIRA PARTE – O VOLUNTARIADO

Desde a declaração de guerra contra o eixo, as forças armadas aumentaram seus efetivos. Os regimentos de infantaria passaram a contar com efetivos de guerra. No nordeste foi criado o Campo de Instrução Engenho Aldeia (atualmente Centro de Instrução Marechal Newton Cavalcanti), todos os quartéis ficaram vazios, já que o efetivo da 7ª Região Militar foram acampar por tempo indeterminado em Aldeia, com exceção de duas companhias de fuzileiros por regimento, as quais, ficaram guarnecendo as praias contra eventual desembarque de tropas ou náufragos.

No 15º Regimento de Infantaria ficaram a 4ª e 5ª Companhias, fazíamos parte da 4ª Companhia, a qual coube manter a vigilância das praias do litoral sul da Paraíba, sua sede foi transferida, a princípio, do quartel para a praia de Tambaú, na época como 3º Sargento de Infantaria , comandava um grupo de combate. Recebi a missão com meu grupo, de manter a vigilância da praia de Jacumã, meu regimento naquela época era hipomóvel, contudo fomos deslocados por viaturas motorizadas de um grupo de artilharia, sediado em João Pessoa. Em nosso deslocamento para Jacumã, o subtenente da companhia nos acompanhou, conduzindo os gêneros para nossa alimentação nos próximos 15 dias, e estava ainda, autorizado a requisitar uma casas a beira mar para alojar o grupo e conseguir crédito na pequena padaria local para compra dos pães, a casa requisitada tinha fogão, mas faltava os utensílios de cozinha e lenha. Para a função de cozinheiro resolvemos com a seguinte pergunta: quem deseja ser dispensado da guarda noturna da praia e assumir a função de cozinheiro? Não difícil, apareceu logo candidato. Com criatividade resolvemos o impasse dos utensílios de cozinha e a lenha, a água para uso diária, era recolhida de uma cacimba, que ficava a uns dois quilômetros de distância da casa. O nosso banho, era uma pequena lagoa, formada por um córrego que saia de uma mata e desaguava na praia. Contudo algo lamentável aconteceu, contraí malária!  Quando decorreu 15 dias que estávamos na praia, o capitão Ari, comandante da companhia, veio nos inspecionar. Me encontrou deitando em uma rede, com febre, tremores, frio e dor de cabeça. Ele então mandou o cabo assumir o comando do grupo e levou-me para a sede da companhia e, depois, para a enfermaria do regimento. Fui medicado com comprimidos de quinino, o medicamente não surtiu o efeito desejado e agravou ainda mais meu estado de saúde. O capitão Ari, então, me levou para o Serviço Geográfico do Exército, sediado em João Pessoa, e naquela organização o médico administrou ateblina. Foi quando me recuperei da malária e permaneci na sede da companhia.

Da praia de Tambaú, a companhia se deslocou para a cidade de Goiana em Pernambuco, onde fui designado para manter a vigilância da praia de Pitimbú, distante pouco mais de 40km daquela cidade. Em Pintimbú as missões eram as mesmas de Jacumã, a única novidade era um estação de rádio, chefiada por um sargento rádio telegrafista, que em caso de necessidade, eu me comunicaria com o comando da companhia em Goiana.

Em 1943 começaram os preparativos para a organização da FEB, sendo escolhido para o comando da Divisão de Infantaria Expedicionária 1ª DIE, o General  de Divisão João Batista Mascarenhas de Morais, para comandar a Infantaria Divisionária, o General  Euclides Zenóbio da Costa, para Artilharia Divisionária o General Osvaldo Cordeiro de Farias.

Em junho de 1944, o Ministério da Guerra determinou às Regiões Militares que organizassem contingentes para seguir destino ao primeiro escalão da FEB no Rio de Janeiro. A prioridade adotada foi o voluntariado e caso não atingisse o número exigido, as faltas seriam preenchidas por militares escalados, então me apresentei como voluntário, como explicado abaixo:

                Estava com a companhia em instrução, quando recebemos a ordem para suspender os exercícios e regressar ao quartel. Lá mandaram os oficiais e praças antigas para o alojamento, onde ficaram aguardando a ordem para falar com o comandante da companhia. Quando chegou minha vez, o comandante olhou para mim e disse –   sargento Virgílio recebi ordens para selecionar voluntários para a Força Expedicionária Brasileira, vou olhe fazer uma pergunta, você responde sim ou não: você deseja se inscrever como voluntário para a FEB? Respondi  – sim. Após a minha resposta, ele me mandou que saísse e não mais voltasse ao alojamento. No dia seguinte, na leitura do boletim da Unidade, foi publicado a minha inclusão como voluntário no contingente destinado a FEB, ficando adido para atender os vários procedimentos, tais como inspeção de saúde, receber proventos, aguardar ordem de embarque e outros. A 20 de junho fui excluído do estado efetivo da Unidade e embarquei para Recife, ficando adido ao 7º Grupo de Artilharia de Dorso, em Olinda-PE, aguardando envio para seguir destino para o Rio de Janeiro.

 CONTINUA…

De Comandante do Ataque a Pearl Harbor a Cidadão Americano

“Desejamos que o senhor comande a nossa força aérea, na hipótese de atacarmos Pearl Harbor”.

Fiquei quase sem fôlego. Eram fins de setembro de 1941 e, se a situação internacional continuasse a agravar-se, o plano de ataque teria de ser executado em dezembro. Não havia tempo a perder para essa importantíssima missão.

Em meados de novembro, após o mais rigoroso treinamento, foram levados os aviões para bordo dos respectivos porta-aviões que, a seguir, aproaram para as ilhas Curilas, viajando isolados e seguindo rotas diferentes para não despertar atenção. Depois, às seis horas da manhã, uma manhã escura e nublada, em 26 de novembro, nossa força-tarefa de 28 navios, incluindo seis porta-aviões, deixou as Curilas.

O Vice-Almirante Nagumo comandava a Força de Ataque a Pearl Harbor. As instruções por ele recebidas, diziam: “No caso de as negociações com os Estados Unidos chegarem a conclusão satisfatória, a força-tarefa retornará imediatamente à pátria”. Desconhecendo o fato, entretanto, as tripulações, lançando o que talvez fosse seu último olhar ao Japão, gritavam: “Banzai!”. Podia-se perceber seu ardente entusiasmo e espírito combativo. Malgrado isso, eu não podia deixar de alimentar dúvidas quanto à confiança com que o Japão se lançava à guerra.

Nossa rota devia passar entre as ilhas Aleutas e a Ilha de Midway, de maneira a ficar fora do alcance de patrulhas aéreas americanas, que, em alguns casos, segundo se supunha, abrangiam uma extensão de 1.000 quilômetros. Enviamos à frente três submarinos para informar da presença de quaisquer navios mercantes, a fim de podermos alterar a rota e evitá-los. Mantínhamos um alerta permanente contra submarinos americanos.

Nossos rádios permaneciam em absoluto silêncio, mas ouvíamos as transmissões de Tóquio e Honolulu procurando alguma palavra sobre o início da guerra. Em Tóquio, uma conferência de coordenação do governo e do Alto Comando esteve em sessão, diariamente, de 27 a 30 de novembro, para discutir a proposta feita pelos EUA no dia 26. Chegou-se à conclusão de que a proposta era um ultimato destinado a subjugar o Japão e a tornar a guerra inevitável, mas que se deveria insistir nos esforços pela paz até o último momento.

A decisão a favor da guerra foi tomada na Conferência Imperial, realizada a 1º de dezembro. No dia seguinte, o Estado-Maior Geral deu a ordem: “O dia do ataque será 8 de dezembro (7 de dezembro no Havaí e nos Estados Unidos)”. A sorte estava lançada: rumamos diretamente para Pearl Harbor.

Por que foi escolhido aquele domingo para o ataque? Porque estávamos informados de que a Esquadra Americana regressava a Pearl Harbor nos fins de semana, após um período de instrução no mar. E também porque o ataque deveria ser coordenado com nossas operações em Malaca, onde estavam previstos ataques e desembarques aéreos para a madrugada naquele dia.

De Tóquio foram-nos retransmitidos relatórios do Serviço de Informações sobre atividades da Esquadra Norte-Americana.

7 de dezembro (6 de dezembro, hora do Havaí): “Não há balões nem redes antitorpedos em torno dos encouraçados fundeados em Pearl Harbor. Todos os encouraçados estão na baía. Não há indicações, na atividade do rádio inimigo, de que estejam sendo feitos vôos de patrulha oceânica na região do Havaí. O Lexington deixou o porto ontem. Supõe-se que o Enterprise também esteja operando”.

Nessa ocasião é que recebemos a mensagem do Almirante Yamamoto: “O apogeu ou declínio do Império depende desta batalha; todos devem dar o máximo de seu esforço no cumprimento do dever”.

Estávamos a 230 milhas do norte de Oahu, onde está situada Pearl Harbor, pouco antes do alvorecer do dia 7 de dezembro (hora do Havaí), quando os porta-aviões manobraram na direção do vento norte. A bandeira de combate tremulava no topo de cada mastro. O mar estava muito agitado, o que nos fez hesitar quanto à decolagem no escuro. Achei que era viável. Os conveses de vôo vibraram com o ronco dos motores dos aviões acabando de aquecer.

Uma lâmpada verde foi agitada em círculos. “Decolar!”. O rugido do motor do primeiro caça foi crescendo até que ele se elevou no ar, são e salvo. Havia grande aclamação cada vez que um avião decolava.

Dentro de 15 minutos, 183 caças, bombardeiros e torpedeiros tinham decolado dos seus porta-aviões e estavam entrando em formação no céu ainda escuro, guiados apenas pelas luzes de sinalizações dos aviões-guia. Após circularmos por cima da esquadra, tomamos a rota sul, para Pearl Harbor. Eram 6:15 h.

Sob meu comando imediato, havia 49 aviões de bombardeiro horizontal. À minha direita, e um pouco abaixo, estavam 40 aviões torpedeiros, à minha esquerda, cerca de 200 metros acima, 51 bombardeiros de mergulho; protegendo a formação, havia 43 caças.

Às 7:00 h calculei que deveríamos chegar à Oahu em menos de uma hora. Mas, voando por cima das espessas nuvens, não víamos a superfície do mar e, portanto, não podíamos controlar nossa deriva. Liguei o radiogoniômetro para a estação de Honolulu e não tardei a ouvir música. Girando a antena, encontrei a direção exata de onde vinha a transmissão, e corrigi nossa rota. Tivéramos uma deriva de cinco graus.

Ouvi então um boletim metereológico de Honolulu: “Nublado em parte, principalmente sobre as montanhas. Boa visibilidade. Vento norte, dez nós”.

Que sorte a nossa! Não se poderia ter imaginado situação mais favorável. Devia haver brechas nas nuvens, sobre a ilha.

Cerca de 7:30 h as nuvens se abriram de repente e apareceu uma longa linha branca de litoral. Estávamos sobre a extremidade norte de Oahu. Era a hora de desdobrarmos a nossa formação.

Chegou um relatório de um dos dois aviões de reconhecimento que tinha ido à frente, dando a localização de dez encouraçados, um cruzador pesado e dez cruzadores leves. O céu ia ficando mais limpo à proporção que avançávamos para o alvo, e comecei a estudar nossos objetivos com auxílio do binóculo. Os navios estavam lá. “Dê ordem de ataque a todos os aviões”, ordenei ao meu rádio-operador. Eram 7:49h.

As primeiras bombas caíram no aeródromo de Hickam, onde havia fileiras de bombardeiros pesados. Os pontos atingidos a seguir foram as ilhas Ford e o aeródromo de Wheeler. Em pouco tempo, imensos rolos de fumaça subiam dessas bases.

Meu grupo de bombardeiro horizontal manteve-se a leste de Oahu, para lá da extremidade sul da ilha. No ar só havia aviões japoneses. Os navios, na baía, pareciam ainda adormecidos. A estação de rádio de Honolulu continuava normalmente sua transmissão. Conseguíramos a surpresa!

Sabendo que o Estado-Maior Geral devia estar ansioso, ordenei que fosse enviada à esquadra a seguinte mensagem: “Conseguimos realizar ataque de surpresa. Peço retransmitir esta informação para Tóquio”.

Começaram a aparecer esguichos de água em torno dos encouraçados. Eram os nossos aviões torpedeiros em ação. Era tempo de desencadearmos nossos bombardeios horizontais. Ordenei ao meu piloto que inclinasse o avião abruptamente. Era o sinal de ataque para o nosso grupo. Os meus dez esquadrões formaram em coluna por um, com intervalos de 200 metros – uma bela formação.

Enquanto meu grupo fazia a corrida para o bombardeio, a artilharia antiaérea americana, tanto de bordo dos navios, como as baterias terrestres, entrou subitamente em ação. Aqui e ali viam-se explosões de cor cinza-escura, até que o céu se encheu de abalos de tiros quase certeiros que faziam nossos aviões estremecer. Fiquei surpreendido com a rapidez do contra-ataque, que veio menos de cinco minutos depois de lançada a primeira bomba. A reação japonesa não teria sido tão pronta – o caráter japonês é apropriado à ofensiva, mas não se ajusta facilmente à defensiva.

Meu esquadrão dirigia-se para o Nevada, que estava fundeado na extremidade norte do cais dos encouraçados, na parte leste da ilha Ford. Estava quase no momento de soltar as bombas quando penetramos numa formação de nuvens. Nosso bombardeador-guia abanou as mãos para trás e para frente para indicar que teríamos que passar em branco, e demos uma volta sobre Honolulu para aguardar outra oportunidade. Nesse ínterim, outros esquadrões fizeram suas corridas, tendo alguns realizados três tentativas antes de lograrem êxito.

Repentinamente, colossal explosão verificou-se no cais dos encouraçados. Uma imensa coluna de fumaça se elevou a uns 300 metros, e uma violenta onda de choque atingiu o nosso avião. Devia ter explodido um paiol de pólvora. O ataque estava no auge; a fumaça dos incêndios e explosões enchia quase todo o céu de Pearl Harbor.

Observando com o binóculo o cais dos encouraçados, vi que a grande explosão havia sido no Arizona. Este continuava ardendo furiosamente, e como a fumaça cobria o Nevada, alvo do meu grupo, procurei algum outro navio para atacar. O Tennessee já estava pegando fogo, mas junto dele encontrava-se o Maryland. Dei ordem para mudar, tomando o Maryland como alvo, e voamos em direção ao fogo antiaéreo.

Quando o bombardeador do nosso avião-guia largou sua bomba, os pilotos observadores e radioperadores dos demais aviões gritaram: “Lançar!” e lá se foram as nossas bombas. Imediatamente me deitei de bruços no chão para observar através de uma fresta. Quatro bombas, formando um desenho perfeitamente simétrico, caíam a prumo como demônios da destruição. Foram diminuindo de tamanho até se transformarem em pontinhos, e finalmente desapareceram, dando lugar a quatro minúsculos clarões no navio e perto dele.

De grande altitude, os tiros perdidos são mais perceptíveis que os impactos diretos, pois produzem ondas circulares na água, fáceis de ver. Percebendo duas dessas ondas e mais dois pequenos clarões, bradei: “Dois certeiros!”. Tive a convicção de que havíamos produzido danos consideráveis. Dei ordens aos bombardeiros que haviam completado suas missões que retornassem aos porta-aviões. O meu, porém, permaneceu sobre Pearl Harbor para observar e dirigir as operações ainda em curso.

Pearl Harbor e arredores estavam convertidos num caos. O Utah havia emborcado. O West Virginia e o Oklahoma, com os cascos quase arrancados pelos torpedos, adernavam perigosamente em meio a uma inundação de óleo grosso. O Arizona estava muito adernado e ardia furiosamente. Os encouraçados Maryland e Tennessee ardiam também. O Pennsylvannia, que estava no dique, ficara intacto – evidentemente o único encouraçado que não fora atacado.

Durante o ataque, muitos dos nossos notaram os valentes esforços dos pilotos americanos para decolar com seus aviões. Apesar da grande inferioridade numérica, voaram diretamente sobre nossos aparelhos para travar combate. Os resultados foram ínfimos, mas sua coragem impôs admiração e respeito.

Os aviões de nosso primeiro ataque levaram uma hora para concluir sua missão. Quando iniciaram o regresso aos porta-aviões, após terem perdido três caças, um bombardeiro de mergulho e cinco aviões torpedeiros, entrou em cena a nossa segunda vaga de 171 aviões.

O céu agora estava tão coberto de nuvens e de fumaça que era difícil localizar os alvos. Para dificultar ainda mais a missão, o fogo da artilharia antiaérea, naval e terrestre tornara-se intensíssimo.

O segundo ataque conseguiu excelente dispersão, atingindo os encouraçados menos danificados, bem como cruzadores, e contratorpedeiros não atingidos anteriormente. Durou também cerca de uma hora, mas, em virtude da intensificação do fogo da defesa, houve novas baixas, seis caças e 14 bombardeiros de mergulho.

Depois que a segunda onda iniciou a viagem de retorno aos porta-aviões, dei novamente uma volta sobre Pearl Harbor para observar e fotografar os resultados. Contei quatro encouraçados positivamente afundados, três seriamente avariados. Outro encouraçado parecia consideravelmente desmantelado, e haviam sido destruídos numerosos navios de outros tipos. A base de hidraviões da ilha Ford estava presa das chamas, bem como os aeródromos, especialmente o de Wheeler.

Densa cortina de fumaça tornava impossível determinar os estragos sofridos pelos aeródromos. Era evidente, todavia, que boa percentagem do poderio aéreo da ilha fora destruído: nas três horas em que meu avião permaneceu naquela região, não encontramos um único avião inimigo. No entanto, vários hangares estavam ilesos, e era possível que alguns deles contivessem aviões utilizáveis.

Meu avião foi talvez o último a voltar para a esquadra, onde outros aparelhos, reabastecidos e rearmados, estavam-se alinhando, preparando-se para outro ataque. Fui chamado sem demora à ponte de comando. O Estado-Maior do Almirante Nagumo, enquanto aguardava meu relatório, estivera entretido em uma discussão intensa sobre a conveniência de lançar novo ataque.

– Quatro encouraçados positivamente afundados – informei. – Alcançamos elevado grau de destruição nas bases aéreas e nos aeródromos. Há, contudo, muitos alvos por atingir.

Insisti por novo ataque. O Almirante Nagumo, porém – numa decisão que desde então tem sido alvo de muita crítica por parte de peritos navais – preferiu voltar à base. Imediatamente foram alçadas as bandeirolas de sinais e nossos navios aproaram para o norte a grande velocidade.

Após a guerra, Fuchida foi interrogado pelo tenente RP Aiken e o tenente James A. Field, Jr., ambos da Reserva Naval dos Estados Unidos, em outubro 1945. Ele forneceu as suas impressões do ataque a Pearl Harbor e das defesas nas Ilhas Mariana e Ilhas Filipinas. Fuchida foi altamente cooperativo durante o interrogatório como observado pelos interrogadores. Ele indicou que os oficiais japoneses só completaram a análise do sucesso Pearl Harbor três dias depois do ataque, mas não repetiram um novo ataque porque foi assumido que os americanos iriam deslocar seus navios para outro lugar, ele foi chamado para prestar depoimento sobre crimes de guerra, inicialmente pensou que os americanos estavam apenas aplicando a “justiça do vencedor”.

Fuchida escreveu o Midway: The Battle that Doomed Japan em 1951, sendo considerado como cânon, pelo mundo ocidental. No entanto, Quebrado Espada de Jonathan Parshall e Tully Anthony expôs e corrigiu uma ampla gama de imprecisões encontradas no livro de Fuchida.

No outono de 1948, perto da estátua de Hachiko na Estação Shibuya, em Tóquio, Japão, Fuchida recebeu um panfleto sobre a vida de Jacob DeShazer, um membro do Ataque Doolittle, que foi capturado pelos japoneses, e mais tarde tornou-se um missionário cristão. Em 1949, perto do mesmo local, ele comprou uma cópia do Novo Testamento da Bíblia. Em maio de 1950, ele conheceu Jacob DeShazer pela primeira vez. Em 1952, ele excursionou pelos Estados Unidos como um membro da World Wide Christian Missionary Army of Sky Pilots, o que seria a primeira de suas muitas excursões ao redor do mundo como um missionário. Ele declarou-se um “embaixador da paz”. Em 1955, ele publicou o livro De Pearl Harbor até o Gólgota, também conhecido como De Pearl Harbor até o Calvário, que se concentrou ainda mais em sua fé do que os assuntos militares, mas era para ser o volume subseqüente de Midway: The Battle that Doomed Japan. Ele se tornou um cidadão americano em 1960.

Fuchida faleceu devido a complicações causadas por diabetes em Kashiwara, Japão.

Fontes:

Mitsuo Fuchida biography

Bruce Gamble, Darkest Hour
Interrogations of Japanese Officials

Recife e a Segunda Guerra Mundial

Em 1939 Recife sediava o III Congresso Eucarístico Nacional, que seria inaugurado no local o Parque 13 de maio. Neste local foram levantadas apressadamente arquibancadas e todo local foi preparado para o evento. Peregrinos de todo o país e do mundo chegavam para um dos maiores eventos religiosos da Igreja Católica do mundo.

Os rumores de guerra já batiam às portas da cidade e isso ficou mais evidente quando a embarcação britânica Amanzora, que trouxe à cidade os participantes do congresso, foi chamada as pressas para retornar à Inglaterra. E de fato, durante a própria abertura do congresso os alto-falantes comunicavam aos pernambucanos e a todos os peregrinos, a invasão da Polônia pela Alemanha.  Recife ainda não sabia, mas ela seria uma das cidades mais impactadas com o alvorecer dessa nova ordem mundial.

Ainda em 1941, os EUA iniciou a política de envio de observadores navais para vários portos brasileiros. O primeiro a chegar foi o capitão aposentado da USNavy WA Hodgman. Ele chegou ao Recife em 26 de fevereiro, sob as ordens do Escritório de Inteligência Naval. O observador foi instalado inicialmente em um escritório no consulado americano e posteriormente no terceiro andar do prédio do Banco de Londres, na Rua do Bom Jesus, próximo ao Porto do Recife, com isso ele poderia acompanhar as atividades portuárias.

Recife era a terceira cidade do Brasil, com uma população estimada à época de 400 mil pessoas.  O porto, apesar do quebra-mar, era pequeno e estreito e necessitava de atracadores e rebocadores para atracar e desatracar. Armazéns estavam disponíveis com todo o tipo de loja. Instalações de abastecimento eram excelentes.

Com a declaração de guerra contra as potências do Eixo, e a cessão de bases no litoral brasileiro combinada com as operações de defesa do atlântico sul, Recife passa a ser uma cidade estratégica para as pretensões americanas, e com o apoio do então interventor do Estado Agamenon Magalhães, Recife terá a Sede da Quarta Frota Naval e será a base das operações marítimas com raio de atuação do Canal do Panamá até o extremo sul das Américas, além de um campo de pouso construído pelos americanos e chamado de Ibura Field, que atualmente é o Aeroporto Internacional dos Guararapes. O governo do Estado fez enormes esforços para disponibilizar toda a infraestrutura para a acomodação da Quarta Frota. Foi disponibilizado um prédio inteiro para o Quartel-General além de outros prédios auxiliares no centro do Recife e alguns quilômetros de distância do Porto. Além disso, em conjunto com os Estado Unidos, foram construídos Hospitais de Campanha para serem utilizados como apoio de feridos no front africano, centros de treinamento de tropas, estruturação de defesas antiaéreas em toda a costa, alocação de unidades militares para atender a possível defesa em caso de invasão, também foi criado um centro de comunicação Aliada que tinha como principal objetivo estabelecer uma comunicação direta com a África, chamada Rádio Pina, que foi mantida em atividade pela Marinha Brasileira até 1992.

Contudo as mudanças não foram meramente militares, houve um impacto profundo na sociedade pernambucana e, em especial em Recife. Primeiramente o impacto foi econômico, já que no auge de suas atividades a Quarta Frota mantinha cerca de 4000 homens no Estado, todos recebendo integralmente seus soldos e gastando, principalmente com os atrativos da vida nos trópicos. Passou a circular no mercado local dólares americanos, e isso impulsionou consideravelmente a comércio local e as atividades de apoio.

Outros aspectos interferiram na vida do recifense, que teve que passar por um racionamento de combustível e apresentou inflação de bens e serviços locais.

Segue abaixo alguns exemplos:

  • Atualmente o edifício que serviu de base para a Quarta Frota ainda está em funcionamento e é utilizado por alguns órgãos do governo do Estado, mas observa-se até os dias de hoje um grupo organizado de engraxates nas calçadas da av. Guararapes, e a origem do ofício nesse local remota na implantação do Quartel General da Quarta Frota, já que havia uma concentração de militares transitando nessa região com seus sapatos e coturnos, ou seja, uma demanda em potencial. Vários engraxates tinham ali sua fonte de renda. Passados décadas o local ainda é o melhor lugar da cidade para se lustrar os sapatos.
  • O Restaurante Leite é considerado o mais antigo do Recife e um dos mais requintados também. Já na década de 40 recebeu vários marinheiros e militares que, com seu soldo faziam a alegria dos garçons, já que as gorjetas eram em dólares.
  • O governo de Agamenon Magalhães cedeu outro edifício para a implantação do Grêmio Recreativo, onde aconteciam bailes dançantes, contudo esses bailes eram privados para os americanos e mulheres pernambucanas tinha acesso livre. Como não poderia, isso causava revolta entre os homens pernambucanos. Não foram os poucos os casos de brigas entre militares e os naturais da cidade.
  • Durante a guerra, o Porto do Recife foi um dos mais movimentados do país, e não por acaso, o bairro do Recife (uma ilha portuária),  tinha uma vida noturna agitada, oferecendo aos marinheiros todos os atrativos festivos das mulheres da noite. Com o fim da guerra a região entrou em declínio e passou por um período de abandono, sendo considerado por muitas décadas o baixo meretrício, o local era evitado pela maioria das pessoas. Há alguns anos, houve um esforço para recuperação do bairro do Recife e, atualmente, o bairro abriga um polo tecnológico e é uma das principais atrações turísticas do Estado.
  • Com o receio de bombardeios a cidade, foi instituída pelo governo um apagão em toda a região metropolitana do Recife; viaturas do exército realizavam rondas noturnas pela cidade para identificar moradores que desrespeitavam o apagão. Várias baterias antiaéreas foram estrategicamente posicionadas por toda a cidade na eminência de um ataque aéreo.
  • Helena Roosevelt, no período em que o presidente americano visitou Natal, participou em Recife da inauguração do Cassino Americano que permaneceu em funcionamento até a década de 90 do século passado.
  • O Encouraçado São Paulo ficou permanentemente estacionado no litoral pernambucano a fim de realizar a proteção marítima do Estado.
  • O 200º Hospital Estação foi construído e depois transformado no Hospital da Aeronáutica
  • O Ibura Field recebeu vários bombardeios B-52, B-29 e outras aeronaves de passagem para a Europa e a Itália, suas pistas ocupavam uma área maior do que atualmente ocupa o Aeroporto Internacional dos Guararapes, uma dessas pistas é atualmente a Rua Barão de Souza Leão, uma das principais vias de acesso entre Boa Viagem e o atual aeroporto.

O estilo de vida americano foi se enraizando na vida do povo do Recife, que passou a adotar o “OK” e a usar camisetas de manga curta no lugar dos ternos que eram tão tradicionais até os anos 30.

Observando tudo isso, o que mais impressiona é que apesar das evidências o povo de Pernambuco sabe muito pouco sobre esse choque de cultura causado por uma guerra que, aparentemente, parecia tão distante, e que proporcionou um intercâmbio que deixou marcas visíveis até hoje.

Algumas informações retiradas do Site: http://sixtant.net

Charge Brasileira da FEB com o Espírito Brasileiro

Charge Gentilmente Cedida Pela ANFEB-PE

 

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Por que a 148ª Divisão Alemã se entregou somente aos brasileiros na Itália?

É obrigação dessa geração lutar pelo reconhecimento histórico da honra dos nossos soldados que lutaram na Itália:

Esse pequeno exemplo representa muito bem a índole dos nossos combatentes, muito diferente daquele que tentam nos imputar: a de torturadores e facínoras.

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Por que a 148ª Divisão Alemã se entregou somente aos brasileiros na Itália?

“Foi em abril de 1945. Os alemães tinham retraído da Linha Gótica depois da nossa vitória em Montese, e provavelmente pretendiam nos esperar no vale do rio Pó, mais ao Norte. Nosso Esquadrão de Reconhecimento, comandado pelo Pitaluga, os avistou na Vila de Collechio, um pouco antes do rio. A pedido  do General fui ver pessoalmente e lá, por ser o mais antigo, coordenei a  noite um pequeno ataque com o esquadrão e um pelotão de infantaria, sem intenção maior do que avaliar, pela reação, a força do inimigo. Sem defender  efetivamente o local, os alemães passaram para o outro lado do rio e explodiram a ponte. Então observamos que se tratava de uma tropa muito maior  do que poderíamos ter imaginado. Eram milhares deles e nós tínhamos atacado  com uma dezena de tanques e pouco mais de cinquenta soldados”.

“Informamos ao comando superior que o inimigo teria lá pelo menos um regimento. O comando, numa decisão ousada, pegou todos os caminhões da  artilharia, encheu-os de soldados e os mandou em reforço à pequena tropa que  fazia frente a tantos milhares.” – ” Considerei cumprida a minha parte e fui  jantar com o Coronel Brayner, que comandava a tropa que chegara” prosseguiu  Dionísio. “Durante a frugal refeição de campanha, apresentaram-se três  oficiais alemães com uma bandeira branca, dizendo que vieram tratar da  rendição. Fiquei de interprete, mas estava confuso; no início nem sabia bem  se eles queriam se entregar ou se estavam pensando que nós nos  entregaríamos, face ao vulto das tropas deles, que por sinal mantinham um violento fogo para mostrar seu poderio”.

“Esclarecida a situação, pediram três condições: que conservassem suas  medalhas; que os italianos das tropas deles fossem tratados como prisioneiros de guerra (normalmente os italianos que acompanhavam os alemães  eram fuzilados pelos comunistas italianos das tropas aliadas) e que não  fossem entregues à guarda dos negros norte-americanos”.

“Esta última exigência merece uma explicação: a primeira vista parece racismo. Que os alemães são racistas é óbvio, mas porque então eles se  entregaram aos nossos soldados, muitos deles negros? Bem, os negros americanos naquela época constituíam uma tropa só de soldados negros, mas  comandada por oficiais brancos. Discriminados em sua pátria, descontavam sua raiva dos brancos nos prisioneiros alemães, aos quais submetiam a torturas e  vinganças brutais. É claro que contra eles os alemães lutariam até a morte.  Não era só uma questão de racismo”.

“Eu perguntei ao interprete do lado alemão (nos entendíamos em uma mistura  de inglês, italiano e alemão), por que queriam se render, com tropa muito  superior aos nossos efetivos e ocupando uma boa posição do outro lado do  rio. Ele me respondeu que a guerra estava perdida, que tinham quatrocentos  feridos sem atendimento, que estavam gastando os últimos cartuchos para sustentar o fogo naquele momento e que estavam morrendo de fome. Que queriam  aproveitar a oportunidade de se render aos brasileiros porque sabiam que  teriam bom tratamento”.

“Combinada a rendição, cessou o fogo dos dois lados. Na manhã seguinte  vieram as formações marchando garbosamente, cantando a canção ‘velhos  camaradas’, também conhecida no nosso Exército”.

“A cerimônia era tocante” – prosseguiu Dionísio. “Era até mais cordial do  que o final de uma partida de futebol. Podíamos ser inimigos, mas nos  respeitávamos e parecia até haver alguma afeição. Eles vinham marchando e  cada companhia colocava suas armas numa pilha, continuando em forma, e seu  comandante apresentava a tropa ao oficial brasileiro que lhe destinava um  local de estacionamento. Só então os comandantes alemães se desarmavam. A primeira Unidade combatente a chegar foi o 36º Regimento de Infantaria da 9°  Divisão Panzer Grenadier. Seguiram-se mais de 14 mil homens, na maioria  alemães, da 148° Divisão de Infantaria e da Divisão Bessaglieri Itália que  os acompanhava”.

“Entretanto houve um trágico incidente: Um nosso soldado, num impulso de  momento, não se conteve e arrancou a Cruz de Ferro do peito de um sargento  alemão. O sargento, sem olhar para o soldado, pediu licença a seu comandante  para sair de forma, pegou uma metralhadora em uma pilha de armas a seu lado  e atirou no peito do brasileiro, largou a arma na pilha e entrou novamente  em forma antes que todos se refizessem da surpresa. Por um momento ninguém sabia o que fazer. Já vários dos nossos empunhavam suas armas quando o  oficial alemão sacou da sua e atirou na cabeça do seu sargento, que esperou  o tiro em forma, olhando firme para frente. Um frio percorreu a espinha de todos, mas foi a melhor solução” – Concluiu Dionísio.

Ao ouvir esta história, eu já tinha mais de dez anos de serviço, mas não  pude deixar de me emocionar. Não foram as tragédias nem as atitudes altivas  o que mais me impressionaram. O que mais me marcou foi o bom coração de  nossa gente, a magnanimidade e a bondade de sentimentos, coisas capazes de  serem reconhecidas até pelo inimigo. Capazes não só de poupar vidas como  também de facilitar a vitória. É claro que isto só foi possível porque os alemães estavam em situação crítica; noutro caso, ninguém se entregará só  porque o inimigo é bonzinho, mas que a crueldade pode fazer o  inimigo resistir até a morte, isto também é real. Na História Pátria podemos ver como Caxias, agindo com bondade, só pacificou, e como Moreira César, com sua crueldade, só incentivou a resistência até a morte em Canudos.

O General Dionísio e o interprete alemão – Major Kludge, se tornaram amigos e se corresponderam até a morte do primeiro, no início dos anos 90. O General Mark Clark, comandante do 5° Exército norte- americano, ao qual a FEB estava incorporada, disse que foi um magnífico final de uma ação  magnífica. Dionísio disse apenas que a história real é ainda mais bonita do que se fosse somente um grande feito militar.”

Cel.Hiram Reis e Silva

Mensagem do Gal. Eisenhower sobre as áreas de desembarque em D+2

CONFIDENCIAL

DE: POSTO DE COMANDO DO SHAEF, Comandante Supremo.

PARA: AGWAR

DATA: 8 de Junho de 1944

Acompanhado do Almirante Ramsay ontem eu fiz um tour completo de Destróier nas áreas de desembarque, começando pela direita.

Os desembarques na península Cotentin ocorreram aparentemente tão bem quanto esperado com a 101ª Divisão Aerotransportada executando suas missões de uma boa forma. Informações sobre a 82ª Aerotransportada são poucas, mas o General Bradley me informou que o Sétimo Corpo fez contato com ela. Na praia a oposição ao Quinto Corpo foi fortemente inesperada devido à presença de uma divisão inteira alemã nas praias, que estava manobrando. As baixas foram consideráveis nessa força e os desembarques foram mais difíceis devido à proteção das praia por artilharia inimiga. Além disso, uma grande parte dos tanques afundaram no caminho da praia. Devido ao tempo ruim essa decisão foi tomada em outras praias. Os tanques foram descarregados diretamente nas praias a partir dos LCT’s que os carregavam.

À tarde no dia 7 de Junho, General Bradley percebeu que as condições estavam melhorando em Omaha Beach e alguns passos estavam sendo tomados para substituir a artilharia que foi perdida no desembarque devido a fogo de artilharia e o afundamento de barcaças. Por causa da formação do terreno nessa área em particular, a pontaria para o fogo naval foi particularmente difícil e assim que os problemas surgiram em terra, particularmente de baterias fixas, tanto o bombardeio aéreo quanto os tiros navais foram relativamente ineficientes em apoiar o desembarque.

Em todo o front americano o plano tático imediato foi alterado com o objetivo agora dos dois corpos executarem em breve uma corrida para Carentan para se unir, depois disso as concepções originais serão seguidas.

No fronte da 15ª Divisão Britânica o avanço foi muito bom embora, como nos outros lugares, o desembarque foi afetado pelo tempo ruim. Da mesma forma nas frentes da 3ª Britânica e da 3ª Canadense o avanço foi satisfatório embora o tempo ruim forçou o Comandante da Força Naval a ordenar a secagem completa dos LSTs porque as barcaças ‘Rhino’ não funcionavam. Nessa frente em particular as praias estavam planas e duras e acredita-se que não houve nenhum dano aos LSTs.

Por todo o fronte nos perdemos um numero considerável de pequenas barcaças de desembarque, tanto pelo tempo ruim quanto pelas minas. Essas eram minas Teller que abriram buracos consideráveis nas barcaças de desembarque, mas um grande numero delas pode ser consertada assim que os grupos de manutenção chegarem em terra e começarem a trabalhar. A perda dessas embarcações, somadas ao tempo ruim, atrasou o desembarque de todos os suprimentos e na tarde do dia D+1 nós estávamos aproximadamente 24 horas atrás de nossa agenda de descarga planejada. O tempo melhorou acentuadamente na noite do dia D+1. Se esse intervalo de tempo bom se prolongar por alguns dias faremos muito em direção ao nosso objetivo.

Ao longo do dia eu falei com o General Montgomery e o General Bradley e com os Almirantes Kirk, Cian, Douglas Pennant e Oliver. Todos estavam desapontados com as condições de desembarque desfavoráveis e todos acham que a melhora do tempo teria uma correspondente melhora de nossa posição.

No retorno do Almirante Ramsay e eu aos Quartéis Avançados às 10 p.m. nós nos informamos que aparentemente capturamos Bayeux.

Hoje de manhã eu fui informado que um contra-ataque alemão por parte de duas divisões Panzer está ocorrendo na direita do setor Britânico e teve algum progresso. No entanto, ontem à tarde enquanto eu estava presente naquelas praias a 7ª Divisão Blindada estava ocupada descarregando e essa ameaça inimiga deve ser efetivamente retaliada.

Nas praias americanas a 2ª e a 19ª Divisões estavam para desembarcar ontem à noite e, apesar de eu não ter nenhum relatório essa manhã, eu acredito que o bom tempo ontem a noite permitiu o desembarque de consideráveis reforços naquelas regiões.

Devido à natureza flexível da batalha, está sendo extremamente difícil dar alvos lógicos à maioria de nossas forças aéreas, mas eu estou certo que se o tempo permitir nós iremos intervir por ar efetivamente em qualquer tentativa de contra-ataque do inimigo.

Fim da mensagem.

CONFIDENCIAL

O Dia D – Visto por um ângulo Diferente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ataque e Afundamento na Costa Brasileira do U-Boot – U-848

Fotografias tiradas durante os ataques pelo Tenente Charles A. Baldwin, USNR, 107-B-12

Primeiro ataque – 6 Mk-47 da DB 60 FT espaçadas a 25 pés, 215 nós, ângulo do alvo 270 0 – explosões atingiram a torre de comando, os dois primeiros na entrada e quatro a estibordo, o terceiro foi um fracasso – nenhum fogo antiaéreo.

NARRATIVA PILOTOS

Decolou em patrulha da Ilha da Ascensão das 0623. Depois de estar fora cinco horas e resolvemos retornar, decidi pela transferência de combustível dos tanques das asas da popa. Isto requer que o rádio e o radar fossem desligados. Em 1110 durante a transferência de combustível e passando por uma pequena frente, eu estava voando a 3.500 pés no curso 068 0 T, a posição S 10-09 e 18-00 W, quando o relógio de arco relatou a presença de um navio através de uma abertura nas nuvens, momento em que o co-piloto me avisou que o mesmo objeto estava a cerca de cinco quilômetros, dois pontos fora da curva da porta. Eu disse, “Heck acredito que seja um submarino nazista”, colocando a tripulação a suas estações de batalha. O rádio estava ligado e por esse tempo nós estávamos entrando nas claras, ainda a 3000 pés. Avistei o submarino a minha bombordo, a distância de uma milha e meia. O submarino estava em curso 090 0 T, a velocidade de 15 kts ou maior. Fazendo uma curva de mergulho para a porta e vindo a bombordo, velocidade do ar 250 MPH altitude, 75 pés, eu deixei cair seis bombas, uma a frente para atingir a torre de comando. Puxado para cima e em um banco de porta íngreme. O submarino foi virando-se para o seu estibordo e eu fiquei incapaz de direcionar o avião a tempo quando ele passou a cerca de 60 pés. Voltou à minha frente quando iniciei a terceira tentativa de confrontamento. Em um ângulo alvo de cerca de 60 graus, altitude 25 pés, eu larguei as três bombas restantes que explodiram bem próximo. Em seguida, puxando para fora e para longe, olhei para trás e viu submarino ainda em seu curso perdendo uma grande quantidade de óleo. Eu também observei três sinais de fumaça que eu acredito que foram os tiros disparados durante os ataques. Não havia pessoal do lado superior do submarino, mas acredito que havia focos de incêndio pelo excelente tiro dos meus artilheiros e do elemento surpresa. Depois de afastar mais, fizemos contato com 107-B-4 por rádio e disse-lhes do ataque, então começou a enviar MO, de forma que ele pudesse contatar a base. Nesse meio tempo o submarino ainda estava perdendo óleo e parecia está na direção errática em direção ao sul a cerca de  4 ou 5 nós.

Em 1245 B-4 chegou e eu fiz mais um sobrevoo ao seu lado do submarino. O B-4 lançou bombas em curta distância.Depois do ataque do B-4, o U-boat continuou em um curso errático progredindo em direção ao sul e voltou para a posição onde eu originalmente o ataquei em 1330. Neste momento a U-boot foi capaz em manter-se em uma linha de cruzeiro reta para o oeste.

107-B-8 homing chegou a 1340 Z e fez mais um ataque de popa ao U-Boot. Começou a sair fumaça que alcançava 1000 metros, creio que tenha sido do moto2.

  Em 1515 o U-boat parado ainda perdia óleo e, posteriormente, navegava a 10 a 12 nós por um curtos períodos de tempo.

O ÚNICO SOBREVIVENTE

Hans Schade foi resgatada pelo USS Marblehead em 03 de dezembro de 1943 – 28 dias após o U-848 ter sido afundando. Ele foi encontrado em uma balsa salva-vidas jogada pelo Avião PBY-USArmy, imediatamente após o naufrágio. Seu estado era muito crítico. Ele foi resgatado e desembarcado em Recife, em 04 de dezembro sendo imediatamente levado para o Hospital da Marinha. Mas morreu no dia seguinte e foi enterrado com honras militares em 06 de dezembro de 1943 no Cemitério de Recife – Santo Amaro –

Guarda de Honra saúda como o corneteiro tocando silêncio

Descrição do Ataque realizado pelos Pilotos

Fonte: http://www.uboatarchive.net/

Campo de Concentração de Tomé-Açú – Pará

Campo de Concentração de Tomé-Açú

O Campo de concentração de Tomé-Açú, no Pará, localizava-se a 200km de Belém, na bacia do rio Acará, pertencendo ao município de mesmo nome. Antes de se transformar em colônia de internamento, era um núcleo de imigração japonesa no Amazonas, que recebera nipônicos em 1929. Os imigrantes chegaram por ali pela Cia. De Imigração Nantaku – Companhia de Colonização Sul-Americana S.A. -, que havia obtido a concessão de uma milhão de hectares para acomodá-los. A propagação da malária e o fracasso do empreendimento do cultivo do cacau, para qual as terras foram propícias, fez com que a Nantaku reduzisse sua atuação em meados da década de 1930, provocando um êxodo na região.

Segundo declaração do Chefe de Polícia do Pará, registradas pela impressa de Tomé-Açú, a Companhia Nipônica de Plantações no Brasil tinha concessão para “operar atividades agrícolas” neste município, estava “em franco declínio com falta de movimento na agricultura”, e os agricultores imigrantes abandonavam seus serviços, engajando-se nos trabalhos da estrada de ferro ou seguindo para São Paulo.

Após o rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e os países do Eixo, em 29 de janeiro de 1942, a colônia agrícola de imigrantes japoneses passou a receber especial atenção dos serviços policiais, pois, segundo Salvador Rangel de Borborema, Chefe de Polícia do Pará, ali estava um dos maiores centros de “súditos do Japão”. Em dezembro de 1941, Olavo Mamede da Costa havia assumido o posto de delegado de Polícia da região. Para lá também fora enviado “um destacamento de cinco praças, sob o comando de um Cabo, devidamente armado e municiado”. Desde então, os japoneses de Tomé-Açú tiveram suas armas recolhidas pela Delegacia Especial de Segurança Pública e Social e instalou-se no local um posto telegráfico para comunicações rápidas entre as autoridades policiais.

Alguns meses mais tarde, a região foi transformada pelo governo em campo de concentração para os imigrantes japoneses que lá residiam. Todavia, ele acomodou dezenas de japoneses provenientes de outras localidades do Estado, além de alemães e italianos vindos do sul. De acordo com Salvador Borborema, a polícia constatou que muitos do japoneses que viviam no Estado estavam imigrando na condição de agricultores e lá viviam “humildemente, como vendedores ambulantes, hortelões etc. ”. No entanto, descobriu-se na residência de alguns deles, a partir de buscas e investigações policiais, que esses japoneses eram “médicos, engenheiros e oficiais das forças armadas nipônicas” e, por esse motivo, foram detidos e enviados para Tomé-Açú. A posição geográfica era ideal para a finalidade de confinamento, visto que a região, cercada por densa floresta, tinha na via fluvial o único meio de acesso. Até 1945, os internos viveram sob a vigilância das autoridades brasileiras que impunham sérias restrições ao seu cotidiano.

Em 10 de outubro de 1942, Haraldi Sioli, zoólogo alemão de 32 anos, chegou ao local como prisioneiro. Em 17 de outubro, vieram 28 alemães que deveriam ficar internados junto com os japoneses. Segundo o Chefe de Polícia do Pará, eles foram presos em nome da segurança e dos interesses nacionais – eufemismo para nazista ou espião.

Fonte: Prisioneiros de Guerra – Os “Súditos do Eixo” nos campos de concentração brasileiros (1942-1945) – Editora Humanitas – São Paulo – 2010

Uniformes Alemães – Identificação – Parte 01

 Não sou expert na identificação dos uniformes do Exército Alemão durante o regime de Hitler, portanto segue abaixo algumas fotografias maravilhosas dos uniformes utilizados pelas forças armadas alemães. Alguns conseguimos identificar a Força, o Posto do usuário e características, mas na sua maioria confesso que ficou a desejar. Quem quiser ajudar manda um comentário com a correção ou a identificação da vestimenta. Não custa nada avisar não é uma apologia ou qualquer coisa, é apenas um caráter histórico, tendo em vista que os uniformes apresentados aqui, em sua maioria, forma desprezada pela Alemanha moderna.

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Um Enigma Chamado Rudolf Walter Richard Hess

 Em meio a polêmica alemã anunciando hoje que o corpo de Rudolf Hess será exumado, cremado e jogado ao mar. Segue um pequeno relato do enigma:

O pesquisador inglês John Harris analisa as principais teorias sobre a viagem de Rudolf Hess à Escócia e admite que talvez nunca saibamos toda a verdade.

O caos provocado pelo pouso de Rudolf Hess em uma fazenda escocesa, descrita tão vividamente na carta de Margaret Baird, ecoou imediatamente na Alemanha. Assim que recebeu a notícia, Adolf Hitler redigiu um comunicado oficial dizendo que Hess havia enlouquecido e voado em direção ao inimigo por conta própria. Já o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, preferiu nunca se pronunciar sobre o caso.

Até os anos 60, a versão oficial dos nazistas foi questionado. Na década seguinte, porém, as mais diversas teorias começaram a sugerir que havia muito mais por trás desse episódio do que um simples surto do vice-führer.

Lorde James Douglas-Hamilton, filho do duque de Hamilton (ao encontro de quem Hess aparentemente havia ido), publicou o livro The Truth About Rudolf hess [A verdade Sobre Rudolf Hess], no qual detalha as supostas manobras internacionais que precederam a episódio. Segundo ele, Hess tentou negociar com o duque, mas não obteve sucesso. Já Wolf-Rüdiger Hess, filtro de Rudolf Hess, concedeu entrevista em 1984, dando a entender que a Inteligência britânica ludibriaria seu pai, convencendo-o a realizar o voo. Segundo ele, um acordo de paz e uma suposta anistia havia sido prometidas na ocasião. É provável que ambos os filhos estivessem apenas tentado justificar as ações de seus respectivos genitores.

É possível que Hess tenha agido sozinho e por impulso, mas sem dúvida, havia grupos e indivíduos poderosos na Grã-Bretanha, prontos para negociar um cessar-fogo em maio de 1941 – e o nazista diplomático julgava-se capaz de atraí-los. Há ainda quem acredite que Hitler sabia de tudo e que enviara seu amigo mais próximo para tentar um acordo de paz, impondo a condição de que a Grã-Bretanha se juntasse à Alemanha contra a Rússia. No entanto, em função da falta de provas documentais, ainda não sabemos com certeza o que ocorreu e, o que é pior: talvez nunca descobriremos.

Fonte: John Harris pesquisador britânico independente.

Fotos Estranhas e Engraçadas Também na Primera Guerra Mundial

Daqui Nasceu o Uniforme Camuflado

Inclusive o Cavalo Também era camuflado de Zebra!

Ganhou pela Feiura

Mistura de Soldado com Cavalo

Soldado Térreo e Soldado Segundo Andar

Treinando para ser Mal!

Sessão Horror!

Olha a Cara de Inveja dos Baixinhos...

Esse é Terrível...

O almoço está garantido!! CARNE DE RATO SECA!! HUMMMMM!!

Identificando o Inimigo!!

Parece aqueles seriado japoneses que tem um quarteto que se transforma em uns bichos...

Mobilidade Militar

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