Arquivo

Archive for 24/03/2011

Segunda Guerra EM CORES – Aviões – Parte III

Este slideshow necessita de JavaScript.

Guerra trouxe indústria pesada ao Brasil

Brasil foi único país latino-americano a participar da Segunda Guerra Mundial. Cerca de 26 mil brasileiros lutaram na Itália. O apoio aos Aliados trouxe uma modernização militar, mais poder na América do Sul e industrialização ao país.

A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial foi negociada entre setembro de 1939 e agosto de 1942 com os Estados Unidos. Segundo o Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, “tratou-se do fornecimento de materiais estratégicos aos Estados Unidos e da permissão para o estacionamento de tropas norte-americanas nas bases do Nordeste; como contrapartida, o governo brasileiro reivindicava financiamento para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e o reequipamento e modernização das Forças Armadas”.

Getúlio Vargas governava desde 1930 o maior país da América do Sul, com 45 milhões de habitantes. Ideologicamente, simpatizava com as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), fato que alguns membros de seu governo confirmaram em declarações públicas. Através do autogolpe de 10 de novembro de 1937, revogou a Constituição de 1934, proibiu os partidos e instituiu a ditadura do Estado Novo.

Alemanha era principal parceiro comercial

Entre 1933 e 1938, o Brasil manteve intensas relações comerciais com a Alemanha nazista, que via no regime autoritário de Vargas um parceiro ideal. Em 1938, um quarto das importações alemãs, sobretudo matérias-primas e produtos agrícolas, vieram do Brasil, enquanto o comércio brasileiro com os EUA recuou. No mesmo ano, o Brasil importou armas da Alemanha. Daí a situação começou a mudar.

A pretexto de fortalecer o nacionalismo brasileiro, Vargas proibiu em 1938 a atividade política de estrangeiros, com o que reprimiu principalmente os 800 mil imigrantes da região Sul. Estes até então haviam sido abastecidos da Alemanha com propaganda nazista, incluindo material escolar, jornais e filmes. O partido nazista no Brasil, criado em 1931 e que contava com cerca de 5 mil filiados, foi proibido, devido à participação em agitações políticas.

Doutrina Monroe e “boa vizinhança

Após a eclosão da guerra na Europa, os EUA aumentaram a pressão, por meio da chamada “política da boa vizinhança” e ajuda financeiras, para que os países sul-americanos apoiassem os aliados. Em 1939, Washington concedeu um crédito de 70 milhões de dólares ao Brasil, mas o país inicialmente se manteve neutro.

Com a invasão da França pela Alemanha e o alastramento da guerra para o Norte da África em 1940, os EUA acordaram de vez. Além disso, Vargas assustou os Aliados em junho de 1940 com um discurso de elogio ao Eixo. “Com esta manobra, ele aproximou-se mais uma vez do III Reich para aumentar o preço de sua aliança e, com isso, elevar a ajuda esperada dos EUA”, escreve a historiadora Ursula Prutsch, do Instituto de História da Universidade de Viena.

Ajuda militar

Entre julho e dezembro de 1941, os EUA aumentaram suas ofertas militares, técnicas e financeiras. Dentro do espírito da Doutrina Monroe e da “solidariedade continental”, em fevereiro de 1941, Vargas prometeu seu apoio aos americanos, caso estes fossem atacados por um país não-americano. No mesmo ano, os EUA iniciaram o financiamento da construção da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, principal símbolo da industrialização brasileira.

Além disso, segundo o CPDOC, em 1942 o governo norte-americano prometeu fornecer armas e munições ao Brasil no valor de US$ 200 milhões (há autores que falam em até US$ 1 bilhão). Em contrapartida, os brasileiros deveriam vender toda a produção de materiais estratégicos – bauxita, berilo, cromita, ferro-níquel, diamantes industriais, minério de manganês, mica, cristais de quartzo, borracha, titânio e zircônio etc – para o “grande irmão” do Norte. Os EUA instalaram suas bases militares no Nordeste e, no ano seguinte, concederam uma moratória da dívida externa brasileira.

O Brasil na guerra

Isso permitiu ao governo brasileiro aumentar os gastos militares, que chegaram a representar 36,5% do orçamento federal em 1942. “Com a bênção financeira e técnica dos EUA, o Brasil pôde consolidar sua hegemonia na América Latina, sobretudo em relação à Argentina. O Brasil obteve três quartos dos investimentos militares norte-americanos na região latino-americana durante os anos de guerra”, afirma Prutsch.

Depois que submarinos alemães afundaram cerca de 20 navios mercantes brasileiros em fevereiro e agosto de 1942, o Brasil declarou guerra à Alemanha e Itália em 28 de agosto. A partir de 30 de junho de 1944, cerca de 26 mil pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) foram treinados e equipados pelos EUA, incorporados ao 5º Exército norte-americano e enviados ao front na Itália. Um grupo de caça da Força Aérea Brasileira realizou 2250 operações militares. No total, 1889 brasileiros morreram na guerra, 75% deles em ataques de submarinos (cerca de 650 no front).

Para a população brasileira, o cotidiano da guerra teve duas faces: por um lado, a propaganda de guerra restringiu direitos individuais e reprimiu diferenças étnicas; por outro, a infra-estrutura, sobretudo o sistema de transportes, chegou à beira do colapso devido à escassez de petróleo. Em algumas regiões, houve também escassez de determinados alimentos, produtos industriais e gasolina, o que fez os preços dispararem. Não foi surpresa, portanto, que com o fim da guerra tenha chegado também o fim da ditadura do Estado Novo.

 

por Geraldo Hoffmann – dw-world

Calendário Histórico – 24/03

Segunda Guerra Mundial  24/03/1941 –     Rommel expulsa os britânicos de El Agheila

Segunda Guerra Mundial  24/03/1945 – Forças Americanas cruzam o Reno

 

Segunda Guerra Mundial  24/03/1942 – Os japoneses iniciam o bombardeios a Bataan e Corregidor

Segunda Guerra Mundial  24/03/1943 – tropas japonesas cruzam o rio Mayu, forçando uma retirada britânica

Segunda Guerra Mundial  24/03/1944 – um contra-ataque japonês a Bougainville é rechaçado. O líder dos Chindit (Infantaria Indiana), Major General Orde Wingate, morre em uma desastra aéreo

 

Os Chindits, Operação Longcloth

Os Chindits, Operação Longcloth

 

Major General Orde Charles Wingate

Major General Orde Charles Wingate

Segunda Guerra Mundial  24/03/1945 – A 17ª Divisão indiana captura a cidade birmanesa de Taungth, enquanto a 2ª Divisão britânica cruza o Irrawaddy em Ngazum.

______________________________________________________________________________________________________________________

Mundo 24/03/1955  – Turquia inicia a construção de sua primeira usina hidrelétrica.

Mundo 24/03/1956  – Berlim planeja a construção de uma usina termonuclear e uma fábrica de aviões a jato.

Mundo 24/03/1971 –  Sul-vietnamitas deixam o Laos, após 44 dias de combates e em face da violenta reação norte-vietnamita.

_______________________________________________________________________________________________________________________

1999: Otan ataca a Iugoslávia

Na noite de 24 de março de 1999, um míssil teleguiado da Otan atingiu Belgrado, iniciando uma nova guerra nos Bálcãs, a quarta em dez anos de governo de Slobodan Milosevic.

A explosão de um míssil teleguiado da Otan em Belgrado, em 24 de março de 1999, marcou a eclosão de uma nova guerra nos Bálcãs – a quarta em dez anos de governo de Slobodan Milosevic, mas a primeira que os sérvios sentiriam na pele.

Foi também o primeiro conflito iniciado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em toda a sua história. Os ataques ocorreram em nome de uma intervenção humanitária, sem mandato das Nações Unidas (transgredindo o direito internacional), com a participação alemã.

A TV estatal sérvia falou de um “ato de agressão” da Otan e só noticiou o bombardeio a instalações militares com uma hora de atraso. Gerhard Schröder, chanceler federal alemão na época, defendeu os ataques aéreos como último recurso. Fracassadas as negociações de paz de Rambouillet (França), as tentativas de intermediação do diplomata Richard Holbrooke (EUA) e diante da escalada da violência sérvia contra os kosovares sob o manto da “limpeza étnica”, o então secretário-geral da Otan, Javier Solana, ordenou os ataques, no dia 23 de março, em Bruxelas.

À espera de um claro sinal de Milosevic

Num pronunciamento em rede nacional de televisão, na noite de 24 de março, Schröder disse que “a violência foi a última alternativa”. Ele ressaltou a determinação da Otan em cessar o genocídio em Kosovo e exigiu a rendição de Belgrado. “O fim imediato dos ataques depende unicamente de um sinal claro de Milosevic”, acrescentou o então ministro alemão da Defesa, Rudolf Scharping.

Os objetivos expressos da aliança militar ocidental eram conter a catástrofe humanitária em Kosovo e derrubar Milosevic, o que causou protestos do presidente russo Boris Ieltsin. O que aconteceu de 24 de março até o fim da guerra, a 9 de junho de 1999, permaneceu tão obscuro quanto a Guerra do Golfo, oito anos antes.

Jornalistas ocidentais e representantes de organizações internacionais foram expulsos do país. Meios de comunicação críticos, como a rádio B-52 de Belgrado, foram proibidos. Durante os bombardeios, a Sérvia e o Kosovo afundaram num poço de desinformação.

A Otan não conseguiu impedir nem conter a catástrofe humanitária. Pelo contrário, provocou gigantescos campos de refugiados. Centenas de milhares de kosovares de etnia albanesa que escaparam dos massacres sérvios fugiram para a Macedônia, Albânia e Montenegro, países sem condições de recebê-los.

Estacionamento da força de paz

Após 79 dias de conflitos e 37 mil ataques de aviões de caça, a 3 de junho de 1999, o presidente da Finlândia, Martti Ahtisaari, convenceu Milosevic a retirar as tropas sérvias e permitir o estacionamento de uma força internacional de paz em Kosovo.

O Acordo de Kumanovo significou o fim dos bombardeios e a capitulação de Milosevic. Se ele tivesse assinado o tratado de paz de Rambouillet, teria preservado a integridade territorial e 2500 soldados sérvios teriam permanecido em Kosovo. Assim, eles tiveram de dar lugar a 28 mil soldados da força de paz.

Segundo estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, a guerra em Kosovo causou a expulsão de 1,5 milhão de albaneses-kosovares e 150 mil ciganos. Calcula-se que 10 mil albaneses e sete mil sérvios tenham morrido no conflito. Metade das casas em Kosovo foi destruída. Cem mil dos 180 mil albaneses-kosovares fugiram da região.

 

 

%d blogueiros gostam disto: