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Guerras Mundiais no HISTORY & João Barone e Convidados!
O dia 31 de julho será um excelente dia para os entusiastas, pesquisadores e estudiosos da Segunda Guerra Mundial. Na verdade, para ser mais amplo, a jornada da Segunda Guerra Mundial, será nos dias 28, 29 e 30 de julho, com a série Guerras Mundiais, exibida pelo HISTORY CHANNEL, indicada a 03 Emmy.
Minissérie em 6 episódios, que traz a história de uma geração de homens que lutaram como soldados nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, e que se tornaram líderes na Segunda Guerra Mundial. Hitler, Churchill, De Gaulle, MacArthur, Patton, Stalin e Mussolini hoje são conhecidas lendas globais, e fizeram parte das duas guerras sangrentas que abalaram a humanidade por 30 anos. Desde as primeiras batalhas, eles souberam o quanto lhes custaria subir ao poder, lutando por suas vidas na linha de frente. As lições que aprenderam ali os moldou, e os revelou quando o combate irrompeu de novo. Alguns se tornaram heróis, forjados pela coragem debaixo de fogo; outros, despontaram como os vilões mais infames que o mundo já viu. Reconstituir as guerras mundiais dessa forma, é contá-la através desses homens em uma abordagem única e inédita: a Primeira Guerra os mudou e na Segunda Guerra, eles mudaram o mundo.
No dia 31, a partir das 21h00, será transmitido ONLINE pelo Hangout um vídeo Chat com João Barone e os convidados Marcelo Madureira, Arthur Dapieve e Chico Miranda. Falaremos sobre a Segunda Guerra Mundial, abordando, inclusive a participação brasileira.
Para participar é só Clica neste LINK: https://plus.google.com/u/0/events/c3u0jqefnibrf8h2keekcgdqcs4
Confirme sua presença e mande sua pergunta! PARTICIPEM!
MAIS INFORMAÇÕES: http://seuhistory.com/programas/guerras-mundiais
A Maior Catástrofe Militar Portuguesa Depois de Alcácer-Quibir
Portugal entrou no conflito a partir de 1914 já na linha africana, com o objetivo de defender suas colônias. Mas apenas em 09 de março de 1916, Portugal declara guerra à Alemanha e forma, no ano seguinte, o Corpo Expedicionária Português (CEP). Em 1918, as tropas portuguesas foram deslocadas para defender a região de Flandres na Bélgica. A Alemanha preparava uma ofensiva desesperada para retomar a região dos Calais na França.
As tropas portuguesas estavam exaustas. Deveriam ser rendidas por tropas inglesas, mas por falta de barcos, o CEP ficou estacionado, defendendo a linha. Porém, muitos oficiais abastados conseguiram retornar para Lisboa e outros conseguiram favores para abandonarem suas tropas. Em todo momento o General Gomes da Costa, comandante do CEP, informava o governo de Lisboa sobre as condições das tropas. Casos de insubordinação, suicídio e deserções eram cada vez mais frequentes.
Em 09 de abril de 1918, o General Erich Ludendorff eclodiu a ofensiva “Georgette”. Em algumas horas de combate 7,5 mil soldados portugueses estavam feridos, mortos ou desaparecidos em combate. Infelizmente, a ofensiva ocorreu quando o exército português recebeu ordens para se deslocarem à retaguarda, sendo substituídas por tropas britânicas. O caos e o desespero dos portugueses eram generalizados.
Dentre os muitos casos de heroísmo em situações de guerra que ocorreram no decurso das Batalhas, um soldado português chama a atenção: Aníbal Milhais. Enquanto os soldados recuavam, o soldado Milhais ficou entrincheirado e defendeu sua posição contra o avanço da Wehrmacht. Depois passou à frente e, durante toda a Batalha, esteve lutando de trincheira em trincheira. Ao final, conseguiu retornar as linhas aliadas e foi condecorado com a Ordem da Torre e da Espada, maior condecoração de Portugal. Ficou conhecido como soldado Milhão.
Mais sobre sobre o soldado Milhões:
Especial 100 Anos da Grande Guerra – A Sangrenta Batalha de Verdun!
A história do homem foi moldada a partir dos seus conflitos, infelizmente, claro. O estudo da História Militar proporciona uma perspectiva interessante do passado do homem, permitindo enxergarmos com nitidez os cenários onde política e diplomacia fracassam. Todos esses fatores são recorrentes na História da Humanidade. Até hoje o homem não aprendeu a lidar diretamente com os seus próprios anseios e demandas conflitantes entre os povos e, vez por outra, os exércitos se mobilizam para resolver no “braço” o que os líderes não conseguiram nas negociações. Não chegamos a este estágio evolutivo. O século passado deixa esses argumentos explícitos. Em termos de conflitos generalizados e de grandes proporções. Duas guerras que transformaram o mundo, politicamente e geograficamente, marcaram a História da Humanidade para sempre. A Grande Guerra e a Segunda Guerra Mundial serão sempre lembradas pelos seus resultados devastadores e incalculáveis.
Aproveitemos então uma data significativa para lembrarmos dos fracassos diplomáticos e políticos que tornaram possível o primeiro grande conflito bélico generalizado do mundo, A Grande Guerra. É necessária uma profunda reflexão sobre a motivação e as consequências de um evento apocalíptico, para que os responsáveis por fomentar as disputas entre os povos entendam que todos perdem quando o mundo é jogado para os campos de batalha. Todos!
Por isso, nos desdobraremos para expor a construção do cenário que proporcionou a Grande Guerra, suas principais batalhas e uma exposição analítica histórica de todo o evento que infligiu a humanidade de 1914 a 1918, e ceifou a vida de 19 milhões de pessoas. O Conflito abriu caminho para um novo mundo, muito longe do que se esperava, mas um mundo diferente.
A Carnificina!
Para iniciar a exposição abordaremos uma das batalhas mais questionáveis de todos os tempos da guerra, a Batalha de Verdun. Esta batalha se tornou celebre pela sua duração, de 21 de fevereiro a 18 de dezembro de 1916, e pela quantidade de baixas, estimadas contemporânea indicam em 976 mil. Isso quer dizer que em média teria ocorrido 70 mil baixas por mês na região de Verdun-sur-Meuse.
Objetivo Militar!
É necessário, para que haja uma ofensiva em uma guerra, que os objetivos militares possam ser claros, definidos e valiosos; seja valioso do ponto de vista estratégico ou até mesmo político. O planejamento de uma ofensiva militar levam em consideração os custos das possíveis perdas de homens e material em contraposição aos benefícios desses objetivos alcançados. Por exemplo, os Estados Unidos utilizaram o argumento de que uma invasão a ilha principal do Japão durante a Segunda Guerra Mundial teria uma estimava em 200 mil baixas do lado americano, por isso optaram pela utilização da Bomba Atômica sobre as cidades japonesas. Prerrogativas válidas ou não, deixa claro que todos os objetivos militares devem ser pesados e repensados, para que os resultados alcançados cubram os riscos da investida.
É exatamente neste ponto em que a Batalha ocorrida nos arredores da cidade francesa de Verdun passa a ser uma batalha com poucos argumentos que sustentem as perdas em vida e material ao longo de quase todo o ano de 1916.
O então Erich von Falkenhayn, Chefe do Exército Alemão, após fracassos nas ofensivas em setembro de 1914, com o bloqueio do progresso em território francês na Primeira Batalha de Marne, além dos fracassos e elevados números de baixas de Artois e Champagne, tomou uma decisão, realizar uma ofensiva para, em tese, destruir o Exército francês. Falkenhayn acreditava que um conflito direto com as forças francesas possibilitaria um ponto de ruptura nas linhas de defesa e, consequentemente, uma vitória política e moral sobre a Inglaterra, que lutava ferozmente na Europa Continental. Para tanto, era necessário ter a certeza de que os alemães enfrentariam apenas exércitos franceses. E a única linha possível estava sobre a região de Verdun, com fortificações pouco. Verdun, historicamente, reunia um conjunto de fortificações para deter um possível avanço inimigo no norte da França, muito embora em 1916 estas instalações estivessem obsoletas e desguarnecidas. Acreditava-se ainda que o comando francês reforçasse a região e, assim, os alemães teriam condições de aniquilar as forças inimigas.
“A situação em França atingiu um ponto de ruptura. Um ataque em massa — que em qualquer dos casos está fora do nosso alcance — é desnecessário. Ao nosso alcance está a nossa capacidade de retenção de todos os homens que o Estado-maior francês enviar contra nós. Se eles o fizerem, as forças de França vão sangrar até à morte “.
Memórias de Falkenhayn
Relato de Verdun
A guerra de trincheiras, França e Flandres, 1914-18 – Charles Messenger – Renes
O 5º Exército do Kronprinz (Príncipe Herdeiro) Wilhelm, que estava defronte ao setor de Verdun há alguns meses, foi escolhido para realizar o ataque. O príncipe já examinara o problema de Verdun há algum tempo e, com seu chefe de Estado-Maior, von Knobelsdorf, achava que qualquer operação contra a fortaleza teria que ser em frente ampla e abrangendo as duas margens do Mosa. Como escreveu ele mais tarde: “insistimos que Verdun era a pedra angular da frente ocidental e, portanto, nada menos que um ataque de frente ampla poderia prevalecer contra as forças que o inimigo por certo usaria em sua defesa”. Falkenhayn não estava interessado em capturar Verdun, isto não se encaixaria de modo algum nos seus planos para uma batalha de atrito e, além disso, ele achava que não dispunha de divisões suficientes para operar numa frente ampla. Portanto, ele insistiu que o 5º Exército deveria desfechar seu ataque somente da margem oeste do Mosa. Tendo eliminado o sul e o oeste de suas cogitações devido à inadequação do terreno, o Príncipe Herdeiro decidiu-se por um ataque pelo norte e nordeste. Para fazer isso ele tinha 12 divisões estacionadas numa frente de 13 Km, extensão muito maior que a utilizada pelos aliados em 1915, com mais três divisões na reserva. Seriam empregadas nada menos que 1.400 peças de artilharia, a começar por obuseiros de sítio. Wilhelm simplesmente planejava abrir um rombo nas defesas de Verdun, por onde seria lançada sua infantaria. Isto seria feito de acordo com o princípio dos objetivos limitados, mas, ao mesmo tempo, seus comandantes subordinados estavam ligeiramente confusos diante da ordem que mandava manter pressão constante sobre a defesa inimiga uma vez iniciado o ataque. Este plano foi aprovado por Falkenhayn a 6 de janeiro, embora o conceito de Wilhelm não se encaixasse no seu desejo secreto de uma batalha prolongada. Para este fim, assegurou-se de que as reservas, com as quais Wilhelm contava dispor no primeiro dia de luta, teriam sua chegada atrasada.
No outro lado da linha a situação não estava tão calma quanto os alemães pudessem ter imaginado. Em essência, Verdun consistia de duas linhas de fortes rodeando-a numa perfeita circunferência de 48 quilômetros. Os bombardeios ali efetuados pela artilharia de sítio alemã durante 1915, ao contrário do que acontecera em Liège no começo da guerra, causaram poucos danos. Verdun podia ser mesmo considerada uma cidade inexpugnável. Infelizmente, seus “dentes”, na forma de canhões e homens, haviam sido totalmente retirados para ajudar a ofensiva de outono de Joffre.
A defesa de Verdun, sob a responsabilidade do XXX Corpo, de Chrétien, consistia, sobretudo de soldados territoriais de segunda linha. Mais tarde, Pétain assim descreveu a situação: “Os fortes erguiam-se silenciosos, como se estivessem abandonados. Entre eles e mais além só havia ruínas: trincheiras em grande parte destruídas; alambrados cortados, com seus emaranhados inextricáveis cobrindo os bosques da Côte-de-Meuse e a lamacenta planície de Weovre; estradas e trilhas transformadas em atoleiros; equipamento espalhado; madeira apodrecendo, e, tudo que era metal, enferrujando na chuva”.
Um homem, porém, estava perturbado diante da situação. Era Émile Driant, tenente-coronel, comandante de um batalhão de caçadores e deputado, que advertiu seus colegas da Comissão do Exército da Câmara dos Deputados já a 1º de dezembro, e esta advertência chegou aos ouvidos de Joffre, que a ignorou, considerando-a uma tolice. Os que estavam em Verdun começaram a perceber os sinais característicos de preparativos para um ataque em janeiro, mas o Alto Comando francês pouca atenção lhes deu, exceto enviar mais duas divisões àquela cidade em fevereiro e colocar dois corpos, de apoio, à distância. Ele havia sido iludido por uma série de ataques diversivos alemães ao longo de toda a frente francesa entre 9 de janeiro e 21 de fevereiro, recebendo, em consequência, uma chuva de pedidos de reforços de toda parte.
Os ataques haviam sido programados anteriormente para 11 de fevereiro, mas o mau tempo obrigara o Kronprinz a adiá-lo e, ao amanhecer de 21, o bombardeio finalmente começou. Ao contrário dos Aliados, os alemães eram favoráveis a bombardeios bem curtos. Durante as cinco primeiras horas de fogo, começando pelos desvios ferroviários da própria Verdun até as trincheiras de linha de frente, tudo foi sistematicamente bombardeado. Usou-se boa proporção de granadas de gás contra as posições de artilharia francesas, a fim de impedir o contra-bombardeio. O bombardeio então parou e, quando os defensores se ergueram das ruínas a fim de se prepararem para atacar, os alemães, com seu sistema muito amplo de observação, que incluía aviões e balões, puderam notar que as posições ainda estavam defendidas. Então, prosseguiram no bombardeio por mais quatro horas, desta vez usando morteiros contra aquelas partes da linha onde se notou a presença dos franceses. Quando cessou o bombardeio, às 16 horas, em vez de desfechar um ataque em massa, os alemães sondaram, cautelosos, a frente com patrulhas de combate, mas somente à direita é que houve algum progresso digno de nota.
Dessa vez o princípio do ataque ombro a ombro teria funcionado. O bombardeio conseguira o efeito desejado. A defesa estava aturdida, sua artilharia estava desorganizada e as frágeis comunicações com a retaguarda, cortadas. Os alemães não teriam tido muitas dificuldades em penetrar as linhas de defesa e chegar até Verdun propriamente dita. Surpreso com a facilidade com que as sondas haviam penetrado as linhas francesas, o Kronprinz Wilhelm ordenou um ataque geral para o dia seguinte, com a cobertura de um bombardeio preparatório. Os franceses, apesar de tudo, conseguiram fazer contra-ataques locais (num dos quais morreu o Tenente-Coronel Driant) antes que os alemães começassem a agir; embora sem êxito, devido à sua desorganização, como resultado das manobras inimigas da véspera. Os alemães continuaram a mover-se com cautela, ainda sem acreditar que tudo aquilo pudesse ser tão fácil. Eles empregaram lança-chamas (seis companhias haviam sido confiadas a Wilhelm) com bons resultados contra pontos-fortes, até que os franceses descobriram como enfrentá-los, alvejando o sapador que transportava o volumoso equipamento, antes de chegar à distância de disparo.
O 25 de fevereiro talvez tenha sido o dia mais trágico para os franceses. Uma pequena patrulha de dez homens do 24º Regimento do Brandenburgo capturou o forte de Douaumont, a pedra angular das defesas francesas. No mesmo dia, Pétain foi nomeado comandante da defesa e logo pôs ordem ao caos. Os fortes foram rearmados; os setores, adequadamente organizados; novas linhas de trincheiras, construídas, e o sistema de abastecimento foi reorganizado. No primeiro dia da batalha, a única ferrovia que chegava a Verdun fora destruída, e os franceses ficaram apenas com uma estrada estreita para uso de suas comunicações com a retaguarda. Em contraste, os alemães tinham nada menos de 14 linhas principais a disposição, bem como um bom sistema rodoviário, embora os últimos 20 Km da frente ficassem em terreno muito acidentado e árido, o que acarretava problemas.
La Voie Sacrée (A Via Sacra), a estrada carroçável que liga Verdun a Bar-le-Duc, tornou-se a única linha vital dos franceses. Como disse Jacques Meyer, que lutou na batalha, “… este ‘transportador de baldes’ estendia-se pelos 120 Km da artéria que levava a Verdun o sangue generoso dos homens dos reforços e trazia de volta os soldados exaustos e os pobres feridos”. O homem responsável pela sua administração, Major Doumec, deu instruções precisas de que “excluiremos totalmente os comboios a cavalo ou a pé, desviando-os para rotas paralelas; finalmente, não interromperemos de maneira alguma o tráfego para fazer quaisquer reparos no leito da estrada… Nenhum comboio militar a atravessará, a menos que tenha permissão de fazer a volta nela… Qualquer veículo encontrado ali sem condições de ser rebocado será jogado nas margens fora da estrada. Ninguém tem o direito de parar o carro, a não ser que haja enguiço; nenhum caminhão pode ultrapassar o outro”. A partir de 29 de fevereiro, cerca de 3.000 caminhões transportaram 50.000 toneladas de munição e 90.000 homens para a frente todas as semanas. Foi, sem dúvida, uma obra-prima de organização administrativa e, não fora ela, os franceses teriam, na certa, perdido a batalha.
À medida que novas divisões eram lançadas à “máquina de moer carne”, a luta crescia em fúria. Em meados de março, a situação era tal que “Verdun agora era sinônimo de inferno. Não havia campos nem bosques. Apenas uma paisagem lunar. Um lameiro repleto de crateras. Trincheiras desmoronadas, entupidas, refeitas, novamente cavadas e, mais uma vez, entupidas. A neve derretera; os buracos de granadas estão cheios de água e, ali, os feridos se afogam. Um homem não mais pode arrastar-se para fora da lama”. Falkenhayn começava agora a compreender no que lançara suas tropas, mas não havia meio de retroceder. A luta prosseguia renhida e, em junho, até mesmo os nervos de Pétain já começavam a perder a resistência; então ele sugeriu a Joffre que os franceses deviam recuar. Tal qual Ypres fora para os britânicos, Verdun também se transformara em símbolo para os franceses. Os brados de “on les aura” e “ils ne passeront pas” representavam agora senhas não só para os defensores de Verdun, mas também para toda a nação. No espírito de Joffre, porém, por mais estrategicamente sensata que parecesse a retirada, ela estava fora de cogitação, além de que a ofensiva britânica do Somme estava prestes a começar. E ele tinha razão, pois a 11 de julho, em vista da pressão exercida no Somme, Falkenhayn reduziu os ataques. Pétain, agora, se contentava em parar e recuperar-se, mas o mesmo não acontecia com seus subordinados, especialmente Nivelle e Mangin. De outubro em diante, eles realizaram uma série de ataques violentos visando recuperar todo o terreno perdido anteriormente. E, aos poucos, o conseguiram de fato, mesmo com baixas cada vez mais numerosas para ambos os lados.
Mangin, soldado rude da “velha escola”, que acreditava que o ataque resolvia tudo, assim descreveu sua maneira de lutar: “Ataco a primeira linha com os 75 mm; nada pode atravessar a barragem. Depois martelamos a trincheira com os 155 mm e os 58 mm (morteiros)… Quando a trincheira está bem revirada, partimos para atacar seus ocupantes que, em geral, saem em grupos e rendem-se, e, enquanto isso ocorre, suas companhias de reserva são retidas nos próprios abrigos subterrâneos por uma rolha sólida de granadas pesadas. Nossos contingentes de infantaria são precedidos de uma barragem de 75 mm, os canhões de 155 mm ajudam a manter presas as companhias de reserva; as marés de aço juntam-se ao poilus (apelido dos infantes franceses) a uns 70 ou 80 m atrás. Os boches desistem… Está vendo? É tudo muito simples”. E era mesmo; sem qualquer finura, os franceses contentavam-se em levar aos limites a teoria do poder da artilharia, conforme propagada por Foch nos últimos meses de 1915.
A batalha final ocorreu a 18 de dezembro, com os franceses tendo recuperado quase todo o terreno anteriormente perdido para os alemães. O custo fora da ordem de 350.000 baixas para cada lado. Falkenhayn por pouco não esgotara por completo os exércitos franceses, como pretendera. Contudo, em seu plano original, ele não previra tão elevado número de baixas para seu lado, e isto lhe custou a posição. Mas deixemos que Jacques Meyer resuma a luta: “Verdun foi com mais frequência uma guerra de homens abandonados, uns poucos homens em torno de um chefe, um subalterno, um cabo, ou mesmo um simples soldado que as circunstâncias indicaram ser capaz de liderar. Às vezes era um único homem tomando toda a iniciativa. Punhados de homens obrigados a agir, a responsabilizar-se pela defesa – ou pela retirada. Houve os que se descontrolaram – alguns deles – e em geral isso ocorria nas unidades maiores, que nem sempre eram as mais aguerridas, e sim as mais atingidas pelo choque inesperado da catástrofe. Atos decisivos e corajosos eram, sobretudo, individuais, e, por isso, permaneciam ignorados”. A luta em Verdun, mais do que qualquer outra da frente ocidental, foi uma batalha de soldados e não de generais.
Fontes das fotos marcadas: ECPAD
Segunda Guerra Mundial: Perguntas Complicadas & Suas Respostas – Parte III
Vamos fazer diferente aqui. Não vou postar uma pergunta, mas uma afirmativa que achei pertinente comentar, já que estava em uma rede social:
“Para todos os estudiosos da 2ª GM sempre é bom lembrar que a segunda guerra começou em 28 de junho de 1919, quando Hermann Müller assinou e em 10 de janeiro de 1920 quando foi ratificado o famigerado Tratado de Versalhes. As condições vexatórias do tratado para a Alemanha e a perda de território iniciaram a 2ª GM. Mesmo não sendo Hitler no poder, bastaria um governo forte e que desejasse a soberania alemã e a guerra estaria decretada.”
Chico Miranda:
Existem duas perspectivas que devem ser analisadas para a afirmação acima. A primeira é a indicação do Tratado de Versalhes ter sido vexatório. Quem poderia negar? Quando penso no Tratado de 1919, gosto da opinião exposta por John Maynard Keynes em seu clássico “As Consequências Econômicas da Paz”. Keynes foi o principal representante do Departamento do Tesouro que compôs a delegação Inglesa, e que negociou os termos do Tratado. Não concordou com os termos do relatório final e criticou duramente os objetivos dos aliados. No livro, publicado em 1919, Keynes imputou a França as principais insustentáveis imposições do Tratado, argumentou que o valor das reparações eram impagáveis, porquanto acusou seu país, a Inglaterra, de omissão, exaltando o espírito separatista que existia entre a Europa continental e as ilhas de sua majestade. Outra característica do livro são as referências pouco elogiosas que são dispensadas aos principais articulares do Tratado: Clemenceau, Wilson e Lloyd George, segue abaixo uma afirmativa dada pelo próprio Keynes:
“Essas eram as personalidades de Paris […] Clemenceau, esteticamente o mais nobre; o presidente (Wilson), moralmente o mais admirável; Lloyd George, intelectualmente o mais sutil. O tratado nasceu de suas disparidades e fraquezas, filho dos menos valiosos atributos de seus pais: sem nobreza, sem moralidade, sem intelecto”
Keynes, 1919
A outra perspectiva da afirmativa do enunciado não deve ser usada para justificar as ações de Hitler e os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial. Para tanto, em 1935, ou seja, dois anos depois da assunção do nazismo, já não havia qualquer tipo de obrigação do Tratado de Versalhes sobre a Alemanha, exceto o Corredor Polonês. Pelo contrário, o regime nazista já colocava em prática o Lebensraum (Espaço Vital). A compreensão das políticas externas e a visão de Hitler da posição que a Alemanha deveria ter em relação aos outros povos é que determinou os caminhos que o regime tomou a partir de 1939.
Faço ressalvas a afirmativa “bastaria um governo forte e que desejasse a soberania alemã e a guerra estaria decretada”, já que o governo alemão de Hitler empreendeu conquistar reparações muito além dos parâmetros iniciais impostos pelo Tratado. A guerra foi uma opção, dentre outras possíveis. Outra característica do nazismo era não cumprir os diversos acordos diplomáticos que se seguiram por toda a década de 30 e preterir os meios negociados, buscando o empreendimento bélico. Esse é o ponto! O Führer era um belicista por natureza. Desde o princípio, a sua ideologia já demonstrava claramente de que forma iria colocar a Alemanha onde o nacional socialismo entendia que ela deveria estar, e os meios eram bélicos. Prova? Em discurso no Reichstag em 1938, o próprio Führer declara que as fronteiras antes do Tratado de Versalhes de nada interessam para III Reich. O que ele queria?
Evidente que os aliados foram os expoentes na preparação do terreno para a Segunda Guerra Mundial, contudo, o totalitarismo, somado a uma ideologia radical e convicta do regime, que se estabeleceu na Alemanha a partir de 1933, contribuíram de forma decisiva para a abrangência do conflito.
Haveria guerra, mesmo sem Hitler? É possível! Mas a dimensão, consequências e, principalmente, o resultado para a Alemanha, são méritos exclusivos do Líder alemão e seus aliados.
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Os Uniformes e Soldados Mais Estranhos da Grande Guerra – Parte IV
Essa Primeira Guerra foi bastante estranha, pois projetou a tecnologia que seria desenvolvida ao longo do século XX, mas também deixou evidente equipamentos, uniformes e armas que foram utilizadas nos séculos anteriores. No final das contas é um grande divisor de águas em tecnologia militar. Vamos apreciar esses estranhos e, porque não dizer, hilários exemplos:

Fico pensando o cara combater com esse negócio, deveria ter uns50 kilos. Acho que houve cavaleiro medieval bem mais flexível para o combate
- Frente e Verso!! KKKKKKKKK
- O que é isso? Super-homem da Primeira Guerra? Homem de Ferro?
- Fico pensando o cara combater com esse negócio, deveria ter uma 50 kilos. Acho que houve cavaleiro medieval bem mais flexível para o combate
- Eu Juro, tem um soldado ai dentro!
Os Uniformes e Soldados Mais Estranhos da Grande Guerra – Parte III
Assim como se repetiu durante a Segunda Guerra, várias nações da África e do Oriente se engajaram na luta juntamente com as nações europeias. Levando em consideração que no início do século XX o colonialismo ainda era bastante presente no cenário geopolítico, muitas dessas colônias foram forçadas a enviar unidades para combater nas frentes de batalha, da mesma forma que grupos políticos que faziam oposição à ocupação do seu país, como é o caso da Índia, enviou contingente para lutar contra o Reino Unido.
Segue abaixo uma continuação da série de “Os Uniformes e Soldados mais estranho da Grande Guerra”.
- Senegales
Os Uniformes e Soldados Mais Estranhos da Grande Guerra – Parte II
A pedidos… O retorno dos Uniformes e Soldados mais estranho da Grande Guerra! É muito soldado e uniformes estranhos em um post só…
Série Grande Guerra: A Batalha de Verdun
Em 12 de dezembro, 1916 o QG francês nomeia Nivelle Guillaumat para liderar o exército da campanha em Verdun. 15 de dezembro, é lançada uma ofensiva contra objetivos que são facilmente tomados: em três dias, os alemães todo o terreno que levado cinco meses para conquistar, na ofensiva são feitos 11300 prisioneiros. Durante vários meses Verdun passa a ser uma zona tranquila.
A Grande Guerra Em FOCO
A partir de amanhã (05/04), estaremos abrindo uma série de POSTS até o próximo dia 11/04, com pelo menos uma publicação por dia, todas relacionadas a Grande Guerra. Teremos os principais confrontos e histórias interessantes, além de fotos exclusivas de alta qualidade.
Comentem ou mandem email: blogchicomiranda@gmail.com
E para começar segue abaixo uma raridade. O modelo francês de uma dos tanques mais utilizados, o Mark V.