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Desvendando Adolf Hitler IV: Viena, Uma Outra Fase!
Em 1908 Adolf Hitler chega em definitivo para morar em Viena. A ideia era recomeçar a vida depois da morte da sua mãe. Não tinha dúvidas sobre sua admissão na Academia de Belas Artes ou sobre seu futuro artístico brilhante. Hospedou-se em um pequeno quarto no segundo andar de uma casa em Stumpergasse, 31, perto da Westbahnhof de propriedade da senhora Frau Zakreys, uma senhora de origem tcheca, localizada em um Distrito escuro e sujo.
Não demorou muito para que seu amigo Gustl se juntasse a ele. Há muito Hitler insistia para que o jovem mudasse para Viena afim de tentar a sorte como músico, fato que ocorreu poucos meses depois. Os dois, agora dividindo o quarto da residência da senhora Zakreys, estavam maravilhados com as possibilidades da capital, mas também não abriam mão de desfrutar do lazer que Viena poderia proporcionar. Quase que diariamente frequentavam o Teatro, acompanhando as principais Óperas dos consagrados músicos alemães, dos quais seu favorito, Wagner, era de longe o mais visto. Passavam horas na fila para assistir apresentação ao preço de duas Coras, nos locais mais baratos do Teatro.
O tempo passou, a pressão começou. Hitler estaria cursando a Academia de Belas Artes e Gustl acabara de ser admitido no Conservatório de Música de Viena. Seria perfeito para os dois aspirantes artísticos, se não fosse pelo detalhe que Hitler novamente teria sua admissão rejeitada pela Academia. Desta vez, ele não comentou com ninguém, e passou a gastar seu tempo perambulando pela cidade. Certo dia, durante uma discussão com o amigo, Hitler confessou que não estudava na Academia e que não sabia o que fazer. O jovem Hitler, naquele momento estava completamente sem rumo.
Hitler mencionaria os anos vividos em Viena como miseráveis, de fome e pobreza. Levando em consideração que ele recebeu parte da herança da mãe, a quantia referente ao empréstimo feito por sua tia e mais a pensão de órfão que teria direito, pelo menos naquele ano de 1908, essa declaração não procede. Muito embora, tal quantia não permitisse uma vida de luxo, era suficiente para manter uma vida digna. Os custos com alimentação eram poucos, sua dieta diária era basicamente de pão, manteiga, pudins de farinha doce e algumas vezes um pedaço de bolo de nozes ou papoula, acompanhado de leite ou suco de frutas. Já nesse período, ele não consumia álcool. Sua única extravagância, realmente eram as noites nas óperas.
Não demorou muito para a parceria com Gustl se encerrar. Em julho de 1908, quando Gustl voltou a Linz para as férias de verão, Hitler deixou a moradia em Stumpergasse. Em novembro, quando o amigo retornou para início do ano letivo, não encontrou ninguém. Hitler deixara a residência da senhora Zakreys, sem informar seu novo endereço. Os dois só voltariam a se encontrar novamente em 1938.
Em 18 de outubro daquele ano, Hitler registrou-se na força pública como um “estudante” morando próximo a Westnahnhof. Ele escolhera uma nova fase para sua vida. Tempos difíceis ainda estariam por vir.
- Desvendando Adolf Hitler Parte I: O garoto da mamãe!
- Desvendando Adolf Hitler II: A Infância!
- Desvendando Adolf Hitler III: Viena, o início de Hitler!
- Desvendando Adolf Hitler IV: Viena, Uma Outra Fase!
Fotografia: Contando a Segunda Guerra Mundial – Parte IV
No início de 1940 ambos os lados planejavam suas operações. Os Aliados concluíram que uma ataque da Alemanha deveria ser respondido com um avanço em direção à Bélgica. Os belgas, contudo, estavam ansiosos por manter sua neutralidade e não pretendiam provocar Hitler, o que o impediu que os Aliados assumissem posições estratégicas adequadas.
Enquanto isso, Hitler dava continuidade a seus planos de um ataque a oeste. Em 10 de janeiro de 1940, informou seus generais de que o ataque iniciaria em 17 de janeiro de 40. Nesse ponto, o destino interveio: uma pequena aeronave alemã transportando dois oficias com os planos detalhados para a invasão dos Países Baixos perdeu o rumo e fez um pouso de emergência na Bélgica. Os planos não foram destruídos e Hitler, tendo presumido que estes haviam sidos comprometidos, adiou o ataque, sem saber que, para os Aliados, os planos eram meramente uma distração.
No início de março, os detalhes da invasão foram mudados novamente, os generais Gerhardt von Rundestedt e Erich von Manstein sugeriram um ataque através das Ardenas, um território de florestas densas e considerado amplamente inadequado para os blindados. De fato, os Aliados consideravam bem implausível que a força principal do ataque inimigo viesse daquela direção.
Como era esperado que em 1940 continuasse sem nenhuma ação significativa em terra, alguns observadores sugeriram que Hitler blefara por tempo demais, permitindo que os britânicos e franceses reforçassem suas posições ao longo da provável linha de ataque alemão. Em 05 de abril, Neville Chamberlain proclamara que Hitler “perdera o ônibus”. Três dias depois, os alemães invadem a Noruega.
Noruega
Apesar de declarar neutralidade, e Noruega tinha clara importância estratégica. Os suprimentos alemães de minério de ferro sueco passavam pelo porto norueguês de Narvik, enquanto no país permitiriam que a Alemanha lançasse ataques aéreos contra o norte da Grã-Bretanha, além de propiciar ancoradouros para operações marítimas.
Em 27 de janeiro, Hitler já havia esboçado os primeiros planos para a invasão da Noruega, ao mesmo tempo em que os Aliados procuravam uma maneira de interromper o fornecimento de minério de ferro aos alemães. Em 16 de fevereiro, o destróier HMS Cossack, após persegui-lo até um fiorde norueguês, abordou o navio de transporte alemão Altmark, libertando prisioneiros de guerra que este transportava (capturados de embarcações afundadas pelo Graf Spee). Os noruegueses protestaram contra a violação de suas águas territoriais, porém suas reclamações foram refutadas. O governo britânico ressaltou que a embarcação alemã entrou em águas norueguesas primeiro, deixando claro que a marinha britânica agiria quando as autoridade norueguesas não estivessem preparadas para fazê-lo. Hitler, então, convenceu-se de que não poderia confiar nos noruegueses para fazer frente aos britânicos.
Em 28 de março de 1940, os britânicos e franceses concordaram em minar as águas da Noruega para impedir o tráfego de embarcações alemães. A decisão foi anunciada em 05 de abril, no mesmo dia em que Chamberlain sugeria que Hitler perdera a chance. Na verdade, as ordens alemãs para a invasão da Noruega foram dadas em 02 de abril, sendo que a força invasora alemã foi avistada no dia 07. Dois dias depois, soldados alemães desembarcavam na Dinamarca e na Noruega. Copenhague cai em 12 horas e os dinamarqueses não têm opção senão se renderem em 10 de abril.
Os alemães encontram mais dificuldade na Noruega: combates acirrados entre embarcações britânicas e alemães em águas norueguesas entre 10 e 12 de abril resultaram em diversas perdas para os alemães. Tropas britânicas desembarcaram em Harstad nas olhas Lofoten, em frente a Narvik, em 15 de abril. No dia seguinte, unidades francesas e britânicas desembarcaram em Namsos. Em 18 de abril, tropas britânicas chegam a Aandalesnes. O plano era que as forças em Namsos e Aandalesnes se reunissem e tomassem Trondheim. Todavia, o comandante em Aandalesnes é convencido a ajudar os noruegueses em Lillehammer, que estavam sendo repelidos por pesado fogo alemão. Isso faz com que o contingente em Namsos, menos forte que o esperado, não possa rumar para Trondheim. No decorrer da semana seguinte, os alemães contra-atacam na Noruega central e empurram os Aliados de volta para Aandalesnes. Em 26 de abril, o Supremo Conselho de Guerra Interaliado concluiu que todas as forças devem ser evacuadas da Noruega. A evacuação é completada em 03 de maio e os Aliados avançam para Narvick. Ao final da terceira semana de maio, a estrada para Narvick está aberta. No fim do mês, as tropas alemães baseadas ali estão com poucos suprimentos e à beira de um colapso. Em 28 de maio, os Aliados lançam um ataque final e tomam Narvick. Contudo, durante o avanço sobre a cidade, a situação estratégica muda: os alemães haviam invadido a Bélgica e a Holanda em 10 de maio, fazendo com que a Noruega parecesse ser bem menos importante. Os Aliados decidem, então, por uma evacuação, que é lavada a cabo entre 03 e 08 de junho. A tragédia final da campanha aconteceu no último dia, quando o porta-aviões HMS Glorious foi afundado com quase toda a tripulação.