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Bismarck e a Lenda da Invencibilidade no Mar

Hitler iniciou a guerra em setembro de 1939 com a ideia da superioridade bélica nos mares. Evidentemente já pensava nos submarinos como um arma importante nos desenrolar do conflito. Contudo, ele queria fazer frente à Armada Inglesa com uma nova geração de Encouraçados. Ele investiu fortemente para ter domínio dos mares.

O projeto mais audacioso do “Cara do Bigode Engraçado” foi sem sombra de dúvida o famoso Encouraçado Bismarck. A Nau Alemã que era dita como invencível e traria orgulho para a Alemanha hitlerista não resistiu a caçada imposta pelo ingleses. “Afundem o Bismarck” entrou para a História como sendo o início do fim do sonho alemão sobre o domínio dos mares.

 Abaixo, transcrevo a reportagem do Edwin Muller sobre os últimos momentos de uma lenda.

O fim do Bismark – visto de bordo do encouraçado alemão

            Edwin Muller – “Harper’s Magazine”

O encouraçado Bismark era o orgulho da Marinha de guerra alemã, e as marinhas de guerra de todo o mundo lançaram mão de todos os recursos para se obter o maior número de informações sobre o seu afundamento, assim é possível relatar os dramáticos acontecimentos a bordo deste fabuloso navio, em seus últimos instantes.

No dia 22 de maio à noite, acompanhado do Prinz Eugene, zarparam da costa da Noruega rumo à passagem entre Groenlândia e a Islândia. Na madrugada do dia 24, a Marinha Inglesa é avistada, o famoso cruzador Hood, seguido pelo Prince of Wales. O primeiro abrir fogo foi o Hood. O Bismark de pronto respondeu com toda a força dos seus canhões. Em seguida, toda sua artilharia foi concentrada no Prince of Wales, que seriamente atingido, ficou impossibilitado de seguir na batalha. O combate prosseguiu entre o Bismark e o Hood. Na terceira onda de ataque do Bismark, a nau inglesa começou a impelir uma grossa nuvem de fumaça que saia pela proa, tombando para a esquerda, e em pouco tempo partiu-se ao meio, afundando primeiro a proa e logo depois a popa desapareceu no fundo do mar.

A bordo do Bismark, grande foram os momentos de festa por parte da tripulação, enchendo o tombadilho, que a pouco se encontrava deserto, com as pessoas se abraçando freneticamente, entoando canções e abraçando-se uns aos outros, festejos que duraram até o dia seguinte. Poucas foram as avarias no navio alemão, que em nenhum momento puseram em risco a sua estrutura. O número de baixas, se resumiu a alguns feridos. No decorrer do dia chegaram diversas mensagens entre elas, uma do Füeher em que agraciava o Comandante Schneider com o grau de Cavaleiro da Cruz de Ferro, enquanto os operadores da propaganda nazista comandados por Joseph Goebbels, andavam de um lado para outro filmando aquele momento de glória de demonstração da superioridade da raça ariana.

A tripulação do Bismark era constituída basicamente por rapazes na faixa etária de 20 anos, além de aproximadamente 500 aspirantes com menos de 20 anos representantes da Juventude Hitlerista, que todos os dias ao acordar, ouviam a exaustão: “Hoje dominamos a Alemanha – amanhã será o mundo inteiro”. Esta nau era o mais potente navio de guerra que já fora construído e poucos sabiam realmente a sua tonelagem, alguns falavam em 35 mil toneladas, enquanto outros falavam em 50 mil, e sua velocidade máxima seria de 33 nós (aproximadamente 53 km/h), que era superior a qualquer navio americano ou inglês desta época.

Aparentemente o Bismark visto de fora era idêntico a qualquer nau, mas o diferencial era o seu projeto interno, abaixo do tombadilho, onde abaixo da linha de flutuação tinha cinco paredes de aço, que se juntavam a vários compartimentos estanques. O seu comando fora confiado ao Vice Almirante Gunther, um nazista de coração de corpo franzino, que compensava sua fraqueza física com uma truculência e violência de caráter. As instalações dos marinheiros eram pequenas, pois além dos aspirantes havia também centenas de pessoas que não tinham função específica, tornando as acomodações muito apertadas, o espaço que em outros navios era reservado para dormitórios, e refeitórios, foram transformados em proteção extra aos complicados compartimentos do casco. Parte da tripulação dormia na proa em redes, que de tão juntas, batiam umas nas outras, enquanto os Oficiais subalternos se apinhavam em camarotes com beliches para 4 pessoas, mas ninguém reclamava em prol do aumento da resistência do casco.

Entre a tripulação, várias eram as hipóteses sobre o seu destino e  maioria pensavam em um ataque aos portos ingleses, onde o contingente excessivo seria para os barcos que fossem presos, enquanto outros afirmavam ter ouvido que o Bismark ia tomar os Açores para o Reich, e outros aventavam a possibilidade de irem juntar-se à esquadra japonesa no Pacífico, hipótese menos provável pois a tripulação não havia recebido nenhum equipamento tropical, mas ao final do combate, o objetivo da excursão se esclareceu: sua missão era destruir o navio inglês Hood!

A festa da vitória não poderia durar para sempre e no segundo dia o Prinz Eugen retornou à Alemanha, em um dia frio e nublado, com muita chuva e granizo, trazendo um pouco de nostalgia à maioria dos homens, que tinham pouca experiência da vida em alto mar. Na manhã do dia 26 de Maio, quando o Bismark passava ao largo do sul da Groenlândia, ouviu-se o som de um avião se aproximando, e em pouco tempo surgiu um Catalina americano. Então, todos os canhões antiaéreos começaram a atirar, fazendo o avião desaparecer por entre às nuvens. Posteriormente correu a bordo o boato de uma violenta discussão entre o Almirante Luetjens e o Capitão Lindemann, que tinha sido escutada através das portas fechadas, onde o Capitão tentava convencer o Almirante a retornar imediatamente à Alemanha, tendo em vista que agora os ingleses iriam concentrar toda a sua esquadra na caça ao Bismark, e que não descansariam enquanto não o afundassem. O Almirante fez a tripulação acreditar que reforços chegariam em breve, e que os levariam à novas e maravilhosas vitórias.

No dia 27 de maio porém, a ajuda não chegou, e logo ouviu o som de um gigantesco enxame de abelhas, e uma esquadrilha de aviões da Força Aérea Inglesa se aproximou do Bismark, e um após o outro largaram seus torpedos e sumiam nos céus, e um destes torpedos atingiu o navio na sua linha média, erguendo uma coluna de água mais alta que o mastro central, fazendo-o estremecer da popa à proa. Um dos compartimentos destruído, encheu de água, e para completar as notícias que chegavam por rádio era que a frota inglesa convergia toda em sua direção. O Almirante Lutjens reuniu a tripulação e em um discurso confuso, disse que o Bismark iria travar uma dura batalha em breve, e esperava que os submarinos alemães chegassem a tempo de combater as foças inglesas, e que tinha certeza eles levariam a pique antes da morte, mais uma unidade inimiga, o que deixou os marujos completamente enlouquecidos. Na tentativa de desfazer a sua gafe, fez circular entre os marinheiros um telegrama informando que além da flotilha de submarinos cerca de 200 aviões já estavam a caminho.

Após 3 dias, o encouraçado alemão Bismark rumava para o Cabo Finisterra, na esperança de atingir a costa da França, quando ao cair da noite um esquadrão de caças britânicos atacou novamente, atingindo-o com três torpedos, sendo que um deles atingiu o leme, fazendo com que o navio navegasse em círculos, trazendo desespero aos marinheiros. O Almirante chegou a prometer condecorar aquele que consertasse o leme com a Cruz de Ferro.

Era uma hora da manhã quando surgiu uma flotilha de destroieres ingleses surgiram e um após outro lançaram seus torpedos e outros compartimentos foram atingidos e inundados, fazendo o número de baixas aumentarem. Na manhã seguinte, o tempo estava nublado e o vento frio com o mar agitado, quando surgiram no horizonte os pesos pesados da Armada Inglesa, o Rodney e o George V, que abriram fogo com seus canhões de 16 polegadas a uma distância de 11 milhas. Em seguida, se posicionaram à metade desta distância. O Bismark aguentou o quanto pode ao forte ataque, mas um dos tiros da artilharia inimiga fez explodir a estação central de comando, destroçando qualquer capacidade de reação por parte tripulação.

O Rodney e o King George V se aproximaram para cerca de 2 milhas, disparando contra o Bismark sem errar nenhum tiro, até que um destes partiu o mastro central, fazendo cair no tombadilho.

Nunca um navio de guerra tinha sido tão castigado, e pouco a pouco ele começou a tombar para a esquerda, fazendo a água entrar pelos buracos no casco, inundando os diversos conveses em sequência, avançando por entre as câmaras e os corredores. Por todos os lados ouviam-se gritos de horror, corpos estavam por todos os lados, a tripulação não sabia mais o que fazer, fora tentar se salvar da derrota iminente. Os que estavam embaixo tentavam subir para não morrer afogados pela água que subia rapidamente, enquanto os que estavam acima tentavam fugir do inferno que ardia no tombadilho, o caos era total.

Neste momento, a esta altura, o Bismark já estava praticamente de quilha para o ar, e muitos marinheiros já estavam se debatendo no mar e outros tentavam se agarrar no casco negro e viscoso, e vagarosamente a proa se empinou para o céu, e de popa para baixo o Bismark desapareceu no oceano. Então os navios ingleses se aproximaram para recolher os náufragos, conseguindo salvar cerca de 100 alemães que agarraram-se às cordas que foram lançadas, e içados a bordo, mas com as notícias de que os submarinos alemães se aproximavam, para não serem apanhados os ingleses foram obrigados a deixar centenas de marinheiros vagando naquele oceano revolto.

A tripulação que foi salva pela Marinha Inglesa, após ser levada para tratamento em hospitais aliados, apresentavam sinais como se estivessem sidos torturados por meses a fio, apresentando sequelas horríveis, mesmo após meses, o que levou um Observador a compará-los a zumbis que erram pelo mundo sem alma…

O que sofreram aqueles homens era muito mais simples do que um choque físico: a fé em os que educaram, em que inspiraram suas vidas, estava despedaçada, e morta a crença invencibilidade da sua raça

GALERIA ESPECIAL

O Bismarck e seus Detalhes Históricos

 Em uma reportagem de Edwin Muller objetivamos dar uma nova perspectiva sobre os acontecimentos que determinaram o afundamento do maior navio de guerra alemão já construído. Também publicamos as fotos dos detalhes históricos com informações importante do interior do Bismarck.

 O texto abaixo foi fornecido pelo pesquisador Riberto Souze Júnior – Secretário Ad-Hoc da ANVFEB-PE.

            O fim do Bismark – visto de bordo do encouraçado alemão

            Edwin Muller – “Harper’s Magazine”

 

           O encouraçado Bismark era o orgulho da marinha de guerra alemã, e as marinhas de guerra de todo o munda lançaram mão de todos os recursos para se obter o maior número de informações sobre o seu afundamento, assim é possível relatar os dramáticos acontecimentos a bordo deste fabuloso navio, em seus últimos instantes.

            No dia 22 de Maio à noite, acompanhado do Prinz Eugene zarparam da costa da Noruega rumo à passagem entre Groenlândia e a Islândia, e na madrugada do dia 24 a marinha inglesa esta à vista, o famoso cruzador Hood, seguido ao longe pelo Prince of Wales. O primeiro a brir fogo foi o Hood, que de pronto respondeu com toda a força dos seus canhões, e em seguida toda sua artilharia foi concentrada no Prince of Wales, que seriamente atingido, ficou impossibilitado de seguirna batalha, concentrada agora entre o Bismark e o Hood. Na terceira onda de ataque do Bismark, a nau inglesa começou a impelir uma grossa nuvem de fumaça que saia pela proa, tombando para a esquerda, e em pouco tempo partiu-se ao meio, afundando primeiro a proa e logo em a popa desapareceu no fundo do mar.

            A bordo do Bismark, grande foram os momentos de festa por parte da tripulação, enchendo o tombadilho, que a pouco se encontrava deserto, com as pessoas se abraçando freneticamente, entoando canções e abraçando-se uns aos outros, em festejos que duraram até o dia seguinte. Poucas foram as avarias no navio alemão, que em nenhum momento puseram em risco a sua estrutura e o número de baixas, se resumiu a alguns feridos. No decorrer do dia chegaram diversas mensagens entre elas, uma do Fueher em que agraciava o Comandante Schneider com o grau de Cavaleiro da Cruz de Ferro, enquanto os operadores da propaganda nazista comandados por Joseph Goebbels , andavam de um lado  para outro filmando aquele momento de glória de demonstração da superioridade da raça ariana.

            A tripulação do Bismark era constituída basicamente por rapazes na faixa etária de 20 anos, além de aproximadamente 500 aspirantes com menos de 20 anos representantes da Juventude Hitlerista, que todos os dias ao acordar, ouviam a exaustão:”Hoje dominamos a Alemanha – amanhã será o mundo inteiro”. Esta nau era o mais forte navio de guerra que já fora construído e poucos sabiam realmente a sua tonelagem, alguns falavam em 35 mil toneladas, enquanto outros falavam em 50 mil, e sua velocidade máxima seria de 33 nós( aproximadamente 53 km/h), que era superior a qualquer navio americano ou inglês desta época.

            Aparentemente o Bismark visto de fora era idêntico a qualquer nau, mas o diferencial era o seu projeto interno, abaixo do tombadilho, onde abaixo da linha de flutuação tinha cinco paredes de aço, que se juntavam a vários compartimentos estanques. O seu comando fora confiado ao Vice Almirante Gunther, um nazista de coração de corpo franzino, que compensava sua fraqueza física com uma truculência e violência de caráter. As instalações dos marinheiros eram pequenas, pois além dos aspirantes havia também centenas de pessoas que não tinham função específica, tornando as acomodações muito apertadas, o espaço que em outros navios era reservado para dormitórios, e refeitórios, foram transformados em proteção extra aos complicados compartimentos do casco. Parte da tripulação dormia na proa em redes, que de tão juntas, batiam uma nas outras, enquanto os Oficiais subalternos se apinhavam em camarotes com beliches para 4 pessoas, mas ninguém reclamava em prol do aumento da resistência do casco.

            Entre a tripulação, várias eram as hipóteses sobre o seu destino e  maioria pensavam em um ataque aos portos ingleses, onde o contingente excessivo seria para os barcos que fossem presos, enquanto outros afirmavam ter ouvido que o Bismark ia tomar os Açores para o Reich, e outros aventavam a possibilidade de irem juntar-se à esquadra japonesa no Pacífico, hipótese menos provável pois a tripulação não havia recebido nenhum equipamento tropical, mas ao final do combate, o objetivo da excursão se esclareceu: sua missão era destruir o navio inglês Hood!

            A festa da vitória não poderia durar para sempre e no segundo dia o Prinz Eugen retornou à Alemanha, em um dia frio e nublado, com muita chuva e granizo, trazendo um pouco de nostalgia à maioria dos homens, que tinham pouca experiência da vida em alto mar. Na manhã do dia 26 de Maio, quando o Bismark passava ao largo do sul da Groenlândia, ouviu-se o som de uma avião se aproximando, e em pouco tempo surgiu um Catalina americano então, todos ao canhões anti aéreos começaram a atirar, fazendo o avião desaparecer por entre às nuvens. Posteriormente correu a bordo o boato de uma violenta discussão entre o Almirante Luetjens e o Capitão Lindemann, que tinha sido escutada atarvés das portas fechadas, onde o Capitão tentava convencer o Almirante a retornar imediatamente à Alemanha, tendo em vista que agora os ingleses iriam concentrar toda a sua esquadra na caça ao Bismark, e que não descansariam enquanto não o afundassem. O Almirante fez a tripulação acreditar que reforços chegariam em breve, e que os levariam à novas e maravilhosas vitórias.

            No dia 27 de Maio porém, a ajuda não chegou e logo ouviu o som de um gigantesco enxame de abelhas, e uma esquadrilha de aviões da Força Aérea Inglesa se aproximou do Bismark, e uma pós o outro largaram seus torpedos e sumiam nos céus, e um destes torpedos atingiu o navio na sua linha média, erguendo uma coluna de água mais alta que o mastro central, fazendo-o estremecer da popa à proa, e um dos compartimento se arrombou enchendo de água, e para completar as notícias que chegavam por rádio era que a frota inglesa convergia toda em sua direção. O Almirante Lutjens reuniu a tripulação e em um discurso confuso, disse que o Bismark iria travar uma dura batalha em breve, e esperava que os submarinos alemães chegassem a tempo de combater as foças inglesas, e que tinha certeza eles levariam a pique antes da morte, mais uma unidade inimiga, o que deixou os marujos completamente enlouquecidos, e na tentativa de desfazer a sua gafe, fez circular entre os marinheiros um telegrama informando que além da flotilha de submarinos cerca de 200 aviões já estavam a caminho.

            Após 3 dias do combate com o Hood, o encouraçado alemão Bismark rumava para o Cabo Finisterra, na esperança de atingir a costa da França e navegar próximo à costa, quando ao cair da noite uma esquadrão de caças britânicos atacou novamente atingindo-o com torpedos três vezes, sendo que um deles atingiu o leme, fazendo com que ele navegasse em círculos trazendo desespero aos marinheiros, enquanto o Almirante chegou a prometer condecorar aquele que consertasse o  leme, a Cruz de Ferro, uma das mais altas condecorações do Exército Alemão.

            Era uma hora da manhã quando surgiu uma flotilha de destróieres ingleses surgiram e um após outro lançaram seus torpedos e outro compartimentos foram atingidos e inundados, fazendo o números de baixas aumentar, e na manhã seguinte, o tempo estava nublado e o vento frio, faziam o oceano ficar agitado, quando surgiram no horizonte os pesos pesados da Armada Inglesa, o Rodney e o George V, que abriram fogo com seus canhões de 16 polegadas de uma distância de 11 milhas, e em seguida se posicionaram à metade desta distância. Cada obus de 16 deste canhão pesa cerca de 950 quilos e viaja a cerca de 850 m/s, e ao atingir o Bismark o fazia balançar violentamente, mesmo assim aguentou bastante o forte ataque, até que uma destas peças de artilharia fez explodir a estação central de comando, destroçando qualquer capacidade de reação por parte tripulação.

            O Rodney e o King George V se aproximaram para cerca de 2 milhas, disparando contra o Bismark sem errar nenhum tiro, até que um destes partiu o mastro central, fazendo cair no tombadilho e chamas que saíam de uma chaminé, levantavam uma imensa nuvem de fumaça, além de que se podiam ver que os canhões de uma das torres estavam apontando para o céu, completamente destroçada.

            Nunca um navio de guerra tinha sido tão castigado, e pouco a pouco ele começou a tombar para a esquerda, fazendo a água entrar pelos buracos no casco, inundando os diversos conveses em sequência, avançando por entre as câmaras e  os corredores. Por todos os lados ouviam-se gritos de horror, corpos estavam por todos os lados, a tripulação não sabia mais o que fazer, fora tentar se salvar da derrota iminente. Os que estavam embaixo tentavam subir para não morrer afogados pela água que subia rapidamente, enquanto os que estavam acima tentavam fugir do inferno que ardia no tombadilho, o caos era total.

            Neste momento a esta altura o Bismark já estava praticamente de quilha para o ar, e muitos marinheiros já estavam se debatendo no mar e outros tentavam se agarrar no casco negro e viscoso, e vagarosamente a proa se empinou para o céu, e de popa para baixo o Bismark desapareceu no oceano. Então os navios ingleses se aproximaram para recolher os náufragos, conseguindo salvar cerca de 100 alemães que agarraram-se às cordas que foram lançadas, e içados a bordo, mas com as notícias de que os submarinos alemães se aproximavam, para não serem apanhados os ingleses foram obrigados a deixar centenas de marinheiros vagando naquele oceano revolto.

            A tripulação que foi salva pela Marinha Inglesa, após ser levada para tratamento em hospitais aliados, apresentavam sinais como se estivessem sidos torturados por meses a fio, apresentando sequelas horríveis, mesmo após meses, o que levou um Observador os comparou a zumbis que erram pelo mundo sem alma…

            O que sofreram aqueles homens era mais simples que um choque físico: a fé em os que educaram, em que inspiraram suas vidas, estava despedaçada, e morta a crença invencibilidade da sua raça.

Afundem o Bismarck!

História

14 de fevereiro de 1939: Batizado por Dorothea von Loewenfeld, neta de Otto von Bismarck.

15 de setembro de 1940: O Bismarck partiu de Hamburgo para o Mar Báltico para os ensaios.

17 de setembro de 1940: Chegou a Kiel.

28 de setembro de 1940: Partiu de Kiel e chegou a Gotenhafen na Polônia.

Outubro-novembro 1940: Testes de mar no Mar Báltico.

05 de dezembro de 1940: Se afasta da zona do Báltico para a montagem final.

09 de dezembro de 1940: Chega ao Estaleiro Blohm & Voss, em Hamburgo.

De janeiro-março de 1941: Montagem final, fora concluída, acrescentou armas de 8 x 4,1″. O Bismarck está pronto em 24 de janeiro, mas um navio afundado no porto atrasou sua partida e ele fica retido na Blohm & Voss, até 6 de março.

8 de março de 1941: Chega em Kiel com leva suprimentos. O navio é pintado com um padrão de camuflagem.

17 de marco de 1941: Sai de Kiel e chega em Gotenhafen (Polônia) permanecendo até abril. O Bismarck continua a realizar manobras no Mar Báltico.

05 de maio de 1941: Adolf Hitler inspeciona o Bismarck em Gotenhafen.

12 de maio de 1941: Almirante Günther Lutjens e sua equipe chegam ao Bismarck. Bismarck participa de mais dois exercícios antes da implantação.

18 maio de 1941: Bismarck faz uma manobra de seis horas com o navio Tirpitz, a única vez que os dois navios operam em conjunto.

19 maio de 1941: Bismarck e Prinz Eugen partem Gotenhafen para a Operação Rhinübung.

20 maio de 1941: Bismarck é avistado pelo cruzador sueco Gotland e seu movimento é relatado.

21 de maio de 1941: Chegou a Grimstadfjord perto de Bergen, Noruega. Embora o Bismarck tivesse sido fotografado pela RAF. A noite o Bismarck e Prinz Eugen  partem para o estreito da Dinamarca.

23 de maio de 1941: Bismarck e Prinz Eugen são avistados por HMS Norfolk e Suffolk. Bismarck  inicia o ataque com cinco salvos em Norfolk que fica em chamas, ma não houve afundamento. O choque de armas de Bismarck danificou o radar e ele teve de abandonar ficando protegido pelo Prinz Eugen. O Bismarck, em seguida, fez uma tentativa de envolver a embarcação inimiga, mas Suffolk pegou-o fazendo uma curva em seu eixo e foi capaz de atingir o Bismarck.

24 de maio de 1941: Batalha do Estreito da Dinamarca, agora com HMS Prince of Wales, HMS Hood, HMS Norfolk e Suffolk. O Hood é afundado e o Prince of Wales danificado. Bismarck está danificado e o Prince of Wales  em chamas. O Bismarck é atacado durante a noite por aviões jogando torpedos. Enquanto o navio ainda opera. Um homem do Bismarck é morto por cair de uma passarela durante o ataque com torpedoa.

25 maio de 1941: Atacado por aviões Swordfish torpedos, Bismarck e Prinz Eugen se separam. Os britânicos perdem contato com o Bismarck. No entanto no final da noite o almirante Lutjens envia uma mensagem de rádio para Berlim. A mensagem é interceptada pelos britânicos e sua posição é revelada.

26 maio de 1941: O Bismarck é localizado por um barco de Catalina e depois atacado por aeronaves Swordfish, recebendo dois disparos diretos. Uma meia-nau e uma no leme,  enquanto o Bismarck tenta uma curva, fica incapaz de manobrar e só consegue realizar movimentos em círculo. No final do dia Bismarck é atacado por destroyer Piorun G-65, mas, o ataque é chaçado com sucesso. O Bismarck é atacado novamente pelo HMS Cossack F-03, HMS Maori F-24, HMS Zulu F-18, HMS Sikh F-82 e ORP Piorun G-65. Mais uma vez o ataque é rechaçado.

27 maio de 1941: Bismarck é afundado em ação com HMS King George V, HMS Rodney, HMS Norfolk  e HMS Dorsetshire.  A tripulação de Bismarck abre as válvulas para evitar a captura. HMS Dorsetshire resgatou 86 sobreviventes, mas um morreu de seus ferimentos a bordo.  HMS Maori F-24 resgatou 25 sobreviventes.  U-74 resgatou três sobreviventes e o Sachsenwald (navio alemão) resgatou dois sobreviventes.

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