Deixemos o General e Olhemos o Soldado!
General Eisenhower disse certa vez, que antes da batalha, os planos são tudo, assim que ela começa, eles de nada valem. Essa é uma verdade bem profunda, pois quem faz a guerra são os soldados no campo de batalha, esse é o fundamento de toda a guerra. Não gosto de louvar generais, por mais estrategista e brilhante que ele seja; não gosto de exaltar um general, pois é isso que se espera de um comandante de exércitos, esse é seu papel na guerra. A exaltação deve ser para o civil que vestiu o uniforme e foi à guerra; quase sempre com pouca instrução, pouco material, mas foi lutar pela sua terra. Sei que muita gente irá dizer que muitos foram obrigados. Evidentemente que sim! Mas muitos também foram para lutar pelo seu país, e não foram poucos. Relatos de jovens que se suicidaram, pois não foram aceitos no alistamento, tem em quase todos os países que lutaram na guerra, inclusive aqui no Brasil…Então é importante exaltar esses jovens que perderam boa parte de sua juventude nos campos de batalha, e esquecer um pouco qualquer general que tinha obrigação de ser estrategista e até brilhante.
Muito interessante o teu comentário, meu caro Chico, sobre exaltar o soldado.
Concordo contigo em quase tudo.
Por que não totalmente?
Explico, meu amigo:
Um soldado vai à guerra por motivos. Mas ele não decide enfrentar ninguém sem que lhe seja ordenado ou o seu país assim decidiu através de declarações do presidente.
Lembra do Roosevelt após o ataque japonês a Pearl Harbor?
De modo que não se tenha um bando desorganizado em combate, o exército ou marinha ou aeronáutica possuem um quadro hierárquico.
Eu sei que tu sabes isso, mas estou me dirigindo também às pessoas que lêem o teu extraordinário blog.
Então, conforme essa hierarquia se torna mais alta, maior é a responsabilidade desse oficial ou subordinado.
Assim, havendo o motivo à luta, um pressuposto é fundamental:
O líder!
Afinal das contas, a minha vida estará nas mãos de alguém competente ou não?
E, naturalmente, eu vou querer estar ao lado de um general, coronel, capitão ou qualquer superior a mim, que seja VITORIOSO!
Que possua consigo um histórico de combates onde tenha se sagrado vencedor; que tenha entre seus pares o reconhecimento de sua capacidade estratégica, tática, de saber contornar imprevistos.
Ora, isso o soldado comum não traz consigo, faz-se necessário aprender, cursar um ensino superior ou academia militar, mais tarde Estado Maior, e chegar ao generalato.
Paton era adorado pelos seus comandados pela sua valentia, por estar na linha de frente, por MOTIVAR seus soldados com a sua presença, ainda mais com as suas Colt niqueladas e ares de prepotência, como menosprezando o inimigo.
Generais alemães, muitos deles, fizeram isso também. Rommel, por exemplo.
Igualmente os russos.
O líder ou comandante máximo transmite à tropa e a contagia com moral, que permanece elevado ou baixo desanimando os soldados.
Assim mesmo, “o moral”, para quem desconhece o jargão militar.
Desta forma, um exército sem comandante dificilmente obterá vitórias, independente da coragem de seus homens, pois não haverá planejamento, os soldados não saberão interpretar uma carta topográfica, calcular um azimute, como dominar o inimigo, enfim, um bando de de bravos combatentes a baterem cabeça uns nos outros.
Claro, meu amigo, a determinação da tropa em vencer é muito importante, mas se faz necessário um esquema, orientação, um comando que diga o que se deve fazer cada companhia de um batalhão, cada pelotão de uma companhia e cada ala de um pelotão.
E cada fragmento citado acima tem o seu comandante, o sujeito que eu vou confiar, o meu parceiro de batalhas, o cara que vai me proteger e impedir que eu cometa bobagens e não sair atirando a esmo!
Na minha humilde opinião, Chico, eu preciso valorizar o general, o comandante do meu exército, e atribuir-lhe ou louros da glória se vencedor.
O exército romano, aquela fantástica máquina de guerra do passado, invencível, tinha os seus famosos legionários, homens que lutavam lado a lado com seus comandados e até melhores do que eles!
Alexandre, o Grande, e seu extraordinário cavalo que se chamava Bucéfalo, lutava como se fosse um simples soldado!
McArthur se diferenciava de Eisenhauer porque estava com a sua tropa quase que permanente. Este último compensava a sua ausência com uma mente brilhante em termos estratégicos e diplomacia para poder se entender com líderes de outros países no Desembarque na Normandia.
Um comandante fraco é uma especie de doença terminal para um paciente.
Por melhores remédios que ele tenha à disposição, o que ele quer mesmo é morrer.
Histórias de desertores na Segunda Guerra existem às centenas.
Indagado um deles sobre as razões pelas quais abandonara seus companheiros, desertara de seu exército, a resposta foi taxativa:
“Se é para eu morrer através de ordens mal dadas, vou tentar sobreviver fugindo delas”.
Um líder une a tropa e não a dispersa; agrega e não separa.
Os soldados precisam se mirar em alguém; necessitam se espelhar em um superior para imitá-lo, ser promovido, ter a sua capacidade de luta reconhecida e premiada, portanto, um general forte, capaz, enérgico, determinado, valente, transfere ao natural essas condições aos seus comandados, ungindo-os com bravura, heroísmo, coragem e destemor.
Eu não faria parte de um exército sem chefe, sem um líder nato, sem um comandante que estivesse à altura do seu posto.
O contrário seria a derrota inevitável.
Olha, Chico, penso que o teu propósito era fustigar o debate, que acabaste conseguindo através de um belo plano, de um texto que merece reflexão!
Parabéns, general, pela excelente estratégia de ficar à espreita de reações contrárias!
E conseguiste!
Tá vendo?!
Tem que haver alguém comandando!
– Bem é válido dentro de um contexto relativo, mas não podemos menosprezar a figura do general e sua atuação na guerra.
– Todo general foi soldado, mas poucos soldados foram generais, o general carrega consigo o peso de ser responsável pelos soldados que comanda soldados cujas provações ele conhece bem, pois passou igualmente por elas, seus postos adquiridos até o generalato representam uma escala progressiva de responsabilidades acumuladas em confiança, às funções autorgadas e desempenhadas de acordo com aquilo que se espera dele por toda a experiência acumulada na sua vida militar.
– Ao soldado relevamos a responsabilidade histórica de seus atos, a soldadesca não tem rosto e, portanto não é chamada a responder pelos erros históricos que comete quando atuante na sua função no campo de batalha (Exemplo as atrocidades cometidas pela soldadesca Soviética durante a conquista do território Alemão).
– A história oficial, entretanto nunca nos deixa esquecer da responsabilidade histórica dos comandantes e lideres na guerra, ao contrário as realça e nos faz entender que isso é a própria história, o exercício eterno do Se (Se, eles tivessem decidido de outra forma o desfecho poderia ser outro e favorecer esse ou aquele lado), nos deixa claro sobre o estudo e a importância das táticas e estratégias pensadas, repensadas, discutidas e ensaiadas nas caixas de areia e depois em plena batalha acompanhadas atentamente nos quadros de estratégia dos estados-maiores.
– A importância do comandante também se faz presente na necessidade vital que se faz desse de ganhar o respeito, confiança e admiração dos soldados que vai conduzir para a batalha, esse foi o trabalho a que se propôs o Gn Montgomery antes de desencadear a decisiva batalha de El Alamaein, mesmo com superioridade numérica ele sabia que precisava ganhar a confiança do seu 8º Exercito desacreditado da sua liderança por tantos reveses sofridos nas mãos da raposa do deserto, o sucesso nesse empreendimento ele entendia ser a diferença entre a derrota ou a vitória.
– Portanto a maneira de cada um eu proponho a importância de todos, na guerra, cada um dos que cumprem aquilo que se espera deles é antes um herói abnegado, alguém que entende que uma guerra vencida é um resultado de um trabalho de equipe bem sucedido que vai do soldado da linha de frente ao cidadão em solo pátrio.