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Crônica de um Pernambucano


Povo pernambucano de memória curta…Quando tempo mais nós temos que suportar a mediocridade histórica e a falta de reconhecimento de teus heróis? Quantos de nós pernambucanos conhecemos a História do Nosso Brasil? É verdade que importamos a cultura das grandes potências e deixamos ao relento aquelas homens que forjaram nossa sociedade; é verdade que enaltecemos heróis estrangeiros ao ponto de ridicularizarmos aqueles que derramaram sangue pelo país que chamamos de nosso. Afinal de contas, quem é Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo em comparação ao Magnífico Stálin? Quantos brasileiros, nordestinos, pernambucanos idolatram o ditador georgiano e ignoram completamente o sangue derramado pela causa desse…Frei Caneca? Quantos mais outros ídolos teremos que importar?

Pernambuco da Revolução de 1817, Pernambuco da Confederação do Equador, Pernambuco da FEB e Pernambuco de povo guerreiro, a qual declara em seu Hino “Pernambuco Imortal”, mas a sua História é tratada como efêmera e sem graça em relação as Grandes Nações do Mundo Civilizado. Como assim? Diria Gilberto Freyre se ainda vivo! Como nossa geração poderia explicar a tantos que morreram e deram seu sangue por sua terra, na esperança que nós (as futuras gerações do passado), tivéssemos um mundo melhor?

…Povo Pernambucano!

Quantos jovens choram e entram em êxtase quando se referem a ídolos enlatados em programas chamados de “reality show”, que nem mesmo o título foi possível constituir em nossa língua-mãe, e ignoram o fato de centenas de brasileiros terem deixando sua juventude e sua vida nos campos de batalha da Itália, dentre esses brasileiros doze pernambucanos pereceram, e tantos outros ainda vivos, observam a ignorância dos seus conterrâneos. Eles lutaram por nós! Esses que hoje, sendo velhos, ainda são testemunhas da ingratidão de um povo de memória curta.

Isso me assombra…Por ser Pernambucano!

Homenagem aos Pernambucanos Mortos no Teatro de Operações do Mediterrâneo entre os anos de 1944 e 1945:

Manoel Barbosa da Silva

Severino Barbosa de Farias

Epitácio de Souza Lucena

Eutrópio Wilhelm de Freitas

Gonçalo de Paiva Gomes

Hermínio Antônio da Silva

Honório Corrêa de Oliveira Filho

José de Souza

José Graciliano Carneiro da Silva

Otávio Sinésio Aragão

Walmir Ernesto Holder

Joaquim Xavier de Lira

José Gomes de Barros

 Heróis e pernambucanos que deixaram sua vida em uma terra distante, honrando seus antepassados que lutaram e também deram sua vida em holocausto para as futuras gerações. Nós!

Chico Miranda.

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  1. washington jadum de campos
    31/08/2011 às 8:51 AM

    Tem razão Miranda, nós não valorizamos nossos herois, parabens pelo texto.

  2. Moriarty
    01/09/2011 às 3:33 AM

    Enquanto nosso pais for desprovido de um aparato propagandístico ideológico, que a exemplo dos países anglo-saxões enaltecem tudo aquilo que fizeram e também tudo aquilo que nem estiveram perto de fazer, com seu passado de absurdos gloriosos,nos sequer saberemos sobre nossos heróis, muito menos lhes reverenciar-mos a memória esquecida.

    – De minha parte emocionado quero fazer profunda reverencia e lhes dizer que acredito que no futuro desse pais mais altivo e orgulhoso, seus feitos seram lembrados e reverenciados com orgulho nas nossas escolas, por crianças e jovens igualmente orgulhosos daqueles que se sacrificaram para que tivéssemos um passado digno do qual lembrar.

  3. 28/09/2011 às 3:12 PM

    Prezado Chico
    Fui ontem a sede da ANVFEB, aqui no RJ e conheci seu presidente e o Major Andre que está lançando uma resenha sobre a segunda guerra e também um trabalho de mestrado de um major do exercito sobre as consequências da desmobilização da FEB. Se vc tiver interesse posso te passar!
    Um forte abraço

    André Dias

  4. Francisco Bendl
    04/10/2011 às 8:21 PM

    Caro Chico, o teu chamado á atenção do povo pernambucano deveria se estender para todos os brasileiros!
    Estamos vivendo momentos de grande importância e transição, sem que a maioria se dê conta disto, e não são bons para o país, posso te afirmar!
    A corrupção desmedida, políticos ignóbeis e de todos os partidos, educação um verdadeiro caos, saúde pública em coma e segurança inexistente, elaboram um quadro nada alvissareiro para o Brasil, a não ser para os aproveitadores e falsos messias de plantão.
    Concordo em apelar para as grandes figuras da nossa história, lembrar ao povo o que fizeram para o desenvolvimento e glória desta nação.
    Mas urge que tomemos medidas mais drásticas, mais contundentes, de modo que não fique apenas no falar e propagar feitos do passado, mas também para nos inspirarmos naqueles comportamentos heróicos e começarmos uma jornada em busca do decente, do honesto, do transparente.
    Desenfrearmos uma guerra contra os verdadeiros traidores desta pátria, dos que a ofendem, dos que a usurpam, dos que a agridem e, nessas atitudes deploráveis, arrastam consigo boa parcela de um povo simples, trabalhador, honesto, mas que se deixa levar por falsas promessas, pois é incauto, não tem a formação que precisaria ter, não tem estudos suficiente para discernir o correto do logro, da mentira e desfaçatez!
    Precisamos verificar a fundo as razões pelas quais querem que o país se desfaça da família, que sua população seja inimiga dela mesma, que o fanatismo não esteja dando lugar à sensatez.
    Neste aspecto, meu ex-colega de PE, conta comigo.

  5. paulo paiva
    10/03/2012 às 5:00 PM

    Caro Chico

    Todos os anos, no dia 3 de maio (dia em que a guerra terminou na Itália), há cerimônia no Monumento Brasileiro em Pistóia, e em Massarosa, lembrando a FEB. Há vinte e cinco anos que nenhum presidente do Brasil deposita uma flor sequer nem em Pistóia, nem no Monumento aos Mortos do Rio de Janeiro. Quando vão ao exterior, entretanto, prestam homenagens aos “mártires” de Cuba, Venezuela e outros. Nas escolas, professores de história esquerdistas dizem que “o Brasil não lutou nada. Os alemães já estavam perdidos. Os brasileiros que morreram, a maioria foi em acidentes de jeep, por estarem embriagados”. Este é o legado que nossa juventude recebe, obra do viés ideológico vigente.
    Um abraço

  6. Átila Gomes dos Santos jr
    08/06/2012 às 3:51 PM

    OLÁ CHICO !!!
    E AÍ,CONSEGUIU ALGO SOBRE MEU TIO-AVÔ ??? NO AGUARDO. OBRIGADO.ABRAÇO !!!

    • 19/06/2012 às 11:58 AM

      Átila,

      Você tem que passar mais informaçoes sobre seu tio-avó. Regimento, nome de guerra, cidade natal para que possa buscar mais dados. abrçoas

  7. Francisco Bonato Pereira
    11/06/2012 às 6:03 PM

    Caro Francisco Miranda:

    Ao me deparar com o seu blog, com a referencia ao Cabo Honorio Correa de Oliveira Filho, resolvi encaminhar informações sobre este herói quase anonimo, integrante do Pelotão de Minas, do 11o. Regimento de Infantaria, abaixo anotadas.

    Francisco Bonato Pereira
    081 99775203 – fbonato52@hotmail.com

    Honorío Correia de Oliveira Filho
    Um herói anônimo para muitos pernambucanos e até para os alunos do Colégio Americano Batista, o cabo do pelotão de minas do 1º Regimento da FEB, o Cabo Honório Correia de Oliveira Filho, número de identificação 1G-298025, estava em patrulha quando morreu em ação, nos montes italianos.
    A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ocorreu na fase do conflito. A princípio, não estava claro se o Brasil iria se juntar aos Aliados na Segunda Guerra Mundial porque, inicialmente neutro colaborando o minimo com os Aliados e tamebem as potencias do Eixo Roma-Berlin, após o ataque a Pearl Harbor pelos japoneses, os EUA entrou na guerra e o Brasil, economicamente dependente deste, por meio do acordo assinado no Panamá, ativamente na 2a. Guerra. O presidente Getulio Vargas, a fim de nivelar-nos diante das outras forças combatentes criou a FEB. As armas e as táticas americanas foram implementadas e falhas no pessoal foram cobertas. Constituída em agosto de 1943, tinha por emblema uma cobra fumando, sendo designado seu comandante o general João Batista Mascarenhas de Morais. A FEB foi integrada ao 4º Corpo do Exército Americano, comandado pelo general Willis Crittemberg, vinculado ao V Exército Americano comandado pelo general Mark Clark, sendo o distintivo do V Exército Americano inserido na farda da FEB.
    O jovem Cabo do Exercito, integrante do Pelotão de Minas do 1º Regimento da FEB – Força Expedicionária Brasileira – morreu em 5 de janeiro de 1945. Aluno do Colégio Americano Batista (CAB), residia com a familia na Avenida Caxangá, nº 1.578, Cordeiro, RECIFE (PE), onde eu pai tinha uma pequena loja de fabricação artesanal e de conserto de calçados.
    Noticiada sua morte, os colegas do CAB se reuniram no pátio do Colégio e marcharam, em pelotões, liderados pelos companheiros do Tiro de Guerra 333 (onde os alunos do CAB e Ginásio Pernambucano faziam serviço militar), desde a Rua Dom Bosco até a sua residência – num trecho de mais de três quilometros, em homenagem ao ex-colega falecido no cumprimento do dever (LEITE, Ronildo Maia. AS FORNALHAS DE MARÇO, Edições Bagaço, Recife, 2002, p. 169-170).
    O Município do Recife homenageou o seu filho, herói de Pernambuco e da Pátria, dando o seu nome a Rua Cabo Honório, uma transversal da Estrada Velha de Água Fria, na Tamarineira.
    O seu pai – Honório Correia de Oliveira – foi homeageado, quando de sua morte, com o nome na Rua Honório Correa, transversal da Avenida General San Martin, situada defronte do Hospital Getúlio Vargas.

    • 19/06/2012 às 11:51 AM

      Caros Bonato,

      Muito obrigado pela informação. Com certeza é algo que deve permear a memória de nosso povo, mas infelizmente deixamos para trás os sacrifícios de outras gerações.

  8. LOURINALDO FERNANDES
    20/10/2012 às 12:47 PM

    olá moro na rua cabo eutropio e não temos muitas informações deste herói de gerra gostaria muito de informações sobre a vida e se há familiares vivos obg

  9. Filipe Silvério
    23/06/2013 às 9:10 PM

    Grande amigo Francisco! A manhã desse domingo foi incrível!!! Acordei e sem pretensão alguma comecei a procurar sobre medalhas da FEB na internet e acabei chegando ao seu site. Meu avô Cb Geraldo Alves serviu na guerra, e faleceu quando eu tinha 15 anos em 1997.
    Na juventude ele morava no Cordeiro, próximo a “Rua da Lama” e do Hosp. Getúlio Vargas. Dentre as histórias que conversamos sobre a guerra ele me dizia que ele e mais 2 amigos do bairro se alistaram e foram à Itália como praças. Sendo que 1 desses amigos não voltou, e ele sempre falava e se emocionava ao lembrar do seu amigo Cabo Honório que morreu na guerra. Meu avô foi para o 14º Bat. Cavalaria Motorizada( ele chamava de batalhão de carro de combate) dirigir tanques (provavelmente o M8), se não me engano ele foi pra Montese inclusive. E o que meu avô falava era que o Honório fazia parte do Reconhecimento de minas terrestres e que faleceu num desses reconhecimentos. Nunca imaginei que fosse encontrar algo sobre ele.
    Até hoje… pois achei no seu site uma referência a esse HERÓI. Devido a ser um nome incomum acabei decorando e na verdade, sempre achei que isso fosse história de guerra do meu avô, mas quando vi que havia um Cb Honório Recifense e que morava na Caxangá justamente bem próximo a rua que meu avô morou, me emocionei. Depois de anos achei algo que falasse do Cb Honório e que confirmasse os relatos do meu avô.
    Fico por aqui dando meus PARABÉNS pelo seu site e sua pesquisa. Meu email é filipehc@yahoo.com.br.

    • 25/06/2013 às 8:04 AM

      Caro Filipe,

      Algumas vezes as pessoas me perguntam porque não coloco propaganda no meu BLOG ou faço algum tipo de renda. Bem, o maior pagamento que recebo são história como a sua. Testemunhos como o seu fazem esse meu trabalho valer a pena. Fico particularmente realizado em saber que a memória de pessoas como a do seu avô, Cabo Geraldo, podem permanecer vivos e esse registro pode ser visto por outras gerações. Em breve estarei lançando um livro aqui em Recife que fala um pouco da vida de alguns desses homens e a história do Cabo Honório é uma delas.

      Do mais estou à disposição na sede da Associação Nacional dos Veteranos da FEB – Regional Pernambuco

      Abraços cordiais

  10. Leonor Maria de Miranda Nascimento
    02/10/2013 às 4:42 AM

    Prezado Francisco Miranda,

    Pesquisando sobre fotos antigas do Recife cheguei ao seu blog. Fiquei imensamente feliz, por ver que, aqui em Recife alguém ainda fala sobre os veterano da FEB. Você é de onde, pois temos o mesmo sobrenome?

    Meu saudoso Pai, combatente e mutilado no teatro de guerra de Castelnuovo na Itália, só teve uma vida mais tranquila por ter sido reformado pelo exército; sem qualquer regalia, benesse ou promoções. Nunca teve ilusões quanto à reconhecimento oficial.

    Posteriormente, pessoas que apenas convocadas, ficaram no País, ganharam o direito a mesma remuneração e benefícios que um febiano. É injusto e desleal!!

    Realmente, nossas autoridades não tem interesse em considerá-los como heróis… Em reconhecer sua bravura e dedicação na luta pela democracia em além mar. No Brasil, herói e guerreiro são atribuições de jogador de futebol ou participante do BBB. É injusto e revoltante!!!

    Parabéns e sucesso!
    Abs, Leonor Nascimento.

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