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Archive for 28/12/2012

Blindado Hotchkiss H-39 – A Última Lembrança de Dunquerque!

Foi encontrado um blindado Hotchkiss H-35 sem torre que reapareceu na costa francesa. Ele foi descoberto em Camiers, uma cidade situada entre Boulogne-sur-Mer e Le Touquet (Pas-de-Calais, norte da França, perto da Bélgica). Este tanque, provavelmente participou do ataque a Dunkerque, que aconteceu em maio-junho de 1940. O fato de estar sem a torre pode ser explicado por ele ter sido usado como uma posição defensiva, mas isso não está confirmado. A cidade de Camiers está disposta a recuperar o tanque e, talvez, usá-lo para um monumento. É o nono Hotchkiss H-39 remanescente da Segunda Guerra.

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Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros – Parte II

 PARTE 2

A pressão psicológica ia aumentando conforme o soldado se aproximava do front. Na maioria das vezes, o primeiro sinal visível era dos inimigos mortos. Muitos daqueles jovens soldados nunca tinham visto antes um cadáver. Werner Adamczyk, pertencente a uma bateria de artilharia de 150mm perto de Minsk ficou morbidamente fascinado com o resultado do manuseamento dos seus canhões. Ele disse: “A cena repulsiva me causou uma tremedeira; mesmo assim, eu tive estômago suficiente para dar uma caminhada no entorno. O que vi era mais cruel ainda.” A guerra rapidamente eliminava o verniz provocado pela propaganda. As trincheiras em volta dele estavam repletas de soldados soviéticos mortos. “Eu fiquei arrepiado e dei meia volta para retornar ao caminhão” admitindo que “a realidade da morte era demais para se agüentar.” Ele ficou perturbado. Antes ele tinha assistido as instruções sugerindo que o soldado russo era “mal treinado e não muito inclinado a atos de heroísmo.” Na realidade:

“Ficou claro para mim que eles tinham a convicção de lutar até o fim. Se isso não era heroísmo, então o que era? Os comissários comunistas os forçaram a lutar até a morte? Eu não gostava disso. Eu não tinha visto nenhum comissário morto.”

Logo o soldado alemão percebeu que o combatente russo era infinitamente superior se comparado com aquele que os seus oficiais o fizeram acreditar. “Com este entendimento,” admitiu Adamczyk, “o meu sonho de voltar para casa logo retrocedeu.” O soldado alemão Benno Zeiser também foi surpreendido ao avistar os primeiros russos mortos. Ele refeltiu: “Há apenas pouco tempo atrás, ele era um ser humano vivo.” “Eu pensei que, depois disso, nunca iria me livrar deste pensamento.” O Kriegsmaler (artista/pintor oficial de guerra) Theo Scharf, avançando junto com a 97ª Divisão do Grupo de Exército Sul, passou “por um soldado do Exército Vermelho, aparentemente dormindo em uma vala ao lado da estrada, mas coberto no rosto e por todo o corpo por uma grossa camada de poeira.” Era o primeiro de vários corpos que ele encontraria.

Com o passar do tempo, tal familiaridade fez crescer um tipo de indiferença. Benno Zeiser via cada vez mais corpos de russos mortos. “E rapidamente eu me acostumei a encarar como relevos do solo que pertenciam à própria terra onde estavam e que provavelmente estavam ali há muito tempo.” Era bem menos perturbador vê-los como se “praticamente nunca tiveram vida.”

Tradução: A Raguenet – (WebKits)

C O N T I N U A

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Rússia, 1941. Uma Guerra Sem Louros

 Segue abaixo uma tradução realizada por A. Raguenet, um exímio tradutor, que nos brinda com um clássico da Segunda Guerra: War War Without Garlands, do autor Robert Kershaw.

 A. Raguenet é um atuante membro do WebKits.

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Pessoal, traduzo aqui parte do capítulo do livro War Without Garlands, do autor Robert Kershaw.

Este capítulo, também chamado A War Without Garlands, é bem interessante pois trata sobre as pressões que o soldado alemão sofria com a campanha de invasão da União Soviética (Operação Barbarossa). Os relatos são fortes e os detalhes às vezes cruéis. Deve-se ter em mente que este front (oriental) estava mais inclinado para uma guerra de extermínio do que para um embate justo.

Como sempre coloco o capítulo em partes para não sobrecarregar a leitura. E me reservo o direito de adaptar certas passagens para a nossa língua pátria de modo a tornar o texto com uma compreensão mais fácil à nossa cultura.

Espero que gostem!

Abrs a todos!!!
A Raguenet

Parte 1

As pressões sobre o soldado alemão

O principal medo para o soldado alemão era o mesmo que sempre acompanhou todos os combatentes através dos tempos: será que ele sobreviveria tanto em corpo quanto em mente para a próxima batalha? Sobre esta expectativa incerta, havia tempo suficiente para se preocupar durante as longas viagens para o front. Essas poderiam durar semanas já que os avanços dos exércitos alemães penetravam cada vez mais no interior da Rússia em 1941. Porém, os trens-hospital ofereciam as primeiras perspectivas dos desencantamentos que estavam logo à frente ao transportarem tropas que se dirigiam naquela que era a difícil viagem para a retaguarda. O soldado alemão Breno Zeiser, motorista de uma unidade de transporte, de início tinha uma visão ingênua. Durante seu treinamento, ele e seus companheiros foram alimentados com uma dieta de proclamações vitoriosas no rádio os quais lhe fizeram acreditar, arrogantemente, que:

“Qualquer idiota sabe que é necessário ter perdas, você não faz uma omelete sem quebrar ovos, mas nós vamos lutar pela vitória. Além disso, se qualquer de um de nós realmente acabar por deter uma bala, será a morte de um herói. Então gritemos ao máximo HURRA, vamos lá, atacar, HURRA!”

As primeiras visões dos trens-hospital retornando do front rapidamente dissiparam este patriotismo de HURRA.

“Os enfermeiros começaram a trazer os rapazes com membros amputados, uniformes cobertos de sangue, uma maçaroca de curativos, o tecido encharcado de vermelho nas pernas, braços, cabeças e torsos além daquela agonia a qual não necessariamente precisa ter sangue: rostos desconfigurados com olhos profundos.” Um dos soldados que estava no trem lhe disse o que os esperava:

“De acordo com ele, era bem sombrio. Os Vermelhos estavam lutando desesperadamente e nós tivemos muitas baixas. Mesmo assim, o avanço continuava com rapidez, mas a um preço o qual deixava claro de que nós não poderíamos saber qual seria já que os russos tinham muito mais homens do que nós, mas muito mais.”

C O N T I N U A.

 

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