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O Pai da Blitzkrieg? Uma Visão dos Blindados


Hans von Seeckt foi nomeado para o cargo de chefe do Reichwehr da República do Weimar, que era o Exército de Defesa da Alemanha, segundo o Tratado de Paz de Versalhes. Esse Exército estava reduzido a um efetivo de 100 mil homens, sendo 4000 oficiais e 96 mil praças e constituía a única força autorizada a manter a defesa do território alemão após 1919.

Seeckt realizou uma prodigiosa mudança no comportamento e na qualificação da tropa, realizando um treinamento profissional desse efetivo, mesmo sob as severas imposições do Tratado. Ele foi um dos primeiros generais a lançar as bases para a Blitzkrieg, defendendo a especialização de unidades relativamente pequenas, mas empregada com grande mobilidade nos campos de batalhas contra grandes efetivos de tropas inexperientes e mal formadas. Esse pensamento revolucionário deixava de lado o conceito de guerra estática e tornava evidente a criação de uma nova metodologia de combate. Para ele, os grandes efetivos de conscritos eram um enfardo desastroso para as futuras batalhas, pois os jovens seriam mais bem utilizados para os fins da guerra, trabalhando na indústria e fornecendo material bélico de primeira linha para os soldados profissionais. Outro efetivo, menos experiente, poderia ser utilizado como tropa de ocupação e reservas, buscando um aprimoramento e adquirindo a experiência necessária para entrar na linha de frente.

Contudo dois elementos importantes ficaram de fora da análise de emprego de tropas, segundo os conceitos que seriam empregados pelos alemães durante a Segunda Guerra, a utilização da aviação contra tropas inimigas, o que, para Seeckt, a Força Aérea deveria ser empregada especificamente para neutralizar a aviação inimiga e não na ofensiva contra tropas em solo. Um segundo conceito era a utilização de blindados para alcançar a mobilidade necessária nos campos de batalha. Nesse último caso, coube ao general Heinz Guderian a consolidação e aperfeiçoamento das técnicas de emprego de blindados na composição de uma guerra ofensiva de alta mobilidade que ficou consagrada como “Guerra Relâmpago”.

Portanto vamos verificar nas fotos abaixo alguns blindados que foram criados para alcançar a mobilidade ignorada por Seeckt e aperfeiçoada por Guderian, cujo o resultado já é notório para a História.

Fonte: O outro lado da Colina – Liddell Hart

  1. Mauro Moriarty
    20/05/2012 às 12:21 PM

    Paternidade da Blitzkrieg

    A meu ver essa postagem do Chico é uma das mais importantes do Blog, pois nos permite tratar de uma situação a que poucos atentam, poderiam os teóricos militares adeptos do emprego dos tanques em unidades independentes serem chamados de pais da Blitzkrieg, ou o conceito da Blitzkrieg seria muito mais complexo e abrangente que unicamente o emprego dos tanques de maneira independente, tornando ilegítimo o uso do termo pais da Blitzkrieg aqueles que simplesmente advogaram a causa dos tanques e na verdade não de uma tática militar revolucionária, do qual o emprego dos tanque da maneira heterodoxa que seus teóricos preconizaram era apenas uma parte de um todo bastante diversificado de possibilidades.

    Reza a historia oficial (A versão dos vencedores) que teriam sido os teóricos militares Britânicos, o coronel John Fuller, e o capitão Basil Lidell Hart que desenvolveram a ideia do emprego dos tanques como tropa independente apoiados por aeronáveis que irromperiam através das linhas inimigas e causariam estragos ao avançar em profundidade pela retaguarda. No exercito Alemão foi o coronel Heinz Guderian o responsável pela introdução prática da teoria na Wermacht, com o apoio de Hitler, é difícil definir até o quanto podemos considerar os Ingleses citados como os pais da ideia ou se ela foi apresentada por ambos como um produto acabado ou apenas como uma possibilidade futura, pois a liderança do exercito Inglês era totalmente contra uma ideia que viesse a por em dúvida o emprego do tanque como apoio da infantaria, eles não permitiriam ensaios de viabilidade da ideia e mesmo que permitissem elas se revelariam um fracasso, pois os tanques ingleses não foram concebidos para operações independentes (Eram lentos e com poder de fogo muito reduzido), era uma situação oposta a que Guderian tratava na Wermacht, sua ideia foi reconhecida como viável por Hitler, ele recebeu o apoio dos lideres das divisões Blindadas e o exercito Alemão já fabricava no bem equilibrado Mark III um veiculo que atendia as exigências de operações independentes, as ideias de Guderian foram sistematizadas na sua obra “Achtung Panzer” (Na ed. em português Panzer Lider) e se tornaram o manual prático dos lideres das “divisões Panzer”.

    Mas a pergunta persiste, Blitzkrieg limita-se a ação independente dos tanques ou é um termo que abrange a atuação conjunta das forças de um exercito com a finalidade de maximizar o golpe desfechado no inimigo e aproveitar ao máximo o efeito produzido?
    Podemos sintetizar a Blitzkrieg, tomando as suas características, uma série de incursões de ensaios, às quais se segue uma investida realizada com todos os meios disponíveis. No ataque final empregam-se a fundo todos os elementos blindados.

    Portanto o que posso constatar pelos meus estudos do assunto em questão é que a Blitzkrieg obedece a um emprego tático de diferentes armas, basicamente: Infantaria, artilharia, cavalaria, engenharia, aviação e blindados. Mas também devemos considerar que o exercito Alemão fez uso de unidades especiais a fim de facilitar a rapidez do avanço, como os Pioneiros (Sapadores), e as famosas tropas Paraquedistas que atuaram tanto no ar quanto em terra, e tudo isso muito dependente da coordenação de uma liderança preparada e competente na técnica, além da necessidade de autonomia e muita flexibilidade de comando na condução das operações em campo.

    Por tudo que vimos podemos considerar os precursores da atuação independente dos tanques como os legítimos pais da Blitzkrieg?, eu creio que não, a Blitzkrieg e o resultado dos estudos e esforços levados a efeito pela Wermacht no período entre guerras cujo objetivo era como resolver o impasse criado por fortes linhas de frente guarnecidas por bunkers de concreto, profundas e interligadas trincheiras, fogo mortífero de metralhadoras, e canhões de todos os calibres, o que aconteceu é que após aceitar os princípios básicos da ideia de Guderian o competente quadro de oficiais da Wermacht a refinou até torna-la operacional, com a participação dos representantes de todas as outras armas com a finalidade de que pudessem participar, entender e se adaptar a nova realidade operacional de atuação da Wermacht em futuras guerras que pudessem ocorrer, e com a nova tática apoiadas por armas adaptadas para seu uso (Exemplo dos Stukas), a Wermacht esperava bater rapidamente seus inimigos evitando a formação de alianças militares poderosas que poderiam resistir e exaurir os recursos do exercito Alemão a exemplo da Primeira guerra mundial.

    Assim concluímos definitivamente que a paternidade da tática militar denominada Blitzkrieg pertence ao conjunto da Wermacht e não a pretenciosos ingleses ou a elementos isolados como Guderian que apenas fez parte do todo que ela representou para a Wermacht.

    M. Moriarty

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